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O Barroco Frances e o Caso de Versalhes

Por:   •  27/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.616 Palavras (7 Páginas)  •  220 Visualizações

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Universidade Ibirapuera

(Arquitetura e Urbanismo-6Sem.) Teoria e história aplicada Contemporâneo

Wilton dos Santos Silva

Profa. Dra. Marcia Barros Valdivia

ARQUITETURA, PODER E OPRESSÃO - O Barroco Frances e o caso de Versalhes.

14/11/2019

O capitulo em análise do texto tem como principal objetivo explicar o funcionamento do mecanismo de propaganda e manipulação que foi utilizado por Luís XIV, delineando a relação entre a obra e o poder. Para alcançar tal tarefa, o texto explora diligentemente o contexto histórico em que a obra acontece. Com base no texto e nas referencias citadas pelo mesmo, a história do Palácio de Versalhes iniciou-se com Luís XIII, filho do rei Henrique IV, veio a Versalhes para sua primeira viagem de caça em 1607. Coroado rei em 1610, ele retornou em 1621, e seu gosto pelo local só ficou mais forte, a ponto que decidiu construir um pequeno alojamento de caça onde ele poderia passar a noite e que ficava a 23km de Paris. Por ser uma pequena residência rural, o rei Luiz XIII comprou parte do feudo de Versalhes para construir um segundo palácio em 1632.

Estes dois pequenos palácios, apesar de não ter um estilo arquitetônico elegante nem luxuoso, tinham a função de servir de residências para a realeza e de lazer. A pedido do então rei, foram colocados objetos de decoração luxuosos como cristaleira, espelhos e mobiliários. Além dos prazeres proporcionados pela caça, Versalhes também tinha a função de servir como um local para o retiro do rei, onde ele viria em busca de solidão, após o termino de seu relacionamento com sua amante platônica, Melle de La Fayette, em 1637.

Porem a história de Versalhes esta inseparavelmente ligada ao rei Luís XIV. Apesar de passar por diversas intervenções arquitetônicas, a mais expressiva em tamanho e importância, deu-se justamente com a decisão do então rei de transferir a corte real para lá. Desta maneira para satisfazer o desejo egocêntrico do rei de querer ter o maior palácio da Europa, sob o comando de Le Vau, arquitetos, engenheiros, paisagistas, escultores, pintores e entre outros profissionais que uniram esforços nesta grande empreitada. Como primeiro desafio os trabalhadores envolvidos tiveram que drenar os pântanos e nivelar o enorme terreno, tais esforços provocaram a morte de milhares de colaboradores por febre e pneumonia. Apesar dos incidentes as obras seguiram a todo vapor.

Em Versalhes, o arquiteto Le Vau mostrou habilidade e domínio da representação do infinito e da arquitetura clássica. Logo no primeiro pavimento encontra-se colunas no estilo jônico e estatuas, juntamente com formas geométricas que são proporcionais e simétricas. Para o trabalho dos jardins, o texto traz os projetos do paisagista Lê Notre, que utilizou um eixo longitudinal via de circulação para obter a ideia de infinito. Outra característica marcante que o paisagista demonstra é a de usar ao seu favor a topografia desnivelada do terreno desta maneira, com a grandeza dos jardins que transformaram e adaptaram a natureza, transmite a clara mensagem de que existia uma liderança reguladora para impor a disciplina desta sociedade.

Com a sensação de infinito, para chegar ao monarca, era necessário percorrer um extenso caminho. Ao passar por cruzamentos geométricos, estatuas e monumentos o indivíduo ia tomando conhecimento da real magnitude da obra do rei. Com uma escala progressista, a medida que se caminhava, menor se sentia o expectador com relação ao todo.

Com o tamanho da área ocupada pelos jardins, para valorizar proporcionalmente palácio, o rei contou com os melhores artistas da França e até mesmo Itália, sendo o pintor Chales Le Brun o responsável para decorar o interior de Versalhes com as obras de arte mais caras de toda a Europa. E é justamente neste interior que pode-se observar características marcantes e pesadas do barroco. Desta maneira, com luxuosidade, o chão foi revestido de mármores com cores diversas, as paredes receberam veludos estampados com a flora para então receber quadros valiosos e por fim os tetos dos aposentos recebiam um forro de estuque que depois era pintado.

Para traduzir a grandeza arquitetônica e patrimonial, o texto menciona a Escalier des Ambassadeurs, uma escadaria cujo a função era a de dar acesso ao salões principais. Sobre tal obra, Peter Burke diz que:

"... segundo os contemporâneos, era a Escalier des Ambassadeurs, a grandiosa escadaria construída para celebrar o retorno triunfante do rei de suas guerras e utilizada dali em diante em ocasiões solenes, como a chegada de embaixadores para audiências com o rei. Essa escadaria, decorada na década de 1680, mas destruída no século XVIII, pode ser reconstruída com bases em descrições da época. O tema central era, mais uma vez, o triunfo, enfatizado por muitos troféus e carros de guerra. Os inimigos da França figuravam sob as formas alegóricas de uma hidra e de um píton, mas brasões de armas não deixavam no espectador qualquer dúvida quanto a intenção de aludir a Espanha ou ao Império. Baixos relevos na escadaria representavam episódios famosos do reinado, entre os quais a reforma da justiça, a travessia do Reno, a subjugação do Franche-Comté e o reconhecimento da precedência francea pela Espanha. Deixamos a imaginação do leitor quais terão sido os sentimentos dos embaixadores espanhol, holandês e imperial ao subir essa escadaria"

BURKE. Op. cit. p. 99.

Projetada por Le Vau, esta pode ser tomada como um grande exemplo da capacidade técnica e inovadora do artista que faleceu antes da execução. Após sua morte o rei chamou Jules Hardouint-Mansart, como arquiteto oficial do reino, que ja estava envolvido nas obras do palácio. Para o autor as intervenções externas feitas por Mansart, arruinaram a parte estética do projeto, devido a repetitividade dos elementos. Porém, ao citar as intervenções feitas

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