A Teoria da Arquitetura
Por: Gabriela Camargo • 21/10/2018 • Resenha • 3.086 Palavras (13 Páginas) • 393 Visualizações
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Jacques DERRIDA: Uma Arquitetura onde o desejo pode morar (entrevista)
- A arquitetura é uma arte que não representa algo existente
- Se interessa pelo estudo do lugar, do “ter lugar” de um acontecimento
- Arquitetura como possibilidade do próprio pensamento
- O pensamento é sempre um caminho
- O estabelecimento de um lugar habitável é um acontecimento
- A desconstrução é capaz de conceber, por si mesma, a ideia de construção
- Arquitetura contemporânea é não representativa
- Torre de Babel + arquitetura
- Intervenção na arquitetura representa o fracasso, a limitação, imposta sobre uma linguagem universal; impossibilidade de controlar a multiplicidade das línguas; não há uma tradução universal
- Diversidade de relações com o fato arquitetônico de uma cultura para outra
- A arquitetura é uma espacialização do tempo
Bernard TSCHUMI: Arquitetura e Limites
- “Os limites são áreas estratégicas da arquitetura”
- Sem limites, a arquitetura não poderia existir
- Limites= convite à transgressão. Devem ser ultrapassados.
- Na arquitetura as obras “de limite” são indispensáveis
- A arquitetura é uma forma de conhecimento em si e por si
- O pensamento arquitetônico vai além de opor o zeitgeist ao genius loci
- Os limites foram a tal ponto estreitados que hoje nos deparamos com um conjunto de reduções altamente prejudiciais
- Ideologias reducionistas do modernismo: formalismo, funcionalismo, racionalismo
- A história da arquitetura não é linear
- Seus diversos momentos não são cuidadosamente determinados
- O corpo no espaço
- Os corpos constroem o espaço por meio do movimento
- Espaço como evento (não como função)
- Os limites da arquitetura variam de acordo com a época
- Exemplo de limite: trilogia vitruviana (foi rompida no século XX)
- Venustas
- Aparência atraente
- Desapareceu quando a linguística estrutural se apoderou do discurso formal do arquiteto
- Firmitas
- Estabilidade estrutural
- Desapareceu durante a década de 1960, não era mais o foco (bastava pensar que “posso construir qualquer coisa, desde que dê para pagar)
- Utilitas
- Acomodação espacial adequada
- Corpo-como-objeto
- Do espaço do corpo para o corpo-no-espaço
- O espaço é algo que se ouve e no qual se age
- Espaço dos sentidos e espaço da sociedade
- Arquitetura não deve ser concebida como um objeto, mas como uma “interação do espaço com os eventos”
- A experiência do corpo que se move no espaço distingue a arquitetura da arte
- O movimento moderno acreditava que refletiria e modelaria a sociedade do futuro
- Devemos ir além das interpretações reducionistas da arquitetura
Bernard TSCHUMI: Notas para uma teoria da disjunção arquitetônica
- Parc de la Villette: discute-se a noção de unidade
- O projeto não precisa ter começo nem fim
- São operações compostas por repetições, distorções, sobreimposições
- Para definir disjunção, temos que ir além da ideia de limite e interrupção
- Nenhuma das partes pode transformar-se em uma síntese ou totalidade autossuficiente
- Casa parte leva à outra
- Dissociação
- Explora limites e sugere uma nova definição
- Ex: Parc de la Villette
- Ferramenta sistemática e teórica para a produção de arquitetura
Peter EISENMAN: A arquitetura e o problema da figura retórica
- Noção de local como palimpsesto, cheio de registros
- Sítio concebido em camadas; justaposição
- Sobreposição de conteúdos antigos a fim de criar um novo
- A ideia de lugar é simultaneamente negada e reforçada
- Enquanto novos lugares são criados, a noção tradicional de lugar é eliminada
- Cada lugar consiste, na realidade, em muitos lugares
- A arquitetura se converteu no inconsciente da sociedade; é a permanente invenção do habitar
- A arquitetura cria instituições
- Precisa deslocalizar sem destruir sua essência
- Cultura, história e arquitetura
- Não são fixas ou meramente aditivas
- São um processo constante de reiteração e simultânea deslocalização
- A cada momento modificam o significado e a estrutura do instante anterior
T. L. SCHUMACHER: Contextualismo: Ideais Urbanos e Deformações
- Problemas da construção no contexto da cidade
- Dar fim à destruição das áreas do centro da cidade em consequência nas novas edificações
- Contextualismo = estratégia alternativa a essa destruição
- Conciliar o urbanismo moderno com a cidade tradicional
- Propões um meio-termo entre um passado irrealista congelado, que não admite nenhum desenvolvimento, e a renovação urbana que destrói toda a estrutura da cidade
