PRADO JUNIOR, Caio. "O fator Geográfico na Formação e no Desenvolvimento da Cidade de São Paulo"

PRADO JUNIOR, Caio. "O fator Geográfico na Formação e no Desenvolvimento da Cidade de São Paulo". In: A cidade de São Paulo: geografia e historia (p. 7 - 37).

O livro foi lançado em 1983, o autor explica como a região de São Paulo conseguiu a criação de um centro industrial e urbano, mesmo não tendo atrativos para isso.

"As causas que determinaram a grandeza de São Paulo vem atuando desde o inicio da colonização". Na altura de São Paulo (latitude de 24°) e partindo de São Vicente, é que a colonização litorânea primeiro ascende ao planalto e penetra o interior. No litoral existe uma faixa costeira constituída principalmente por terrenos baixos , mangues e pântanos que não são favoráveis para a agricultura e com altas medidas de temperaturas. Já no planalto existe terras altas e saudáveis que são favoráveis a agricultura e com um clima temperado, agradando os colonos com o clima e a farta mão-de-obra indígena local. Tudo isso se combina para que a pressão colonizadora se exerça com mais intensidade nessa parte do litoral brasileiro.

Existe, desde o inicio da colonização, um deslocamento do litoral para o planalto. "Por que São Paulo? De todos os pontos desta barreira que é a Serra do Mar e que separa o litoral do planalto, é justamente este, caminho do percurso da serra em território paulista, que oferece maior facilidade de acesso."

Para Leste apresenta-se a Serra do mar formando uma muralha continua de 900m de altura, com cumes de 1500 e 2000m que se estende ate o Vale do Paraíba. As condições não são melhores para Oeste. A Serra do mar torna-se escalonada em degraus sucessivos. Mas em compensação, a Serra pode se alargar ate 100 Km, apresentando uma topografia acidentada e revestida com uma densa cobertura florestal. Os rios não facilitam a passagem pois, correm paralelos, não oferecem por isso passagens para o interior. Entres as partes leste e oeste, se encontra a região de Santos onde a Serra tem cerca de 800m de altura e segue-se ao abrupto para o interior (não de uma topografia acidentada, mas de peneplano de revelo senil onde se situam as nascentes do Tiete).