Qualidade e Gestão
Por: queziaaquino • 19/11/2015 • Monografia • 1.324 Palavras (6 Páginas) • 283 Visualizações
. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Evolução Histórica da Qualidade
Desde os primórdios da humanidade, os sistemas de produção já eram utilizados com a finalidade de atender necessidades e buscavam basicamente a fabricação de bens à sobrevivência. Embora, algumas fabricações da antiguidade na Idade Média, tivessem métodos caseiros, de cunho exclusivamente artesanal, a qualidade e capacidade de atendimento da demanda destes bens eram os fatores que condicionavam a permanência de populações aos redores dos grandes centros de produção.
No entanto, a ênfase na qualidade dos produtos só atingiu um grau de relevância no inicio do século XX, quando os moldes do capitalismo começaram a predominar no âmbito de manufatura, oriundos da Revolução Industrial que possibilitou a produção em série e trouxe uniformidade aos produtos, condições até hoje adotadas no cenário mundial. “A revolução industrial se espalhou da inglaterra para outros países [...] e o antigo sistema caseiro de produção foi substituido pelo sistema fabril, mas as enormes melhorias para as fábricas ainda estavam por por acontecer” (GAITHER.; FRAZIER, 2005, p.8).
Certamente, um dos fatores que mais contribuiu para que a qualidade tomasse posição de destaque nos sistemas de produção industrial, foi o enfoque dado às teorias da Administração Cientifíca, idealizadas por Frederick Winslon Taylor.
Segundo afirmativas de Gaither e Frazier (2005), sobre as abordagens contidas nas teorias da administração científica, Taylor, período de 1856 à 1915, preconizava que o trabalho precisava ser realizado com rapidez e qualidade, sendo atribuição exclusiva dos inspetores da qualidade a conformidade final dos produtos; conceito que até hoje predomina em modernos ambientes fabris.
Contudo, a promulgação das teorias administrativas, inclusive a científica, propiciou não só uma preocupação significativa com a qualidade do trabalho e dos produtos, mas com a identificação sistematizada dos defeitos, em busca de eliminá-los no momento em que ocorrem.
Embora, Taylor tenha sido considerado o patrono da adminstração científica e da engenharia da produção, outros pioneiros também contribuiram com as teorias administrativas a exemplo de: Gilbrenth, Grantt, Barth e Cooke, modelando-a e inserindo abordagens valiosas na melhoria da eficiência dos processos, que resultaram enormes ganhos de qualidade e produtividade, facilitando a produção em massa de indústrias (GAITHER; FRAZIER, 2005).
Mesmo assim, com os inúmeros benefícios oriundos dos estudos científicos na administração para promover o controle da qualidade, os produtos defeituosos ainda eram elevados, em função do enfoque que era dado apenas na qualidade final dos produtos e da necessidade da produção acelerada exigida pelo período de Guerra, impulsionando indústrias a intensificar os conceitos não só para na inspeção por amostragem, mas em 100% dos produtos e na criação de núcleos responsáveis por ela.
Entretanto, a atividade restringia-se apenas a identificação e quantificação dos produtos com defeitos sem que se fosse realizado uma análise prévia das causas e por consequência uma elevação nos custos da atividade, que tinha um foco apenas na conformidade dos produtos. “No final do processo fazia-se a inspeção e o controle, separando os ‘bons’ dos ‘maus’ produtos” (BARCANTE,1998, p.8-9, grifo nosso).
Assim, os estudos estatísticos ganharam força no cenário industrial, com os métodos propostos por Walter A. Shewhart, que dinfundiu largamente o Controle Estatístitico de Processo, viabilizando enfoques mais modernos ao controle da qualidade, iniciando o período de conotação corretiva, com métodos de análise e solução de problemas. Conforme afirmações de Gaither e Frazier (2005, p.514):
Os fundamentos das práticas atuais de controle da qualidade vêm do trabalho de Shewhart, Dodge e Roming e dos Laboratórios da Bell Telefone na década de 1920, época em que esses homens criaram métodos de amostragem, gráficos de controle e planos de aceitação.
Mas foi no ínicio da década de 50, após a II Guerra Mundial, que o conceito de análise preventiva tomou seus moldes, com proposições apontadas em 1951 por Juran e Deming, discípulo de Shewart. Nesse contexto, a qualidade adquiriu proporções evolutivas de inúmeras grandezas nas organizações, principalmente no que diz respeito a encontrar meios mais rápidos e eficazes na detecção de problemas e na implementação de melhorias contínuas que garantam a sobrevivência em mercados tão voláteis, visto que os princípios de garantia da qualidade tornaram-se exigências contratuais.
Segundo Veit (2003), especialistas americanos como Juran, Deming e Feigenbaum levaram os conhecimentos estatisticos para o Japão, tendo aí iniciado um grande movimento pela qualidade, abrangendo desde o projeto até a utilização do produto, promovendo uma visão sistêmica, exigindo maiores garantias e comprometimento para com a qualidade.
Assim, a cultura oriental tornara-se em medados de 1960, referência no gerenciamento da qualidade, advento dos sucessivos implementos, métodos e técnicas responsáveis pela recuperação da credibilidade e da qualidade dos produtos japoneses, fomentando em torno de 1980 uma legião de empresas ocidentais interessadas em adaptar suas indústrias ao modelo japonês da qualidade total. “O Japão perdeu a guerra militar, mas tem ganhado a guerra econômica de maneira absolutamente notável, a ponto de muitas nações e empresas ocidentais buscarem ansiosamente copiar o modelo
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