- As insuficiências e os problemas da arquitetura moderna são urbanos, não estilísticos
- Diagramas analíticos de figura-fundo
- Espaços urbanos sólidos (volumes dos edifícios)
- Espaços urbanos vazios (rua, praça)
- Cidade contemporânea: inverte a relação da cidade moderna e considera
- Vazios: figura
- Sólidos: fundo
- Cidade-no-parque
- Ex: Ville Radieuse de Le Corbusier
- Inversa à cidade tradicional
- Prédios isolados construídos em meio a uma paisagem de gramados e arvoredos
- Parece realçar os volumes dos edifícios e não os espaços que eles delimitam ou sugerem
- Edifício = escultura
- A arquitetura moderna prometeu uma utopia
- Pressões econômicas + preferências dos arquitetos => padronização da habitação (pacotes repetitivos que só podem ser edificados na cidade-no-parque) => estruturas urbanas que nada têm a ver com o homem nem com a vizinhança
- Cidade-colagem
- A cidade é composta por fragmentos, sobrepostos como “colagens”
- Manhattan x cidade medieval
- Manhattan: malha sem hierarquia, sem centros de convivência, desorientação, nenhum sentido de “lugar” (porque nenhum lugar é diferente do outro)
Rem KOOLHAAS: Por uma cidade Contemporânea + Para além do delírio
- Condições essenciais para a cidade:
- Mistura de elementos formais e informais
- Combinação de ordem e desordem
- Cidade como um território essencial de atividade
- Cidade definida pelos espaços vazios
- É mais fácil controlar o espaço vazio do que jogar com volumes cheios e formas aglomeradas
- Flexibilidade para permitir a reutilização dos edifícios
- Edifícios como uma acomodação permanente de atividades provisórias
ARGAN, COLQUHOUN,VIDLER: Tipologia e transformação
- Tipologia:
- No âmbito da arquitetura a tipologia consiste no estude de tipos elementares que podem formar uma norma pertencente à linguagem arquitetônica
- Tipo:
- Ex: colunas egípcias, e gregas (1500 anos de diferença); aqueduto romano
- A ideia de um elemento que deve servir de norma para um modelo
- A ordem formal e estrutural inerente que permite agrupar, distinguir e repetir objetos e elementos arquitetônicos
- Protótipo
- É um produto da fase de teste e planejamento de um projeto
- É diferente da maquete, que é uma miniatura
- Porque o protótipo é em tamanho real
- Estereótipo
- São generalizações feitas sobre comportamentos e características
- Arquétipo
- É o primeiro modelo ou imagem de alguma coisa
- É por isso que os arquétipos estão presentes nos mitos, lendas e contos de fadas
- São eles que dão o significado para as histórias que passamos de geração em geração
- Referências
- É o conjunto padronizado de elementos descritivos
- Inspirado, interpretação
- Modelos
- Representação em escala de um objeto real (réplica)
- Paradigma (primeira pedra)
- Define um exemplo típico ou modelo de algo
- É a representação de um padrão a ser seguido
- Programa => infinitos partidos => infinitos projetos
ARGAN: Sobre a tipologia em arquitetura
- A criação de um tipo depende da existência de uma série de construções que tenham entre si evidente analogia formal e funcional
- Quando um tipo é definido pela prática ou pela teoria ele já existia na realidade como resposta a um complexo de demandas
- Tipologia não é como só sistema de classificação, mas também como processo criativo
- O aspecto tipológico e inventivo do processo de criação é contínuo e interligado, conduz a superação das soluções do passado
- Tipologias
- Configuração complexa das construções
- Torre, lâmina, verticalidade, horizontalidade
- Elementos estruturais
- Pórticos, cúpulas, arcos
- Materialidades
- Para a arquitetura, a tipologia sempre requer uma definição formal
- A estagnação no programa de igrejas e o desenvolvimento no programa de indústrias
- Todo projeto tem um aspecto tipológico, ou você o controla ou o utiliza sem saber
- Todo edifício é uma tentativa de produzir um novo tipo
COLQUHOUN: Tipologia e metodologia de projeto
- “O recurso a alguma espécie de modelo tipológico é necessário”
- A tipologia como instrumento de memória cultural é uma condição do significado arquitetônico
- A relação entre arte e ciência entendida como tensão, continuidade e ruptura; uma distinção dos artefatos que resultam da aplicação das leis da física e que é artefato, inclusive no campo da arquitetura
- A forma era mero resultado de um processo lógico; arte e ciência se compõe num processo só
- Geodésica, Frei Otto (estádio de Munich e Centro Turístico Manhein)
VIDLER: A terceira tipologia
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