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Laboratório IV - Contabilidade - Estacio

Por:   •  26/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.299 Palavras (22 Páginas)  •  1.402 Visualizações

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Caso da Cia ABC

  1. Com base nas informações disponíveis, efetue um resumo das falhas nos sistemas contábeis e de controles internos, destacando os seguintes aspectos:

  1. As possibilidades de fraudes e desvios de bens e valores da empresa auditada.
  2. A falta de segregação de determinadas funções e atividades.
  3. A existência de contingências fiscais e trabalhistas.
  4. As deficiências do sistema de contabilidade e escrituração fiscal.
  5. Demais falhas no sistema de controles internos.
  1. Prepare um papel de trabalho de análise do saldo de duplicatas a receber e da provisão para créditos de liquidação duvidosa.
  1. Em virtude das falhas e problemas constatados, é possível a emissão de um parecer de auditoria sem ressalva, considerando que o saldo de duplicatas a receber é um dos mais relevantes do ativo? Considere também os possíveis efeitos nos estoques, nas vendas, custo das mercadorias vendidas, resultado do exercício, existência de contingências fiscais e trabalhistas etc.

Informações disponíveis

Em decorrência da auditoria, efetuada pela primeira vez, das demonstrações contábeis de 31.12.X0, da Companhia ABC, o auditor obteve as seguintes informações sobre as duplicatas a receber e vendas a prazo

  1. Saldo contábil em 31.12.X0 das duplicatas a receber, conforme razão sintético: R$ 3.800.000.
  2. Saldo na mesma data conforme listagens e demais controles do setor de crédito e cobrança, responsável pelo faturamento e contas a receber: R$ 3.520.000.
  3. O auditor não obteve explicações para a diferença, visto que não são feitas reconciliações dos saldos contábeis com os controles físicos das contas a receber.
  4. De acordo com o contador, Sr. Banana Perdidinho Certeza, não é possível efetuar as reconciliações, visto que não há contas analíticas na contabilidade.
  5. A provisão contábil para créditos de liquidação duvidosa foi efetuada de maneira consistente em relação aos exercícios anteriores, na base de 1% do saldo contábil das duplicatas a receber.
  6. O contador não sabe se esta provisão é suficiente, visto que não recebe dos advogados, relações periódicas dos saldos dos clientes inadimplentes.
  7. Durante os três últimos anos, foram contabilizadas baixas como devedores incobráveis de diversas duplicatas, no total de R$ 2.700.000, e pelo menos 90% são duplicatas de valor inferior a R$ 10.000. O total de R$ 2.700.000 representa 2% das vendas a prazo nesses três anos.
  8. Tais perdas foram contabilizadas como operacionais e consideradas como dedutíveis para fins de apuração do lucro tributável. O contador não sabe se foram esgotados todos os recursos legais e judiciais para a cobrança de tais duplicatas.
  9. Devido a tratar-se de informações confidenciais do setor comercial, a contabilidade não recebe a relação detalhada dos clientes devedores. Os lançamentos contábeis das baixas são efetuados com base em memorandos internos assinados pelo gerente de crédito e pelo Diretor Comercial.
  10. As baixas das duplicatas incobráveis são aprovadas e autorizadas pelo gerente de crédito e cobrança. Para as duplicatas de valor superior a R$ 10.000, há necessidade também da aprovação do Diretor Comercial.
  11. Por falta de tempo dos seus funcionários, o setor de crédito e cobrança não dispõe de um demonstrativo de contas a receber (aging list) agrupado por vencimento das duplicatas.
  12. Os controles do setor de crédito e cobrança são todos informatizados. O acesso ao sistema pode ser efetuado pelo gerente desse setor mais três funcionários antigos e de confiança da Companhia MC Ltda., sendo dois do próprio setor, além da secretária do Diretor Comercial.
  13. Tais pessoas têm autorização para modificar as informações cadastrais, bem como os dados de entradas e saídas pelas baixas. Usam a mesma senha, para facilitar a memorização de todos, principalmente a secretária, Dona Matusalém, a funcionária mais antiga da companhia.
  14. O gerente do setor de crédito e cobrança é o responsável pela aprovação dos limites de créditos nas vendas a prazo. Para facilitar o fluxo de informações e o trâmite dos processos, seu setor está subordinado diretamente ao Diretor Cornercial, Dr. Bond E. Vendas Gel Adas. As vendas a prazo representaram, em média, nos últimos cinco anos, 70% do total das vendas.
  15. A vendas a vista são realizadas e recebidas pelo almoxarife da filial, que não dispõe de uma relação de emitentes de cheques com insuficiência de fundos. No final do dia, os valores recebidos — cheques ou dinheiro — são entregues para a tesouraria.
  16. Nunca foi efetuada uma circularização de clientes, para a conferência dos saldos. A diretoria da Companhia ABC Ltda. acha desnecessário tal procedimento, visto que os clientes são de confiança.
  17. São pagas comissões sobre as vendas de 2% para os vendedores e de 5% para o gerente de vendas da filial e para o Diretor Comercial. As comissões são devidas, mesmo que o cliente não pague a duplicata. As vendas são realizadas em todo o território nacional por 23 antigos vendedores, que não são funcionários da empresa, sendo que a maioria não possui o registro de autônomo, para diminuir a burocracia, de acordo com informações da Diretora de Recursos Humanos, Dra. R. H. Sperta.
  18. Todos os produtos vendidos são despachados pela filial localizada na cidade de São Paulo, no mesmo prédio da matriz. A fábrica localiza-se em uma aprazível cidade do interior, distante cerca de 300 quilômetros da capital.
  19. As comissões sobre as vendas de um mês são pagas no quinto dia útil do mês seguinte. A contabilidade não provisiona tais gastos, para evitar problemas com a tributação do imposto de renda sobre o lucro do exercício.

