OLIVEIRA, José Antônio Puppim de. Desafios do planejamento em políticas públicas: diferentes visões e práticas. RAP, Rio de Janeiro v.40, n.1:273-88,Mar./Abr. 2006.

Marta Ferreira tem graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1974), mestrado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1983) e doutorado em Sociologia pela mesma universidade (1992). Atua como professora titular da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. Coordenou o Curso de Mestrado e Doutorado em Administração Pública e Governo de 2011 a 2015 e de 1995 a 2001. De 2004 a julho de 2008, foi coordenadora do Curso de Graduação em Administração da GV. De 1996 a 2006, foi vice-coordenadora do Programa Gestão Pública e Cidadania (FGV e Fundação FORD. Foi professora visitante do Brazil Center, da Universidade do Texas, em Austin e pesquisadora visitante do Ash Institute for Democratic Governance, ligado à John Kennedy School of Government, da Universidade de Harvard. Integra Comissão de Avaliação de Livros da CAPES da área de Administração Pública, Administração, Contabilidade e Turismo desde 2012. É avaliadora de diversas revistas da área de Administração e Ciências Sociais e assessora ad-hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da CAPES e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Foi editora da revista Cadernos Gestão Pública e Cidadania entre 2009 e 2013. Foi pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) na área de habitação.

Este artigo tem como intuito levantar a discussão sobre difusão e disseminação de inovações e de políticas públicas, trazendo junto algumas ideias literárias, focando nos aspectos que auxiliam na disseminação de programas, políticas e práticas de gestões inovadoras. Esta obra é dívida em alguns tópicos, sendo eles, respectivamente: introdução; o conceito de difusão e disseminação; disseminação de best practices ou de inovações; fatores que determinam o processo de disseminação; características intrínsecas da inovação; natureza do problema enfrentado pela política ou programa inovador; percepção da relevância do problema ou desafio; convergência com a agenda de políticas públicas de diferentes localidades; acesso a informação; seleção de inovações por atores envolvidos no processo decisório nas localidades receptoras; imposição de modelos e influência de atores e instituições locais; e por último, as considerações finais.

Incialmente, é mencionado que o processo de difusão e disseminação é algo que já vem sendo colocado em pauta a um bom tempo, sobretudo, a partir dos anos 80, houve um certo fortalecimento em tal difusão ou disseminação, devido algumas ações políticas, econômicas e até mesmo com os avanços tecnológicos. Nesse contexto, falando da realidade do Brasil, no final do século XX para o início do século XXI, tal assunto ainda é embrionário em atividades acadêmicas, de acordo com texto.

É discutido o conceito de difusão e disseminação, referindo-se a difusão ato de adoção de políticas públicas em distintos locais. Os autores Katz, Levin e Hamilton apontam conceitos no processo de difusão, conforme o artigo:

(...)o processo de difusão pode ser caracterizado como (1) a aceitação, (2) através do tempo, (3) de algum item específico – uma idéia ou prática, (4) por indivíduos, grupos ou outras unidades adotantes, ligados (5) a canais específicos de comunicação, (6) a uma estrutura social e (7) a um sistema de valores ou cultura (KATZ; LEVIN; HAMILTON, 1963, p. 240. grifo nosso).

O autor Rogers (1995) diz que alguns autores utilizam o termo “disseminação” para a difusão que é digerida e gerida.

No tópico sobre disseminação “best practices” ou inovação diz a respeito da maneira que é tratada problemas públicos, ou seja, de uma forma diferente do que costuma ser, chegando a ser interpretada com algo inovador. Já os fatores que determinam o processo de disseminação inovador é as caracterizas de determinados locais. No texto ressalta que uma das características intrínsecas da inovação é a competência de dar um retorno efetivo, sendo de forma inovadora, para problemas que a administração pública passa.

“Se o problema “tratado” pela inovação é comum a outras localidades, a inovação tem, em princípio, o potencial de ser útil a estas outras localidades ou municipalidades. Se o problema é