O DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

DECANATO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

INSTITUTO DE TECNOLOGIA – DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Disciplina: PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL I - Código: IT 847 – T/P

Professor: D. Sc. HUMBERTO KZURE-CERQUERA

Aluna: THAMYRIS DA SILVA PESSÔA – Matrícula: N° 201525018-0

Em Pensando o espaço do homem, Milton Santos fala do espaço como o ambiente onde a sociedade vive, sendo caracterizado pela sociedade, não há sociedade sem espaço, a sociedade é o espaço. Porém há também o espaço material, o objeto de estudo da geografia, nomeado de espaço geográfico, que se trata de um sistema de objetos, onde é possível visualizar o todo através de suas pequenas partes. Milton Santos também o define como “acumulação desigual de tempos”.

        O espaço é um sistema interligado, que é construído e alterado através de fatores históricos, políticos, sociais, econômicos, naturais, etc. Mas o autor, persiste em um principal fator, o tempo. Segundo ele, sem o tempo a geografia perderia o movimento de transformação e para explicar a sua importância, são citados dois eixos: a sucessão e a coexistência. No primeiro, a situação atual de um espaço é justificada pelos atos passados, há uma linha definida entre o “ontem” e o “hoje”. No segundo, existe uma relação direta entre passado e presente, como acontece em uma cidade histórica, por exemplo, onde a dinâmica dos espaços urbanos e arquitetônicos influenciam a sociedade lá existente a agir em diversas ocasiões de forma distinta da sociedade de uma cidade moderna.

        Deixando o passado para trás e focando no presente, é dada ênfase à tecnologia e à ciência, fatores que contribuem para a universalização da sociedade. Empresas transnacionais têm se multiplicado, pois existe agora uma facilidade em administrar diversos setores da empresa, através das redes. A informação chega até as pessoas de forma mais rápida e direta. Uma grande produtora por exemplo, se torna capaz de planejar diversas formas de baratear sua produção, afim que seu lucro seja multiplicado. Dessa forma, procuram mão-de-obra e matérias primas mais baratas em outros países de todo o mundo. Nesse contexto industrial, há quem está “no comando” das ações e há quem contribui apenas com mão-de-obra e consumo. O Homem começa cada vez mais a se alienar sobre como os objetos funcionam, ou como os sistemas funcionam, e passam a fazer parte de um espaço que é complexo, sem entende-lo.

        Falando agora sobre paisagem, Santos afirma que ela é “o estante indicador do que é o espaço geográfico”, a paisagem é a parte visível do espaço e ela é móvel. Milton afirma também que, “o objeto possui duas faces, a verdadeira que não se entrega diretamente ao observador e a face visível, amoldada pela ideologia” (SANTOS, 1982, p. 35), e assim também é a paisagem, não é possível identificar um espaço, apenas pelo o que se percebe da paisagem, é necessário um contexto, um aprofundamento. É necessário entender além da forma e da estrutura, a função e a dinâmica histórica daquele espaço. Posteriormente, é discutido como as dinâmicas sociais afetam o espaço, exemplificando as estratégias reais e utópicas para melhorar a sociedade.