O Estresse Ocupacional

Estresse ocupacional na Corporação dos Bombeiros de Sapucaia do Sul

1. RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar o estresse ocupacional na corporação de bombeiros da cidade de Sapucaia do Sul, visando ponderar os principais motivos causadores do estresse, as consequências que podem causar, bem como as estratégias de enfrentamento do estresse. Inicialmente, foi conversado com o comandante da corporação solicitando uma autorização para a realização da pesquisa com os demais colaboradores do quartel, com intenção de fazer um levantamento do estresse ocupacional na corporação de Bombeiros, posteriormente foram pesquisados artigos referentes ao estresse relacionado ao ambiente de trabalho, bem como foram aplicadas perguntas aos colaboradores do quartel, onde estão lotados 19 profissionais, sendo um comandante, três 1°sargentos, quatro 3° sargentos e onze soldados, a fim de estabelecer uma relação entre a pesquisa que serviu de base teórica e as informações coletadas junto aos onze participantes da pesquisa de caráter descritivo e qualitativo.

1. INTRODUÇÃO

O intuito principal deste artigo é analisar as causas do estresse ocupacional, as consequências na atividade profissional, bem como as estratégias de enfrentamento na corporação de bombeiros de Sapucaia do Sul.

O estresse ocupacional é aquele que acontece devido ao trabalho, causa efeitos negativos na saúde, no bem-estar do trabalhador e na saúde das organizações. Essa afirmação é confirmada pelo número cada vez maior de afastamentos do trabalho e de pedidos de auxílio-doença.

Devido às mudanças constantes no mundo corporativo é que o estresse ocupacional ganha destaque. São diversos os fatores que afetam o indivíduo na área profissional, sendo a pressão por destaque no campo profissional, o ritmo de serviço, não ter tempo disponível para o lazer, bem como não conseguir se desligar das atividades profissionais, os exemplos que podem causar o estresse ocupacional.

A corporação de bombeiros de Sapucaia do Sul possui um ritmo grande de serviço e atividades que lidam diretamente com a pressão, podendo desencadear estresse ocupacional nos servidores. Desse modo, para averiguar quais podem ser as causas e consequências do estresse ocupacional, os servidores responderam alguns questionamentos.  

Assim, esse artigo está estruturado da seguinte maneira: primeiramente é apresentado o referencial teórico sobre o estresse ocupacional, seguindo da metodologia, análise dos dados e finalizando com as considerações finais

1. ESTRESSE

A todo instante ocorrem mudanças no mundo corporativo. Estas mudanças fazem com que se abra espaço para uma cultura em que as pessoas trabalham mais horas e arduamente, a fim de atingir o sucesso pessoal e profissional. É nessa realidade que o estresse ocupacional ganha importância e dimensões ainda maiores do que em momentos anteriores. Ter o indivíduo o dia com diversos compromissos de trabalho assumidos, com pouco ou sequer algum tempo livre, bem como não conseguir se desligar das situações relacionadas ao trabalho mesmo fora dele, são fontes de tensão que mais explicam o estresse. Podendo os níveis de estresse alterar de leve a moderado e intenso. (MARQUES. et al.2014)

Para Zilleet al (2010) o estresse pode ser considerado um obstáculo, gerando assim, uma ruptura no equilíbrio pessoal haja vista poder impedir e desviar o fluxo de energia. A vida apressada dos dias atuais, principalmente nos grandes centros urbanos, contribui com diversos fatores capazes de interferirem nesse equilíbrio, que é estimado de fundamental importância para a saúde das pessoas. Além disso, o estresse é responsável por incitar nos indivíduos modificações a preparar o organismo para enfrentar ou superar as fontes de pressão excessiva as quais estão submetidos. Instala-se um quadro de estresse quando não há um equilíbrio do organismo em relação às pressões psíquicas do meio e a estrutura psíquica do individuo. Ainda, o sistema nervoso e o sistema endócrino são fundamentais na medição desse processo, pois atingem a integração entre os diversos órgãos e sistemas do corpo humano.

Conforme Fernandes et al (2010) o estudo do estresse do trabalho tem sido crescente na literatura científica, particularmente nos últimos anos. O aumento nas pesquisas deve-se ao fato do tema estar relacionado ao resultado das condições e da organização do trabalho na saúde e no bem estar dos empregados, e em decorrência no funcionamento e na afetividade das organizações. Já na economia, o resultado negativo dessa variável tem sido estimulado com base nas suspeitas de que os trabalhadores estressados reduzem seu desempenho e majoram os custos das organizações com o aumento do número de acidentes no local de trabalho, da rotatividade, absenteísmo e nos problemas de saúde.

A relação entre a saúde dos empregados e o trabalho vem sendo analisada por diversos pesquisadores, principalmente quanto ao seguimento de doenças ocupacionais de natureza física e mental, buscando-se compreender a intercessão que o trabalhado exerce na vida dos colaboradores que não conseguem prosseguir em suas metas profissionais e pessoais, e merecem receber mais atenção de suas instituições e das instâncias governamentais. (SOUZA. et al. 2014)

MAFFIA et aL (2014) refere que os estudos sobre o estresse ganharam, nos últimos anos, certa autonomia em relação às demais áreas do conhecimento, fazendo com que este campo de observação se tornasse distinto e com qualidades próprias. É essencial destacar que tal tema está posto na área da saúde ocupacional e necessita de clareza, enquanto um dos aspectos indispensáveis dessa área também se deve partir do argumento de que o estresse ocupacional é situacional, tornando significativo situá-lo na atual situação das organizações, apreciando para isso a busca constante por melhor desempenho e rendimento dos trabalhadores, o novo acordo psicológico a que o trabalhador tem que se submeter e os novos métodos organizacionais que se destinam a maiores e melhores resultados empresariais.

O estresse é um transtorno de saúde comum tanto no ambiente profissional como no pessoal e possui várias etiologias. Percebe-se que os efeitos do estresse excessivo e contínuo não se limitam ao crescimento da saúde. O estresse pode, além de ter um efeito desencadeador do aumento de inúmeras doenças, facilitarem um prejuízo para a qualidade de vida e a produtividade do ser humano. O autor certifica que as pessoas que possuem cargos ocupacionais diferenciados como profissionais liberais apresentaram bons resultados nas áreas sociais e efetivas, contrário ao encontrado entre os supervisores e gerentes que tiveram essas mesmas áreas como as mais prejudicadas. (SADIR. et al. 2010)