Aspectos dos Controles Internos da Lei SOX

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS[pic 1]

        

        Professor: Ricardo Ozorio        

Aluno: Luis Otavio Palandi

Caxias do Sul, 12 de julho de 2017.

1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Este trabalho consiste na análise do relatório anual do exercício de 2016 da empresa Cyrella Brazil Reality. Foram identificados os “pontos de atenção” e processos chaves da empresa e ainda os riscos de controle de dois dos processos destacadas. A partir da utilização os demonstrativos financeiros da empresa, tais como o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e as notas explicativas, desenvolveu-se uma revisão analítica, a qual faz parte as análises horizontal e vertical e o cálculo de diferentes indicadores. Posteriormente foi emitido comentário a respeito dos indicadores e do comportamento da empresa ao longo de seus dois últimos anos.

1.2. PANORAMA ATUAL E PONTOS DE ATENÇÃO

O final do ano de 2016 foi marcado por novas turbulências políticas mas também por uma volta da confiança dos agentes econômicos no país. A aprovação de reformas importantes, como a do teto de gastos e a perspectiva de aprovação de outras, como a trabalhista e a da previdência, impulsionaram essa melhoria. Apesar de a atividade econômica e o nível de desemprego ainda não terem reagido a essas mudanças, os resquícios da crise trouxeram um arrefecimento na inflação e impulsionaram o início da queda das taxas de juros, porém os bancos estão mais restritivos e o crédito para o consumidor final permanece ainda caro e escasso. Além disso, o desemprego em alta e a confiança em baixa afetaram as vendas e, junto com o crédito, foram responsáveis pela alta do volume de distratos. Como consequência, a Cyrela teve o maior volume de distratos da sua história, fator que impactou as vendas líquidas, a receita líquida, bem como a geração de caixa do ano. Alguns pontos importantes a serem considerados, visando um possível planejamento de auditoria das Demonstrações Financeiras, seriam:

• O setor imobiliário é altamente dependente da disponibilidade de crédito no mercado e a política de crédito do Governo Federal afeta significativamente a disponibilidade de recursos para o financiamento imobiliário, influenciando o fornecimento e a demanda por propriedades.
• O setor de construção civil depende da retomada do crescimento que marca o ambiente do novo governo. A retomada esperada para o crédito, essencial para o segmento imobiliário residencial, tende a beneficiar a companhia.
• Apesar de ter elevada solidez financeira, o perfil do passivo da companhia é de curto prazo, com o duration de sua dívida mantendo-se baixo.
• A redução na atividade econômica e juros elevados têm impacto direto sobre as vendas de imóveis e representam risco de aumento de estoques para empresa.
• Apesar do ambiente de grandes dificuldades, a empresa conseguiu bom acesso a bancos e ao mercado de capitais, o que possibilitou captar recursos a custos menores.
•  Diminuição nas taxas de inflação afetam o mercado imobiliário na medida em que aumentam a atividade econômica, o consumo e o investimento.
• Desemprego ainda elevado potencializa número alto de rescisões por parte dos clientes, o que aumenta o número dos distratos.

• A empresa tem a cultura de preservação de liquidez e controle da alavancagem financeira, isso gera segurança à companhia que trabalha com níveis controlados de passivo em relação às suas disponibilidades e que consegue, dessa maneira, manter taxas mais atrativas de captação de recursos.

1.3 PROCESSOS CHAVE DA EMPRESA

- Estratégia;

- Orçamento/Planejamento;

- Projetos;

- Produção;

- Documentação;

- Tecnologia da Informação;

- Ambiental;

- Compras;

- Vendas;

- Recursos Humanos;

- Jurídico;

- Financeiro;

-Contábil.

- Segurança e medicina do trabalho;

- Qualidade;

1.3 RISCOS DE CONTROLE

Orçamento/Planejamento

> Orçamento insuficiente ou mal elaborado para execução do projeto.

> Custo final do produto inviável para comercialização.

 > Planejamento estipular o tempo para execução do empreendimento de forma errônea.

> Orçamento sem a previsão de custo de atividades que estão no planejamento.

> Falta de mão de obra especializada para execução do empreendimento.

> Planejamento não contemplando todas as atividades requeridas para execução do empreendimento.

> Risco de aumentos significativos dos insumos/mão de obra.

> Tempo de execução extensa afetando diretamente o orçamento.

> Inviabilidade de planejar a execução da tecnologia requerida para execução do projeto.

> Tempo para execução em desacordo com o tamanho do projeto;

Projetos

> Falta de compatibilização de projetos.

> Projetos elaborados em desconformidade com a legislação.

> Projetos divergentes do memorial descritivo do empreendimento.

> Inviabilidade de executar o projeto, por falta de tecnologia.

> Projetos impróprios para o local de execução.

> Projeto com custos elevados para execução.

> Profissionais mal qualificado para realização dos projetos.

> Alteração de legislação que afete o projeto.

> Adversidades econômicas que inviabilizam o projeto.

> Projetos incompatíveis com a realidade da financeira da empresa.

1.4 REVISÃO ANÁLITICA

Ao elaborar a revisão analítica dos balanços da Cyrella, pode-se perceber que a crise do pais trouxe prejuízos relevantes para a Companhia. Porém para o longo prazo, pode-se entender que a Cyrela tem ainda uma posição confortável dentro do setor e, em função de sua estrutura financeira sólida.

Como consequência do atual momento do pais, o desempenho de vendas líquidas e o alto volume de distratos, fez com que o nível de receita da Companhia ficasse bastante pressionado, impactando diretamente no lucro líquido. Analisando o desempenho do ano de 2016 através da DRE, podemos observar na análise horizontal que embora a receita líquida tenha tido uma queda de 26,40% no período, o lucro líquido da empresa caiu em cerca de 66%. Esse motivo também impactou diretamente no consumo de caixa da empresa, que chegou há R$278 milhões no período, provocando quedas das reservas de capital e reserva de lucros do patrimônio liquido. As demais principais contas de resultado, como EBIT, também mostram queda nos períodos comparativos.

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