Resenha As ideias Fora do Lugar e o Lugar Fora das Ideias
Por: Mayara Vivian • 29/11/2016 • Resenha • 4.900 Palavras (20 Páginas) • 2.660 Visualizações
LUCAS ORNELAS PAULETTI
LUCAS SILVEIRA DOS SANTOS
MAYARA VIVIAN DOS PRAZERES CRUZ
Compilação de resenhas de seminário
GRUPO 10 - IAU 0315
(Atenção: apagar as numerações de página dos pré-textuais)
Compilação de resenhas do texto “As ideias fora do lugar e o lugar fora das ideias - Planejamento Urbano no Brasil” (et. al. A Cidade do Pensamento Único - desmanchando consensos) de Ermínia Maricato para a disciplina de Cultura, Ambiente e Sustentabilidade II, ministrada pela Prof. Drª. Luciana Bongiovanni Martins Schenk.
SÃO CARLOS
2016
O Livro e autora 3
Por Lucas Silveira dos Santos, USP 9039288
Capítulo V - Parênteses:
A arquitetura brasileira iria conduzir o país à modernidade 4
Capítulo IX - A representação da cidade: construção da ficção 4
Por Lucas Ornelas Pauletti, USP 8531608
Capítulo VII - O lugar fora das ideias: a realidade ignorada 7
Por Mayara Vivian dos Prazeres Cruz, USP 9807552
Capítulo VIII - Consequências da exclusão territorial. 9
Capítulo IX - Plano de Ação x Plano Diretor. 11
Capítulo VI - Aparato regulatório exagerado convive com radical flexibilidade 14
O Livro e autora
As ideias fora do lugar e o lugar fora das ideias - Planejamento Urbano no Brasil é um texto que compõe o compêndio “A Cidade do Pensamento Único - desmanchando consensos” com a associação dos autores: Ermínia Maricato, Otília Arantes - doutora em filosofia e Livre Docente pela USP e Carlos Vainer - economista e sociólogo, doutor em Desenvolvimento Econômico e Social pela Universidade de Paris I - Panthéon Sorbonne.
O texto “também” recebe bastante influência toda a comunidade USP: Flávio Villaça - arquiteto pela FAU e doutor em Geografia pela FFLCH; Roberto Schwarz - crítico literário e professor (formado em Ciências Sociais), muito interessado no legado de Antonio Candido e o próprio Antonio Candido - sociólogo e professor (doutor em Sociologia e bacharel em filosofia).
Ermínia, a autora do texto, tem graduação, mestrado e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela USP, é Livre Docente também pela mesma universidade com o título: “A política de habitação e de desenvolvimento urbano da prefeitura de São Paulo 1989/1992”. É professora visitante da UNICAMP e professora titular aposentada da USP, tem projeto de pesquisa com o título de: O impasse da política urbana no Brasil
Capítulo V
Parênteses: A arquitetura brasileira iria conduzir o país à modernidade
e
Capítulo IX
A representação da cidade: construção da ficção
Ermínia Maricato, arquiteta pela USP e grande partidária do urbanismo funcional é bastante antropofágica. Torna os colegas de outras vertentes do Saber em mentores, e mesmo que não queira transforma-se uma garota propaganda do triunvirato Cidade, Política e Povo. Seu trabalho citadamente influenciado por Otília Arantes - colega filósofa, e Schwarz como cientista social deixa evidente como a arquitetura e o urbanismo, enquanto ciência nada são além de convenções, e após aplicados em um lugar viram uma escola (seja ela a reunião de saberes ou lugar onde algo se fez errado, e toma-se lição para que não se repita).
A ideia fora do lugar implica num projeto, um ideal onde não cabe. Não é uma questão de engenharia, mas sim uma pedra cultural de tropeço, é elaborar o político e esquecer do social. No capítulo 5 - 'Parênteses: A arquitetura brasileira iria conduzir o país à modernidade', a autora vem apresentar como o Brasil entrou no mapa e com uma nota gentil de sua capital - transferida de Buenos Aires como diriam os estrangeiros até a primeira metade do século XX. Maricato nos fala do profundo desejo não só dos poucos profissionais de 1963 organizados em Petrópolis para o Congresso do IAB¹, mas também de 'Homens Bons' que tinham por objetivo a verdadeira liberdade do grilhões coloniais, e deixar o estigma de país atrasado para trás.
Na intenção de promover uma sociedade justa e moderna, usando as ferramentas do planejamento urbano, fizeram o FNRU². Entregaram uma sociedade desigual no atraso com as mesmas ferramentas, e a proposta de certa forma falhou, de alguma maneira deu certo. Citando Villaça fica exposto o porquê: Existe uma certa distância entre a funcionalidade e a proposta moderna de plano urbano bibliográfica e as práticas, sejam elas nos edifícios ou cidades. Grande parte desta diferença se dá pela estrutura de poder brasileira e seus projetos. Descontínuos, sazonais e quase sempre imediatista, logo desquitam-se do projeto intelectual de redimir o subdesenvolvimento brasileiro.
Ainda no contexto do Fórum Nacional, prezou-se e legalidade à legitimidade, como se o problema social morasse no legislação e no controle do mercado (se uma parcela da população é ilegal, justamente por ser financeiramente vulnerável, não faz sentido falar de um ou de outro).
¹ Instituto de Arquitetos do Brasil
² Forum Nacional de Reforma Urbana
Então surge uma forma recorrente, como que pano de fundo para essas considerações, e até enfadonha pela frequência (ao menos para este que escreve) por aparecer em toda literatura sobre arquitetura brasileira: Brasília. Talvez por que esta reúne toda a audácia, todas as justificativas, e todas as debilidades da época de sua idealização. Foi objeto de desejo, de um momento (raro como eufemismo para único) em que o planejamento urbano encontrou sinergia com a política.
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