ARQUITETURA DA FELICIDADE - ALAIN DE BOTTON
Por: Thálita Leonardo • 22/6/2016 • Trabalho acadêmico • 1.023 Palavras (5 Páginas) • 721 Visualizações
ARQUITETURA DA FELICIDADE - ALAIN DE BOTTON
Preocupar-se demais com a estética de uma casa pode parecer materialismo ou egocentrismo, mas se paramos para olhar as escolhas que fazemos sobre a forma da janela, cor das paredes, cada detalhe mostra nossa personalidade. Se somos diferentes, moramos em lugares diferentes, se somos alegres, nossa casa vai ter uma decoração alegre, nossas casas refletem o que somos.
Alain conta uma história do ano de 1760 onde uma parte de Londres era apenas pasto, mas na época o incorporador conde Belford decidiu que iria construir um dos bairros mais clássicos do mundo naquele exato lugar e ele teve sucesso, o conde se debruçou sobre todos os aspectos das casas projetadas, decidiu as cores das paredes, largura da janela e altura das casas, há relatos de que ele era visto aos domingos aparando as cercas vivas para manter a percepção de uma simetria clássica. Alain deixa claro de que não devemos copiar hoje o estilo arquitetônico de Belfort, ao contrário, mas o nível de ambição artística do seu Construtor e a ousadia arquitetônica do seu design poderia servir de inspiração, o que Belfort ensina é que não precisa haver conflito entre a criação de algo bonito e algo que dê dinheiro.
O gosto popular principalmente pelas casas modernas deixa muito a desejar, as pessoas estão se preocupando mais em ter um computador novo, carro, um forno que pareça moderno, mas quando se trata da casa, de seu design há uma tremenda insegurança, as pessoas estão acostumadas com certo padrão de casa ou design e não se abrem para novas experiências, elas renunciam uma casa confortável, aconchegante para ter um computador ou celular da nova geração, em nenhum momento as pessoas deixam de pensar na tecnologia para pensar na sua casa, não sabendo que a estética de uma casa pode mudar seu dia. Acordar e olhar para o céu todos os dias sem ter que sair de casa ou ter uma linda vegetação para que possa olhar, você acaba sendo convidado a olhar para fora e acaba gostando disso. Uma casa quando mudada para melhor faz com que as pessoas apreciem a mudança de uma forma positiva não como algo assustador. A arquitetura não pode nos tornar pessoas diferentes, mas nos lembra do que somos ou podemos ser.
Stephen Calloway se incomoda muito com a feiura e diz que a beleza está em um nível maior que o conforto, a beleza de um edifício afeta diretamente o estado de espirito e felicidade de uma pessoa, ele prefere ficar em um sofá bonito e desconfortável ao invés de usar um confortável e aos olhos dele feio. Ao entrar em um espaço calmo, com paredes de cores claras como em uma igreja a pessoa já sente tranquilidade, paz, e por um momento ela se desprende das coisas do mundo.
Le Corbusier dizia que a beleza não importava o que importava era o cômodo e sua função, porém o belo também é importante, as pessoas não querem uma casa que só as proteja da chuva ou vento elas querem se sentir acolhidas em seu lar, e o tipo de arquitetura, design ou estética do edifício é que vai fazer a pessoa se sentir feliz, em paz ou desconfortável.
Em uma viajem que Alain fez a Paris nos bairros mais antigos destacou o senso de ordem, grandeza e harmonia que havia por lá que causavam uma sensação de agitação e segurança a vida urbana. Le Corbusier era totalmente contra esse estilo de arquitetura e queria substitui-lo por um grande parque com 18 torres de 60 andares. O pensamento de Le Corbusier acabou inspirando algumas pessoas sendo elas discípulos dele. Em uma entrevista, moradores de um prédio relatam o quão é difícil morar nesses edifícios altos, sem graça, que não transmitem o que um edifício devia transmitir aos moradores sensação de estar em casa, de algo confortável.
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