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RESENHA INTRODUÇÃO MORTE E VIDA DAS GRANDES CIDADES

Por:   •  15/9/2020  •  Resenha  •  570 Palavras (3 Páginas)  •  402 Visualizações

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Escrito em 1961, o livro de Jane Jacobs “Morte e vida das grandes cidades” abalou de forma significativa o pensamento urbano do século XX. Sua obra pretendia criticar o pensamento do planejamento urbano que se encontrava vigente até então. Essa crítica era direcionada ao movimento moderno do pós-guerra, que já tinha avançado de forma considerável e que era responsável por inúmeras reurbanizações e planejamentos urbanos pelo mundo. Em sua obra, Jane, que foi moradora de Nova Iorque, foca muito mais nas cidades americanas porque foi a partir delas que entrou em contato com essas questões, mas sua discussão foi ampliada para além disso.

Na introdução do livro, a autora deixa bem claro que sua obra é uma crítica e uma ofensiva contra os princípios do pensamento do planejamento urbano moderno. Com paralelos entre decadência e soluções urbanas, ela afirma que os projetos de reurbanização pensados para as cidades não trouxeram os resultados esperados, e que muitas vezes o resultado de uma intervenção era mais negativo do que positivo. Para ilustrar sua ideia, ela utiliza exemplos de lugares que sofreram intervenções e acabaram tendo sua situação socioeconômicos pioradas, e de lugares- como o North End- que, apesar de representarem o completo oposto do que o planejamento urbano tinha como ideal de cidade, eram prósperos e obtinham o que Jacobs chama de “atmosfera de alegria, companheirismo e bem-estar”, além de terem essa qualidade refletida nos índices socioeconômicos.

Ela critica a postura dos planejadores atuais, que estavam presos aos ensinamentos acadêmicos que haviam aprendido, e que portanto não tinham disposição de analisar a “cidade real” que acontecia à sua volta. Além disso, ela chama o conhecimento de planejamento produzido até então de uma pseudociência que não e propôs a trabalhar com as investigações da realidade. Esse planejamento urbano estava preocupado com elementos que eles acreditavam ser os indicadores de prosperidade urbana- como áreas verdes, superquadras entre outros- , entretanto esse simplismo mostrou-se insuficiente para atender as questões da população.

A teoria urbanística ortodoxa mencionada no texto tem início com Ebenezer Howard no final do século XIX, que propõe uma descentralização das cidades grandes e a criação de cidades de pequeno e médio porte que possuíssem uma área rural no entorno para suprir a cidade, essa ideia de cidade era a Cidade-Jardim. Jacobs critica essa visão como utópica e paternalista, além de não levar em conta a vida cultural e diversa da metrópole. Os princípios de Howard, mesmo que não diretamente, norteiam a maior parte do planejamento urbano moderno. A repercussão desses ideais nos Estados Unidos deu origem aos descentralizadores, arquitetos e urbanistas que viam apenas pontos negativos nos centros urbanos e que priorizavam o isolamento dos subúrbios. Dessa forma que Jacobs vê uma contradição no fato de que as grandes cidades contrataram pessoas que tinham ideias que iriam desestimular os grandes centros.

Por fim, Le Corbusier aparece como o responsável por levar as ideias da Cidade-Jardim para outro nível: ao invés de cidades com edifícios baixos e poucos povoados, ele propôs espigões com alta densidade.

Jacobs propõe uma nova produção de conhecimento de planejamento urbano, uma com um olhar mais investigativo e científico, a qual ela

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