Os Princípios de Hannover
Por: Daniel Júnior • 12/4/2018 • Trabalho acadêmico • 790 Palavras (4 Páginas) • 1.059 Visualizações
Universidade Federal de Juiz de Fora[pic 1]
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Integração dos Princípios de Sustentabilidade à
Arquitetura e Urbanismo
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Relatório referente aos textos “Os princípios de Hannover”, “Dos princípios às práticas: Criando uma arquitetura sustentável para o século XXI” e “Questionário verde”.
Daniel de Paiva Dias Júnior
Isabela Feres de Paula
Professora Dr. Letícia Maria de Araújo Zambrano
Juiz de Fora
Novembro/2014
Ambas as leituras nos mostram contextualizações acerca do projeto sustentável, sendo publicadas em diferentes épocas, mas relacionando-se umas às outras.
"Os princípios de Hannover" são diretrizes gerais acerca do projeto sustentável e não funcionam como um receituário, mas sim ideias a serem seguidas. Afirma a necessidade de a humanidade parar de tentar dominar a natureza e sim tê-la como referência, como modelo. Destaca-se também a importância da natureza como uma fonte primordial de sustento da vida humana. Perpassa por diversas diretrizes, como por exemplo, a compreensão das limitações do projeto, a criação de objetos com grande vida útil e a abolição de desperdícios. Importante reiterar que os Princípios são documentos comprometidos com entendimento da relação homem-natureza, e que deve ser flexível a mudanças conforme a evolução do mundo.
Seguindo a linha de base dos Princípios de Hannover, Willian McDonough e Michael Braungart escrevem posteriormente a obra “Cradle to Cradle”, que é explicada no texto “Dos princípios às práticas: Criando uma arquitetura sustentável para o século XXI” e que vem como uma releitura feita onze anos após a publicação dos princípios. Afirma que eles foram e são muito utilizados e difundidos no mundo, mas que sofreram algumas evoluções, conforme as necessidades da época, como por exemplo, a adaptação do princípio número 6, que passa por algumas mudanças e adaptações em sua linha de pensamento.
O principal objetivo do texto é inserir essa teoria do “berço a berço”, mostrando justamente esse ciclo que deve acontecer em tudo feito pelo homem. A tal linha de pensamento é muito comentada, principalmente em relação ao 6º princípio de Hannover, no que diz respeito aos materiais que são utilizados na obra, onde os edifícios são comparados às árvores. Por fim, os autores afirmam o sucesso desse projeto, mostrando que são plausíveis economicamente e socialmente, e que tal teoria pode ser aplicada a planos regionais de cidades inteiras.
Já o “Questionário verde” nos apresenta uma série de perguntas feitas a alguns arquitetos de renome internacional a respeito do projeto sustentável.
Norman Foster define o projeto sustentável baseado na famosa frase de Mies van der Rohe: “Menos é mais!”. Para ele o bom projeto deve usar menos recursos não renováveis possíveis, ser duradouro e eficiente energeticamente. A cidade também deve ser reflexo da sustentabilidade. Elas estão crescendo muito horizontalmente, tornando-se muito densas e uma possível solução seria a sua verticalização, onde possuiriam em um pequeno lote inúmeras funções e mais perto uma das outras. O edifício verde deve ser aquele que utiliza menos energia possível, sendo também autossuficiente, visando o maior uso da energia gerada. A natureza e os costumes locais também são muito importantes e de grande destaque em suas obras, como por exemplo, a utilização de técnicas e materiais locais.
Jan Kaplicky aponta como essencial em um projeto sustentável a escolha e quantidade dos materiais utilizados na obra e, posteriormente, sua autossuficiência energética. Para o arquiteto é revolucionário o impacto da sustentabilidade sobre o projeto e afirma também que até hoje ainda não existe nenhum “edifício verde”, que temos somente pequenas tentativas de sustentabilidade. Por fim reitera a importância da natureza e suas organicidades como um modelo base de exemplo para os arquitetos.
Richard Rogers expressa a importância de o projeto não comprometer os recursos naturais em detrimento das gerações futuras e de atender a preocupações sociais e econômicas, além da ambiental. Preocupa-se com o desempenho ambiental do edifício, ressaltando a importância da eficiência energética e dos custos de funcionamento. Para ele, a natureza é uma fonte de inspiração, informação e analogia.
Para Ken Yeang, o projeto sustentável é o “projeto ecológico”, onde os materiais e a energia devem causar mínimo impacto sobre o ambiente. Aponta que a sustentabilidade não deve ser prioridade de marketing, pois ainda está em sua fase inicial. Afirma também que o sucesso de um edifício verde se dá quando este se integra aos sistemas naturais da biosfera.
Thomas Herzog afirma a sustentabilidade como uma questão fundamental, preservando os recursos naturais. É imprescindível o estudo dos materiais, da viabilidade de transporte, do planejamento energético, dos gastos, ou seja, a gestão do projeto. O edifício verde deve ter grande desempenho nessas características. Para ele a natureza oferece grande conhecimento, em questões de eficiência, desempenho, variedade de beleza e adaptabilidade e devem-se estudar seus princípios e mecanismos.
Notam-se algumas divergências de ideias de alguns arquitetos em relação à temática da sustentabilidade, porém há também inúmeras correlações e a essência do pensamento é muito similar em alguns pontos.
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