A Contabilidade Criativa
Por: Land Seixas Filho • 3/5/2019 • Trabalho acadêmico • 896 Palavras (4 Páginas) • 254 Visualizações
Contabilidade Criativa:
É uma prática que não infringe os atos regulatórios, contudo, fere princípios éticos da Ciência Contábil, além de induzir os usuários das demonstrações financeiras a erros de avaliação da real situação patrimonial da firma.
Ela está focada, principalmente, nas flexibilidades presentes nas normativas contábeis.
A contabilidade criativa é a utilização de normas contábeis aceites (em vigor) de uma forma flexível e possível porque nas normas existem omissões e/ou diferentes possibilidades de interpretação, o que leva a práticas diferentes daquelas que era suposto vigorar (diferença entre o espírito da lei e a letra da lei).
Fraudes contábeis:
É qualquer ação executada com a intenção de enganar, a fim de obter um resultado favorável e ilícito em detrimento de outrem. A fraude contábil envolve a manipulação de informações, registros e resultados, ferindo as leis, os princípios e as normas de Contabilidade, a falsificação e/ou alteração dos registros, a apropriação indevida dos ativos e as transações incorretas ou inadequadas frente às políticas, normas e legislação vigentes no País.
Semelhanças:
As práticas na Contabilidade Criativa, bem como nas Fraudes contábeis são intencionais, isto é, ambas se caracterizam pelo ato intencional, ambas alteram os resultados da realidade da entidade. Só que, na Fraude contábil, esta ação é qualificada como crime; enquanto que na Contabilidade Criativa, o ato intencional, é considerado legal, não é crime.
Impactos na sociedade:
As práticas da Contabilidade Criativa e de Fraudes contábeis fazem com que a sociedade se sinta diretamente atingida por esses atos, ou seja, a comunidade sofre ao se sentir na condição de enganada diante de tais atos.
Ações advindas da Contabilidade Criativa, e/ou, posteriormente, da fraude contábil, são elementos que contribuem para a propagação de efeitos negativos sobre a economia mundial. Por exemplo, uma crise financeira pode ocorrer no mercado imobiliário, afetando a economia em todo o mundo.
Economicamente, as fraudes proporcionam grandes prejuízos. Segundo Albrecht (2003), as fraudes contábeis, que manipulam desonestamente os resultados da organização, causam sérios problemas aos usuários externos da informação. Esses danos geram perdas no âmbito financeiro e prejudicam a alocação dos recursos escassos na economia mundial.
Essas práticas causam desconfiança no poder dos mercados, isto é, vai acabando, aos poucos, com a credibilidade da contabilidade, e as informações por ela fornecidas passam a não ter tanta importância.
Portanto, todos os agentes econômicos do sistema que envolve a Contabilidade Criativa e a Fraude contábil acabam sofrendo as consequências, mesmo que em diferentes proporções.
Os grandes casos de fraudes contábeis no mundo e seus impactos na sociedade.
- Caso Enron:
A maior fraude financeira na história foi detectada na Enron Corporation, empresa especializada no campo de energia e com capital aberto negociado em ações na bolsa de valores americana. Durante alguns anos ela integrou o grupo das dez empresas mais inovadoras do país, suas ações subiam de forma expressiva, até que em 2001 começaram a surgir às evidências de fraudes contábeis em suas demonstrações financeiras. A Enron utilizava-se de empresas coligadas e controladas para aumentar resultados, desviava dívidas para associadas para manter esses débitos fora do balanço camuflando despesas e superestimava seu lucro a um ponto que suas ações chegaram a valores recordes por tanta demanda dos investidores. De acordo com Obringer (2005), a empresa vinha usando um método contábil conhecido como mark to marked, técnica usada por pessoas de corretagem de importação e exportação. Também contava ganhos projetados de energia a longo prazo como receita corrente, aumentando o rendimento e manipulando projeções para rendimentos futuros. Após a descoberta das fraudes a empresa não suportou a pressão, suas ações caíram a valores desprezíveis e teve decretada sua falência em dezembro de 2001. A empresa de auditoria Arthur Andersen, responsável por auditar a Enron, naquela época perdeu toda a credibilidade, fama e prestígio após a ocorrência de tal fato. O caso repercutiu tanto em nível internacional que desencadeou a criação de uma severa lei estadunidense que serve de padrão para o mundo, denominada Sarbanes-Oxle.
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