O ESTUDO DE SÍFILIS DE TUSKEGEE: ESTUDO DE CASO À LUZ DA DISCIPLINA “HUMANIDADE, SOCIEDADE E ÉTICA”

Carolina Leopoldo Destro (UC19121139)

ESTUDO DE SÍFILIS DE TUSKEGEE: ESTUDO DE CASO À LUZ DA DISCIPLINA “HUMANIDADE, SOCIEDADE E ÉTICA”

Trabalho Final apresentado ao Prof. Me. Gidalti Guedes da Silva, como requisito avaliativo da disciplina de “Humanidade, Sociedade e Ética”, no 1º Módulo de 2020.

Brasília – DF 2020

Introdução

O estudo de sífilis de Tuskegee foi um experimento feito nos Estados Unidos entre os anos de 1932 e 1972, no qual foram selecionados 600 indivíduos em condições sociais precárias e com sífilis, e eles foram separados em dois subgrupos: 201 homens receberiam tratamento e fariam parte do grupo ‘’saudável’’; e 399 homens não teriam acesso ao seu diagnóstico, e logo não receberiam tratamento, mas receberiam comida gratuitamente. O principal objetivo do projeto era ver a progressão da sífilis naturalmente, ou seja, sem receber os devidos cuidados, em um grupo e compará-lo com o outro grupo, no qual foram os indivíduos medicados. Tenho como propósito fazer uma análise desse estudo de Tuskegee e analisar quão não ético ele foi em todos os seus aspectos. Irei desenvolver minha pesquisa em cima de algumas perguntas, adiante complementarei com minha conclusão.

Desenvolvimento

1. Pensando sobre o caso apresentado acima, quais são os debates acerca da Ética que mais se relacionam com o tema do artigo aqui apresentado? Justifique sua resposta.

Resposta: A meu ver toda essa experiência serviu para que adotássemos condutas éticas científicas/médicas, pois homens foram cruelmente usados como cobaias, e ainda não tinham conhecimento de que havia um estudo em cima deles. Vidas foram colocadas em risco para que cientistas pudessem entender melhor o funcionamento da sífilis, mas após o projeto ser denunciado, passaram a ter regras de condutas nos experimentos aos quais se utilizaram vida humana para teste.

2. Tomando por base os Imperativos Categóricos de Kant, faça uma avaliação das ações desenvolvidas pelos cientistas, durante sua pesquisa sobre a Sífilis, na comunidade de Tuskegee. Estas escolhas e métodos podem ser “universalizados”? Discorra a respeito.

Resposta: Estas escolhas e métodos jamais poderiam ser universalizados, porque essa pesquisa não utilizou da empatia ao próximo. Enquanto Kant discorre os Imperativos Categóricos em cima da afirmação de que para que decisões sejam tomadas é preciso que elas não atinjam a vida do próximo. Ou seja, ele cria uma ‘’fórmula’’ moral para tomadas de decisões na qual possui três regras: 1 – Age como se a máxima de sua ação devesse ser erigida por tua vontade em lei universal da Natureza; 2 – Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio; e 3- Age como se a máxima de sua ação devesse servir de lei universal para todos os seres racionais; logo, observando essas três afirmações e colocando-as no contexto do estudo de Tuskegee vemos que as decisões tomadas para o andamento da pesquisa foram totalmente não éticas, pois dos doentes estudados e não tratados apenas 74 sobreviveram, 40 das esposas dos pacientes foram infectadas e 19 filhos dos pacientes nasceram com a doença. Citando esses aspectos vemos como o experimento trouxe sequelas diretas para todos os envolvidos e seus familiares.

3. De acordo com o tema discutido no caso acima, reflita acerca do princípio da Equidade, de John Rawls.

Resposta: O princípio da Equidade é uma ideia criada por John Rawls na qual ele propõe um sistema sem desigualdades, onde o direito de ninguém se sobreponha sob o direito do outro, mas para isso é preciso que toda a sociedade parta de um ponto onde todos tenham a mesma condição, ou seja todos precisam estar na mesma condição de poder: nenhum. Há necessidade de partir de um ponto inicial, ao qual o grupo dialogará e chegará a um consenso do que seria o justo na sociedade. Ao unirmos isso com o ocorrido em Tuskegee vemos uma sobreposição de direitos, onde os cientistas se colocaram acima do direito a vida dos enfermos, e decidiram que seria mais importante o conhecimento que eles desenvolveriam do que a humanização dos pacientes. Isso mostra como esse tal trabalho científico é totalmente oposto ao princípio da Equidade citado acima.

4. Imagine que Emmanuel Lévinas e Enrique Dussel estivessem fazendo uma avaliação crítica das ações da comunidade científica e da indústria farmacêutica, no caso de Tuskegee. Que prováveis conclusões eles chegariam? Disserte a respeito.

Resposta: Emmanuel Lévinas viveu os maiores eventos do século XIX, fora capturado por alemães durante a 2ª Guerra mundial e trabalhou forçadamente em um campo. Esse e outros eventos foram muito importantes para que Lévinas desenvolvesse