Resenha Crítica: Histórias Cruzadas
Por: Nayara91 • 13/4/2018 • Resenha • 1.095 Palavras (5 Páginas) • 5.269 Visualizações
HISTÓRIAS CRUZADAS. Direção: Tate Taylor, Produção: Chris Columbus. EUA: Dreamworks, 2011.
Com base no livro americano “A Resposta” (The Help - Kathryn Stockett), que relata a saga das empregadas domésticas negras dos Estados Unidos na década de 1960. O filme tem como ambiente principal a comunidade de Jackson, no Mississippi e traz o ponto de vista das empregadas deste local que trabalhavam em lares da elite branca. A história é contada pela personagem Aibileen (Viola Davis), que perdeu seu filho de forma trágica, deixando sua casa para trabalhar como empregada, tendo que aguentar humilhações todos os dias, assim como sua amiga Minny (Octavia Spencer), que após usar o banheiro de sua patroa Hilly (Bryce Dallas Howard), é despedida de uma forma cruel.
O preconceito se torna o tema principal do filme e descreve as situações em que muitas das empregadas desta época vivenciavam no seu dia a dia, sofriam preconceito desde a saída da sua casa, como o transporte público que era segregado entre negros e branco e suas atividades durante o trabalho nos “lares brancos”, onde sofriam um tratamento diferencial, como as separações de utensílios recebiam um baixo salário e sem nenhum benefício, não podiam expressar suas opiniões e possuíam uma alta jornada de trabalho. O preconceito na história chega ao cúmulo do absurdo quando a personagem Hilly Holbrook cria um projeto de lei voltado para a saúde, com o intuído de “obrigar” que toda casa possuísse um banheiro particular para os negros, pois acreditavam que os mesmos transmitiam doenças, e inclusive este projeto teve o total apoio do governador. Porém o preconceito racial não se limitava somente nos lares, e sim na sociedade em geral, como a separação de escolas, faculdades, hospitais, lanchonetes, ou seja, havia um ambiente destinado apenas aos brancos e outros somente aos negros.
Observa-se que não é apenas o preconceito racial que se encontra presente na história, pois uma questão bastante abordada é a repreensão do papel feminino diante a elite branca, onde as mulheres são destinadas a arrumar um bom casamento, ter filhos e passar a cuidar do lar e do marido e se caso não seguissem esta regra, seriam descriminadas pela alta sociedade, proporcionava discussões familiares e seria denominada “hippie”, como foi o caso de Eugenia Skeeter Phelan, que apresentava um comportamento mais revolucionário diante as demais mulheres de sua idade. E também havia o preconceito social contra Celia Foote, que decorria de uma origem pobre e assim foi apelidada de “favelada branca”.
O ambiente apresentado na história proporciona diversos determinantes que contribuem para a formação da personalidade dos personagens principais, como a cultura, ou seja, já havia uma cultura local onde todos os indivíduos, principalmente as mulheres de classe alta tinha que ter uma empregada negra para cuidar da casa e de seus filhos, assumindo muitas vezes o seu papel de mãe. Essa cultura era transmitida de geração em geração, é um fato que comprova este exemplo e quando Aibileen Clark se pergunta o porquê das crianças se tornarem iguais as suas mães quando adulta - pois as mesmas eram alimentadas, vestidas e recebiam todo carinho possível das empregadas, e que muitas vezes essas crianças a chamavam de mãe. Como já descrito no terceiro parágrafo, havia um padrão imposto a ser seguidos por essas crianças, tornando as fúteis e alienadas. Outro fator influente no filme é a classe social, onde os brancos possuíam maior poder sobre os negros, obtinham maiores privilégios e determinava o seu modo de viver, uma cena do filme que reflete bem este poder é quando Eugenia Skeeter pergunta a Aibileen como ela sabia que se tornaria empregada um dia, e Aibileen responde – “Eu sou uma empregada, minha mãe foi empregada e minha avó foi uma escrava caseira”, ou seja, a sociedade não proporcionava outras oportunidades as mulheres negras a não ser o trabalho doméstico, como a situação demonstrada pela filha de Minny Jackson que abandona a escola e arruma um emprego de domestica para ajudar financeiramente seus pais. A questão da família
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