A PESQUISA CIENTÍFICA EM ARQUITETURA E URBANISMO
Por: eloise.rabelo • 4/7/2021 • Resenha • 1.089 Palavras (5 Páginas) • 235 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
PESQUISA CIENTÍFICA EM ARQUITETURA E URBANISMO
PROF. DR. RAUL VENTURA NETO
ATIVIDADE ASSÍNCRONA II
Eloise Mendes Rabelo
Arquitetura vernacular e paisagem amazônica: um caminho na busca pelo habitar poético.
Laelia Regina Batista Nogueira
Dados bibliográficos:
NOGUEIRA, Laelia Regina Batista. Arquitetura vernacular e paisagem amazônica: um caminho na busca pelo habitar poético. Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XXII (2), Goiania - GO, v. 22, n. 2, p. 171-180, jul-dez, 2016.
Bibliografia comentada:
BACHELARD. G. A poética do espaço. São Paulo, Martins Fontes, 1996.
LOUREIRO, J.J.P. Cultura amazônica: uma poética do imaginário. Belém, CEJUP, 1994.
NORBERG-SHULZ, C. O fenômeno do lugar. In: Uma nova agenda para a arquitetura. Organização: Kate Nesbitt. São Paulo, Cosac Naif, 1995.
O objetivo do texto é fazer um relato sobre pesquisa realizada para dissertação de mestrado de Laelia Nogueira em que a Amazônica se configura como o lugar onde o fenômeno estudado se revelou: o habitar poético através do qual o ribeirinho habita e desenvolve as suas relações com o espaço. De modo que o artigo apresenta a maneira como a população ribeirinha (população tradicional da Amazônia) vive às margens dos rios.
O ponto principal do trabalho é revelar e compreender a relação homem-mundo no contexto amazônico através da arquitetura qual se integra e se revela na paisagem. Dessa maneira, é importante possuir um olhar para Amazônia da maneira que ela realmente é: um ambiente diversificado, heterogêneo, com diversas paisagens sendo elas: várzea, terra firme e rio, e posicionamentos do homem em face às peculiaridades desta região.
O rio é um importante elemento presente no estudo, pois, ele revela e norteia a relação homem-natureza. O rio muda a paisagem frequentemente, consequentemente, ele também muda a vida daqueles que habitam as suas margens. Portanto, foram selecionadas algumas localidades para o desenvolvimento da pesquisa, sendo estas: a comunidade no Careiro da Várzea, comunidade do rio Cuieiras e a comunidade do Catalão, todas situadas no estado do Amazonas.
O artigo se apropria de uma abordagem fenomenológica para o desenvolvimento da pesquisa, utilizando como partido uma abordagem holística e transcendental do fenômeno estudado: o habitar e o seu revelar através de materialidade das casas. Com isso, a autora acredita que o trabalho contribui para a valorização do SER em detrimento do TER, em que um não condiciona o outro.
A autora afirma que entender como se habita é se autoconhecer. Esse conhecimento nos permite ser-no-mundo, de tal maneira que ser-no-mundo nos permite pensar em como construir nosso espaço no mundo, nosso microcosmo, como afirma Bachelard (1996). Destarte, a fenomenologia auxilia o reencontro de uma arquitetura do habitar e consequentemente do ser.
A metodologia utilizada no artigo se baseou na abordagem da fenomenologia, portanto a autora se baseou na intencionalidade, descrição, redução e intersubjetividade, com o objetivo de se desprender de conceitos pré-estabelecidos sobre o tema de pesquisa para melhor compreender o mundo da maneira como ele realmente é. A afetividade e a intersubjetividade são conceitos fundamentais para o artigo, de forma que a autora acredita que sem a afetividade com os lugares pesquisados não seria possível o entendimento do lugar a partir de um ponto de vista não dual.
A relação casa-homem-mundo possui uma forte conexão com o ambiente amazônico, visto que todos esses elementos estão completamente interconectados, onde uma forma o outro, em que os limites de realidade pré-concebidos não existem. Para o ribeirinho, a relação entre homem-casa ultrapassa os limites físicos do ambiente construído, deixando de ser meramente uma construção para se tornar o mundo inteiro.
Na relação homem-casa-mundo na Amazônia, o ambiente deixa de ser somente mais um recurso, tornando-se a base e o meio de toda a realização humana. Mesmo a estética da arquitetura ribeirinha reflete a paisagem que o homem convive, pois, Loureiro (2016) afirma que a arquitetura amazônica é extremamente simétrica assim como a paisagem da qual o ribeirinho se insere.
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