HIS - Qualidade e Flexibilidade

Resumo

O presente trabalho visa expor como é a habitação de interesse social da atualidade, mostrando o quanto esse sistema e falho, de diversas maneiras, tornando-se de certa forma obsoleto diante de tantas mudanças que ocorrem cotidianamente com as famílias desde a criação dos programas habitacionais.

Que por sinal muitas vezes limitam as possibilidades de melhorias das habitações, melhorias essas que se tornam necessárias de acordo com a evolução das famílias, levando em conta a vida útil da habitação.

Atualmente as habitações de interesse social estão paralisadas, são construídas com uma única delimitação de espaço, sendo no máximo 45m², independentemente se é para uma família com 3 pessoas ou 6 pessoas. Essas famílias com número maior de pessoas se veem na obrigação de se adaptar em um espaço que não é adequado para tal número de pessoas.

Por tanto conforme a necessidades dessas pessoas faz-se necessário a melhoria na construção dessas habitações e também buscar novas formas para os programas de necessidades, visando a qualidade de vida dessas famílias, propondo habitações flexíveis e de certa forma evolutivas que possam se adaptar as necessidades de cada usuário.

Introdução

Considerando que a habitação um fator determinante que influencia na qualidade de vida dos moradores e nas possibilidades de desenvolvimento dos mesmos, torna-se necessário estabelecer parâmetros de qualidade para as habitações e possibilitar que essas habitações evoluam de acordo com a evolução e necessidade de seus moradores.

Atualmente existe uma produção desenfreada de habitações de interesse social, onde existem empreendimentos gigantescos com um único tipo de planta, com habitações limitadas a 45m², que consequentemente não atende as necessidades de inúmeras famílias que adquirem essas habitações talvez pelo sonho da casa própria.

Nesses empreendimentos que chegam a mil e duzentos apartamentos existe uma diversidade entre as famílias. La estão o casal recém-casado, o casal com um único filho e também famílias numerosas, que necessitam de maior espaço para que a habitação possa ser confortável.

Sabe-se que para a aquisição da habitação existe uma demanda elevada de esforço financeiro, não só no ato da compra, mas também posteriormente, como encargos de financiamentos adquiridos, tendo em vista que a maioria das habitações de interesse social são adquiridas através do programa Minha Casa, Minha Vida. As pessoas que adquirem esses imóveis pensando no sonho da casa própria, em sair do aluguel, etc. Nem sempre essas pessoas tem um senso crítico sobre a habitabilidade e estão encantadas com todas as propagandas que são feitas sobre os empreendimentos.

Mesmo que a questão habitacional seja considerada um problema a anos, há sempre uma esperança para que isso seja revertido. Cabe aos arquitetos tentar intervir e usar sua influência e conhecimento, estabelecer relações entre qualidade e conforto e proporcionar moradias que sejam minimamente habitáveis de acordo com as necessidades de cada um. Mesmo sabendo que não é suficiente, levando em conta que os empreendedores tem situação privilegiada para impor a quantidade e qualidade das moradias.

“Constitui em arquitetura o abrigo ou invólucro que protege o homem, avorecendo sua vida no aspecto material e espiritual. Ato ou efeito de habitar. Morada. Residência”. (Eduardo Corona e Carlos Lemos - Dicionário da Arquitetura Brasileira, 1979.)

Justificativa

A habitação sempre foi considerada um desafio, ainda mais quando se trata de habitação de interesse social com qualidade. Isso acontece devido ao grande crescimento da demanda dessas habitações e também por sua relatividade. Com o passar dos anos a evolução é imprescindível, atualmente existem diversas formulações de famílias, ainda existe a tradicional família brasileira, porém existe também uma diversidade grandiosa na forma que são compostas as famílias da atualidade, além da evolução no modo de morar.

Por tanto na atualidade existem muitos problemas relacionados a qualidade da habitação de interesse social, que se a torna a cada dia mais obsoleta, necessitando sobretudo de inovações, para atender de forma integra as necessidades das famílias, proporcionando a longo prazo uma perspectiva de adaptação de acordo com a variação das necessidades do moradores durante a vida útil de uma habitação.

Metodologia

O trabalho tem o objetivo de conhecer e especificar padrões de qualidade para habitação de interesse social e evidenciar as falhas dos projetos atuais, propondo melhorias para que essas habitações possam oferecer qualidade e conforto para seus usuários e que atendam suas reais necessidades individualmente de acordo com suas características.

Histórico da Habitação de Interesse Social

Pesquisa sobre os primórdios da Habitação de interesse social, embasado em nomes como Nabil Bonduki e Raquel Rolnik.

Programas Habitacionais Busca por conteúdos que possibilitam o entendimento dos programas habitacionais no decorrer dos anos, com foco no MCMV.

Qualidade das Habitações de Interesse Social Definir um padrão de qualidade para as Habitações de Interesse Social, expondo o que é oferecido atualmente e o que é realmente uma habitação de qualidade.

Composições Familiares Pesquisa bibliográfica sobre as composições familiares.

Considerações Finais Expor conhecimentos adquiridos até o momento.

Tabela 1 – Planejamento

Fonte: Autora

Com base nos tópicos citados na tabela acima pretende-se posteriormente elaborar um projeto que atenda as necessidades expostas nos itens estudados, que contenha todos aspectos definidos por qualidade da habitação.

Histórico da Habitação de Interesse Social

A questão habitacional no Brasil é um fato recente, que começou a tomar maiores proporções, sendo discutido com maior precisão e objetividade na era Vargas, que tiveram como premissas dois temas: o primeiro seria habitação como condição básica de reproduzir a força do trabalho, o segundo seria a habitação como elemento de formação ideológica, politica e moral dos operários, sendo decisiva para a criação do trabalhador padrão, objetivo principal para a sustentação política do período. (Bonduki,