Resenha A Arte de Argumentar
Por: Bettica • 13/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.811 Palavras (8 Páginas) • 294 Visualizações
NOME: Carla Juliana Betti
RGM: 023.12420
POLO: Alemanha
ATIVIDADES DAS AULAS 07 E 08.
Elabore uma resenha do texto abaixo, retirado do livro de Antonio Suárez Abreu, A Arte de argumentar. (aproximadamente 15 linhas).
ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar. Resenha. São Paulo: Ateliê Editorial, 1999.
A obra “A arte de argumentar” de Antônio Suárez Abreu foi publicada em 1999 e foi direcionada a todos aqueles que gostariam de melhorar suas relações pessoais. O livro teve uma ótima aceitação em todo o país e com isso ganhou outras 12 edições. O autor destaca a importância de se relacionar com outras pessoas seja por questões de necessidades humanas como por sobrevivência na sociedade atual.
No capítulo “Gerenciando Relação”, ele retrata que o mundo laboral está em constante mudanças fazendo com que a área de serviços prevaleça entre as outras e com isso a necessidade de ser criativo e desenvolver a arte de conquistar clientes. Como por exemplo, o autor cita a távola redonda, método utilizado hoje pelas concessionárias de automóveis para possibilitar uma relação mais simples e familiar com seus clientes.
Ao mesmo tempo, o autor expõe a importância de gerenciar relação na vida pessoal. Uma pessoa solitária, sem ninguém, não é feliz. O ser humano precisa de pessoas ao seu redor, precisa perder o medo de se relacionar com outros seres humanos, pois afinal de contas, somente as pessoas completam outras pessoas.
Por fim, o autor acaba concluindo o capítulo com exemplos históricos aonde aponta a mente como fonte de poder e a necessidade de liberta-la para que o individuo se liberte de outras pessoas ou situações.
O capítulo é rico em informações e útil para entendermos como se relacionar com pessoas e principalmente a importância de se relacionar com elas. O leitor é encorajado a vencer seus medos e de se “jogar” na sociedade como uma aventura. Este é o grande mérito que torna “A arte de argumentar” uma leitura obrigatória.
Gerenciando Relação
Quando entramos em contato com o outro, não gerenciamos apenas informações, mas também a nossa relação com ele. Um bom dia, um muito obrigado, as formas de tratamento (você, a senhora) tudo isso é gerenciamento de relação. Muitas vezes, ao introduzirmos um assunto, construímos antes uma espécie de ”prefácio gerenciador de relação”. O personagem Riobaldo, dialogando com seu interlocutor, em Grande Sertão - Veredas, diz:
Mas o senhor é homem sobrevindo, sensato, fiel como papel, o senhor me ouve, pensa e repensa, e rediz, então me ajuda. Assim, é como conto. Antes conto as coisas que formaram passado para mim com mais pertença. Vou lhe falar. Lhe falo do sertão. Do que não sei. Um grande sertão! Não sei. Ninguém ainda sabe. Só umas raríssimas pessoas - e só essas poucas veredas, veredazinhas. O que muito lhe agradeço é a sua fineza de atenção1.
A única informação desse texto é que Riobaldo vai falar do sertão, coisa pouco conhecida. O resto é gerenciamento de relação.
Às vezes, um diálogo é puro gerenciamento de relação. É o que acontece quando duas pessoas falam sobre o tempo ou quando dois namorados conversam entre si. O que dizem é redundante. Se um diz - Eu te amo!, isso é coisa que o outro já sabe. Mesmo assim, pergunta outra vez: - Você me ama? E recebe a mesma resposta. E ficam horas a fio nessa redundância amorosa, em que o importante não é trocar informações, mas sentir em plenitude a presença do outro.
1. Guimarães Rosa, Grande Sertão - Veredas, p. 84.
Depois que o relacionamento evolui e se casam, passam a sentir-se mais seguros, um em relação ao outro, e aí começam a negligenciar a parte carinhosa, sensível entre os dois, para cuidar de aspectos mais práticos. Por esse motivo é que, no espaço privado, acabamos gerenciando mais informação e menos relação. Dentro de casa, raramente as pessoas dizem por favor ou muito obrigado. No espaço público, até mesmo por motivo de sobrevivência social, as pessoas procuram, com maior ou menor sucesso, gerenciar, além da informação, a relação.
No mundo de hoje e no futuro que nos espera, é muito importante saber gerenciar relação. O mundo está passando por uma mudança em relação ao emprego industrial e rural. No campo, para o futuro, a perspectiva é termos apenas 2% da população interagindo com uma agricultura altamente mecanizada. Nas cidades, menos de 20% trabalharão nas indústrias robotizadas e informatizadas. O resto (mais de 80%) ficará na área de serviços. Ora, serviços implicam clientes e clientes implicam bom gerenciamento de relação. O trabalho do futuro dependerá, pois, do relacionamento. Mesmo os profissionais liberais dependem dele. O médico ou o dentista de sucesso não é necessariamente aquele que entrou em primeiro lugar no vestibular e fez um curso tecnicamente perfeito. É aquele que é capaz de se relacionar de maneira positiva com seus clientes, de conquistar sua confiança e amizade.
Um exemplo dessa mudança é o fato de que algumas concessionárias de automóveis descobrirem, em pleno século XXI, a távola redonda. Você se lembra daquela idéia genial do rei Artur em substituir a mesa retangular, à qual ele se sentava com os cavaleiros, e diante da qual eram disputados lugares em termos de hierarquia, por uma mesa redonda, em que todos eram iguais? As concessionárias estão fazendo a mesma coisa. Estão substituindo as mesinhas retangulares em que o cliente ficava ”frente a frente” com o vendedor representando a empresa, por mesinhas redondas (pequenas távolas redondas), onde ambos se sentam lado a lado, o que favorece um relacionamento mais informal e menos hierárquico.
No plano da vida pessoal, não é diferente. Quantas pessoas nós conhecemos, gente famosa, bonita, rica, com prestígio, mas extremamente infeliz, por não saber se relacionar com o outro! A verdade é que ninguém é feliz sozinho, mas, ao mesmo tempo, temos medo de nos relacionar com o próximo. Conseguimos diminuir a distância que nos separa das partes mais longínquas do mundo, por meio da aviação a jato, da tevê a cabo, da Internet, mas não conseguimos diminuir a distância que nos separa do nosso próximo. E quando conversamos com as pessoas, falamos sobre tudo: futebol, automobilismo, política, moda, comida, mas falamos apenas superficialmente sobre nós mesmos e, assim, não conhecemos o outro e ele também não nos conhece!
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