Uma Nota Sobre o Processo de Equipe

LIDERANÇA PARA EQUIPES

Uma Nota Sobre o Processo de Equipe

No competitivo cenário atual, o trabalho em grupos, com indivíduos experientes e com alto grau de especialização, possibilita tomada de decisão em prazos mais curtos e com melhores resultados, do que indivíduos agindo sozinho.

O autor do texto tem o objetivo de facilitar o trabalho em equipe. Irá abordar o processo de desenvolvimento de equipes eficazes e o que fazer para melhorar o funcionamento delas. Além de tratar sobre desafios do ambiente global: equipes globais e equipes virtuais.

As equipes são formadas por indivíduos com características únicas, com o passar do tempo o relacionamento entre os membros pode ser nocivo ou positivo ao objetivo comum. Com experiência e treino é possível identificar as dificuldades no início, as solucionando rapidamente, proporcionando aumento na eficácia.

O autor chama atenção para quatro pontos que influenciam na eficácia da equipe: tomada de decisões, participação, influência e conflito.

Um processo de Tomada de Decisão Rigoroso e Determinado

É de suma importância para as equipes, saber lidar com problemas e capitalizar oportunidades. Ao enfrentar problemas, começa-se uma busca por soluções e corre-se o risco de aceitar soluções razoáveis apoiadas pelos líderes de opinião do grupo, podendo adotar soluções mais simples, do que soluções tecnicamente superiores apresentadas posteriormente.

Para a tomada de decisão eficaz é preciso seguir quatro etapas:

1. Identificar e explorar o problema: é preciso mensurar o grau de importância do problema e o prazo em que deve ser resolvido, sendo necessário definir o problema com precisão.
2. Gerar soluções possíveis: os membros da equipe devem sentir-se à vontade para expressar suas ideias sem medo de críticas, criando uma atmosfera de investigação, a fim de encontrar as melhores soluções
3. Aperfeiçoar e criticar as soluções possíveis: após todos os membros exporem suas ideias, é necessário chegar em um consenso, conflitos naturalmente irão surgir, o ideal é que sejam construtivos, em busca do equilíbrio entre a satisfação e o desempenho do grupo.
4. Implementar a solução: é importante que cada membro sinta que sua opinião foi ouvida e todos devem se comprometer com a implementação da solução. Delegando claramente as tarefas para que todos gerenciam o processo de solução do problema.

        

Ao analisar cuidadosamente cada etapa, a equipe minimiza erros e aumenta a experiência de cada indivíduo.

Participação:

É importante que todos os membros tenham participação, disparidades ocasionados por diferenças culturais, sociais e de gênero podem ocorrer, porém devem ser minimizadas, pois grandes diferenças de participação indicam que o processo não está sendo eficaz.  Grandes desequilíbrios de participação são negativos, pesquisas mostram que ideias empregadas com maior frequência acabam sendo adotadas, mesmo não sendo as ideais e por outro lado boas ideias mal defendidas ou menos expressadas acabam sendo deixadas de lado. O líder deve fazer intervenções através de perguntas, para manter o equilíbrio na participação de todos membros, além disso os próprios participantes podem agir como árbitros estimulando a participação dos membros menos ativos.

Influência:

Influência e participação são coisas diferentes, existem indivíduos que naturalmente são mais influentes, que conseguem capturar a atenção do grupo quando falam. Essa influência pode ser em função da experiência, conhecimento, competência ou status. Esses membros influentes ou sub grupo de influentes tornam-se negativos para a equipe quando suas ideias são sobrepostas às outras ou quando essa influência acontece pelo cargo ocupado ou por imposição, ao invés de ser pelo maior conhecimento.

Algumas intervenções são úteis quando membros ou subgrupos dominam discussões. Tais como: reforçar e apoiar opiniões de membros cujas ideias não são ouvidas, ou até mesmo dizer explicitamente que algumas pessoas estão dominando a discussão.

Conflitos:

Conflitos construtivos são essenciais para uma equipe ser produtiva, para isso deve-se criar um ambiente propício, onde possa se extrair o máximo do talento de cada membro. Uma discussão honesta e questionamentos francos, resultam em decisões mais assertivas, esse tipo de conflito saudável, é denominado conflito de tarefa. Porém conflitos de tarefa exacerbados podem gerar tensão no relacionamento dos participantes, tornando-se conflitos afetivos, podendo afetar a produtividade da equipe.

Contudo, em equipes muito homogêneas onde não ocorrem conflitos de tarefa, pode ocorrer o pensamento de grupo, os membros acabam deixando de expressar suas opiniões, críticas e objeções quanto a ideias dos demais membros.

Equipes de alta performance buscam soluções através da interação positiva, buscando conflitos de tarefas e minimizando conflitos afetivos. Lembrando que é importante não ignorar conflitos afetivos e procurar resolvê-lo o quanto antes, para que evitar revide involuntário. Descobrir se uma equipe possui alto nível de conflito afetivo depende de atenção por parte do líder, devendo suspender as tarefas e examinar os processos da equipe para tentar resolver os conflitos afetivos.

Desenvolvimento da Equipe:

Equipes de todos os tipos e com mandatos variados, passam por um longo processo de amadurecimento. Durante esse período as equipes passam por três fases de desafio: começar, realizar e monitorar o trabalho.

- Começar: É preciso construir uma base sólida desde a primeira reunião, que poderá determinar o futuro da equipe.

- Construindo a Equipe: a eficácia de uma equipe sofre impacto direto da competência e motivação de seus participantes. Qualidades técnicas, conceituais e interpessoais devem ser consideradas no momento de formação do grupo. Quanto maior a equipe mais difícil trazer comprometimento e motivação, para solucionar problemas o ideal é que as equipes tenham no máximo 10 membros, para se obter um bom grau de participação de todos.

        - Gerando comprometimento: é importante estar atento ao nível de identificação e envolvimento dos membros da equipe. Os indivíduos medem seu nível de comprometimento, com base no envolvimento dos outros participantes nas atividades da equipe. As pessoas tendem a formar equipes com pessoas com padrões cognitivos semelhantes. Porém, a formação de “panelinhas” deve ser evitada, pois a diversidade de estilos cognitivos é vantajosa em termos de variedade e criatividade nas decisões.

- Liderança: a maioria das equipes possuem um líder formal, outras equipes autogeridas determinam o funcionamento da liderança por conta própria. Porém em quase toda equipe surge uma liderança informal. E pesquisas mostram que equipes autogeridas, sem nenhum líder, tem desempenho inferior.