Em decorrência da constatação das falhas nos controles internos, o auditor selecionou, para circularização, os dez clientes com saldos superiores a R$ 50.000, com base nos controles analíticos do setor de crédito e cobrança, como segue:

[pic 1]

Como conseqüência da circularização de saldos efetuada pela auditoria em 20 de janeiro de X1 foram obtidas as seguintes respostas:

  1. Oito clientes responderam à circularização da auditoria.

  1. Três confirmaram os saldos de 31.12.X0, como segue:
  1. Benedito Francisco & Irmãos                 — R$ 145.200.
  2. Justino, Justus , Cabral & Associados        — R$ 172.800.
  3. Maior do Sertão Indústrias Reunidas        — R$   50.080.
  1. Cinco contestaram o saldo, conforme detalhes a seguir:

[pic 2]

[pic 3]

[pic 4]

[pic 5]

[pic 6]

  1. Clientes que não responderam à circularização da auditoria

Como dois clientes não responderam, o auditor aprofundou seus testes e pesquisas, obtendo as seguintes informações

  1. Esquadrias Industriais Belo Horizonte 5. A. — R$ 250.000

As duplicatas estão vencidas desde 31.01.X0, sendo que o cliente faliu e não possui bens que garantam a recuperação do crédito da Companhia ABC Ltda. A empresa pertence ao genro do Diretor Comercial, que também era sócio da Comércio e Indústria Compra e NãoPaga, também falida, sendo que a falência foi solicitada pela Companhia ABC Ltda.

  1. Fábrica de Artefatos Industriais Grande São Paulo Ltda. — R$ 97.000

 

As duplicatas estão vencidas desde 02.03.X0. Na realidade, a empresa nunca exerceu suas atividades, sendo aberta em 15.01.X0 apenas para dar um golpe no mercado, pelo estelionatário Nicolau Bond Bico, velho conhecido da polícia como Lalau. O crédito foi aprovado pelo Diretor Comercial, com base em recomendação do Gerente de Vendas da Filial, Sr. Paulo Honestão. Não houve investigação das informações cadastrais, em virtude de o cliente ter pressa na aquisição das mercadorias.

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