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Descrição do edifício Marina City - Chicago

Por:   •  8/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.302 Palavras (6 Páginas)  •  690 Visualizações

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MARINA CITY, CHICAGO- EUA.

Marina City é um conjunto residencial que foi construído na margem do rio Chicago no ano de 1964, projetado pelo arquiteto Bertrand Goldberg (1913- 1997) com características pós-modernas como seus aspectos formais e urbanos diferenciados.

O edifício possui duas torres das quais a forma nos lembram espigas de milho (se deve ao fato de Chicago ser um grande produtor deste cereal). E seus programas já seguem a proposta de uma área mais atrativa, como Bertrand mesmo denomina “uma cidade dentro da cidade”. José Mello cita:

“(...) “Uma cidade dentro da cidade”, em que ele mistura moradia, comércio e entretenimento em suas obras acreditando na transformação dos centros das cidades em novas comunidades urbanas mais vibrantes, diversificadas e sustentáveis. (...)”. (José Mello, Marina City, 15/12/2011. http://projeto292.com.br/tag/marina-city/. Acesso em 27/09/2015).

Chicago se desenvolveu muito no século XIX, pela sua localização atraiu atividades econômicas se tornando centro de comércio e transporte entre o leste e o oeste dos EUA. Em 1871 um terço da cidade foi incendiado, mas rapidamente reconstruída. Em 1920 muitas indústrias se instalaram, a industrialização e a demanda do automóvel na década de 50 colaboraram para que a população de classe média e alta se mudasse para os subúrbios. A cidade possuía infraestrutura, mas estava ficando sem habitantes.

Marina City foi criada para trazer de volta às pessoas para residirem na cidade, pois, Bertrand acreditava na economia e na cultura da cidade, permitindo que as pessoas vivessem e trabalhassem no centro, foi um modelo para o desenvolvimento urbano sendo o primeiro projeto de revitalização dos EUA. Na época foi o maior residencial do mundo e uma das edificações mais densamente povoadas, não havia nenhum projeto anterior como este que abrigava um complexo programa de serviços, comércios e habitações.

O complexo ocupa um quarteirão inteiro na State Street, e a rua é eliminada para a criação de uma “praça” com espaços que privilegiam o pedestre mesmo dividindo parte dele com os automóveis. Nesta praça estão os 5 edifícios e abrange serviços 24 horas por dia.

O projeto foi cuidadosamente concebido em termos de escala. Seria vista primeiramente da margem sul do lago, e depois das pessoas que se aproximavam pelas pontes vizinhas. Depois a visão distante em que Marina City se destaca comparados com outros edifícios das imediações da época, e até hoje, por sua composição, forma e textura de suas torres gêmeas.

Com relação à escala humana o teatro é o edifício que traz mais “intimidade” do que as outras estruturas, ele é centro do complexo, pois é neste ponto que as pessoas desembarcam e é a partir deste ponto que se tem acesso a outros através de escadas rolantes, rampas ou elevadores.

Há o jardim de esculturas que cerca a pista de patinação, localizado a frente do rio, onde as pessoas se reúnem em pequenos grupos para convívio, contemplação e lazer.

Possuí edifício de comércios e serviços, além de 896 unidades habitacionais de um e dois dormitórios, cada uma com sua varanda, em suas duas torres gêmeas, com 61 pavimentos cada, com acesso pela marina e pelo térreo. 19 destes pavimentos são estacionamentos para veículos. Na parte abaixo do térreo ficam alojados comércios, entretenimento e a marina que guarda barcos de moradores e visitantes. O que se encontrava nos subúrbios, estaria ao alcance das pessoas em um só lugar. Comparando:

(...) “ “Devido à necessidade de combater o medo e o não uso do centro da cidade, causados pelo descontentamento cívico do final dos anos 60”, disse um relatório de ulterior do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano, “a Baltimore City Fair surgiu”... como forma de promover o redesenvolvimento urbano”. A feira pretendia celebrar a vizinhança e a diversidade étnica (...) Bastou um passo para a comercialização institucionalizada de um espetáculo mais ou menos permanente na construção de Harbor Place (...), de um centro de ciências, de um aquário, de um centro de convenções, de uma marina, de inúmeros hotéis, de cidadelas do prazer de toda espécie. (...) essa forma de desenvolvimento exigia uma arquitetura totalmente diferente do modernismo austero da renovação do centro das cidades que dominara os anos 60. (HARVEY: 1992. p.90- 91)

Figura 1 Harbor Place, renovação na maneira de se pensar a cidade. Cidade do espetáculo.

Foi o maior complexo construído da sua época. A forma dos edifícios de apartamentos, cilíndrica, estava em contraste com os conceitos modernistas de linhas retas e de edifícios de apartamentos cúbicos. Tal forma foi utilizada para resistir à pressão dos ventos, sendo Chicago uma cidade de ventos fortes. O material para a construção do cilindro foi o concreto, sendo o único material capaz de criar o resultado esperado: a forma de “pétala” dos apartamentos.

RELAÇÃO DESTE PROJETO COM A CIDADE DE CHICAGO

Um empreendimento que possibilite uma variedade de usos, em contraponto ao modernismo propriamente dito no qual setoriza a cidade em função dos usos, dentro modelo urbano de cidade,

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