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Resenha – Assentamentos Precários para Refugiados de Guerra

Por:   •  12/8/2016  •  Resenha  •  737 Palavras (3 Páginas)  •  311 Visualizações

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Resenha – Assentamentos precários para refugiados de guerra

O tema do assentamento precário para refugiados de guerra está bastante associado ao contexto das guerras e conflitos contemporâneos. Migrações de refugiados são destaques na imprensa mundial  todos os dias, cenas de horror e desespero preenchem páginas da principais mídias. Notadamente observa-se maior destaque para a migração síria e dos povos africanos, que enfrentam terríveis barreiras para viver o sonho europeu.

Tomando com exemplo a “Jungle de Calais” no norte da França observamos a catástrofe sócio espacial que existe nesse território.

A Selva de Calais configurou-se como uma “ilha” no território, totalmente isolada da cidade. Os imigrantes, esperançosos de atravessar o canal da mancha, instalam-se nas bordas de um entroncamento rodoviário, na tentativa de conseguir um meio de agarrar-se nas partes inferiores de grandes caminhões sem serem percebidos; Enquanto não conseguem fazer o trajeto pegando "carona" em caminhões, carros ou trens ou após juntar dinheiro suficiente para pagar traficantes de pessoas, esses imigrantes constroem aos poucos suas vidas ali mesmo. Vale tudo para alcançar o destino final: a Grã Bretanha.

Além da barreira física que existe entre a cidade informal dos refugiados e a cidade de Calais, há a barreira linguística, considerando que a maioria dos refugiados não fala francês  ou tem bastante dificuldade para se exprimir nesse idioma.

As condições de vida são precárias; a maior parte dos refugiados vive em tendas ou abrigos improvisados sujeitos a vento, chuvas, lama, lixo e doenças. A sarna é um dos mais recorrentes problemas de saúde no campo, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). "Temos registrado muitos casos, principalmente entre os afegãos, e realizamos dedetizações frequentes nos abrigos", diz Pierre Cami, enfermeiro do MSF, em trecho extraído de reportagem divulgada no site da BBC BRASIL em 10 de maio de 2015. Muitos refugiados resistem a receber tratamento, mas são convencidos a colaborar após longas conversas e negociações realizadas em seus próprios idiomas por tradutores e mediadores culturais do MSF.

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Imagem aérea da Selva de Calais

Para amenizar o “apartheid” constituído pelo isolamento geográfico e acentuado pela condições socioeconômicas do refugiados, surgiram algumas inciativas extraoficiais que tentam dar um pouco de dignidade ao assentamento; Na reportagem da BBC encontrou-se o relato da jovem britânica , Sarah Parker, de 28 anos , voluntária na escola Chemin des Dunes, aberta no início de fevereiro como um projeto idealizado pelo refugiado nigeriano Zimako Jones. "É mais perto do que ir à Síria ajudar os refugiados fugindo da guerra", ela explica. Graças a doações de franceses e britânicos, a escola foi construída em um barracão com duas salas de aula, uma enfermaria, um playground e uma sala de reunião. Sete dias por semana são oferecidas ali aulas de francês, inglês e artes para crianças e adolescentes. "É difícil trabalhar aqui, mas conheço pessoas do mundo todo, é muito gratificante", afirma Cami, do MSF, que acrescenta "achar uma vergonha como as pessoas estão sendo tratadas em plena França". "É uma vergonha para mim como francês." O britânico Steven Jones concorda. Há três semanas, ele visita Calais como voluntário, doando roupas e alimentos. Junto, traz seu filho Samuel, de 14 anos. "Vi as notícias sobre os refugiados em Calais na TV e não pude deixar de fazer algo. Conheci muitos outros voluntários aqui, mas é uma tristeza ver como os governos estão distantes das preocupações e do que querem seus cidadãos", diz Jones.

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