A Contribuição para crítica da economia política
Por: talitafacco • 29/10/2017 • Resenha • 1.144 Palavras (5 Páginas) • 282 Visualizações
MARX, Karl, Contribuição para a crítica da Economia Política, p. 231-235
Texto escrito por Karl Marx em Londres, janeiro de 1859, Prefácio à sua obra Contribuição Para a Economia Política.
No Prefácio à Contribuição Para a Economia Política Karl Marx apresenta seu estudo da economia. Um trabalho dividido em capítulos ordenados em: Capital, Propriedade e Trabalho assalariado, referindo-se às três classes sociais que observava então.
Seus estudos político econômicos estavam em forma de monografias. No terceiro parágrafo deste texto explica que seu conhecimento inicial, jurisprudência era auxilio pra sua produção em filosofia e história. E sua atuação nas questões econômicas acontece a partir de seu debate exercido na função de redator da Gazeta Renana onde esteve,
“pela primeira vez, na embaraçosa obrigação de opinar sobre os chamados interesses materiais. Os debates da Dieta renana sobre os delitos florestais e o parcelamento da propriedade fundiária, a polêmica oficial que o sr. Von Schaper, então governador da província renana, travou com a Gazeta Renana sobre as condições de existência dos camponeses do Mosela, por último, as discussões sobre o livre-câmbio e o protecionismo, proporcionaram-me os primeiros motivos para que eu começasse a me ocupar das questões econômicas” (p 232).
Saiu do debate público (na Gazeta) e se recolheu no seu “gabinete de estudos” onde, pra responder suas dúvidas, começou estudando a
“Filosofia do Direito, de Hegel, trabalho cuja introdução apareceu nos Deutsch-Französische Jahrbücher [Anais Franco-Alemães], publicados em Paris em 1844. Minhas investigações me conduziram ao seguinte resultado: as relações jurídicas bem como as formas de Estado não podem ser explicadas por si mesmas, nem pela chamada evolução geral do espírito humano; estas relações têm, ao contrário, suas raízes nas condições materiais de existência, em sua totalidade, relações estas que Hegel, a exemplo dos ingleses e franceses do século XVIII, compreendia sob o nome de “sociedade civil” [bürgerliche Gesellschaft]. Cheguei também à conclusão de que a anatomia da sociedade burguesa deve ser procurada na Economia Política”. (p.232 e 233)
Refere-se a sua itinerância devido a expulsões. Diz que o resultado do estudo da sociedade burguesa foi um guia pras suas observações e análises futuras, concluiu que
“na produção social da própria existência, os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes de sua vontade; estas relações de produção correspondem a um grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. A totalidade dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas sociais determinadas de consciência. O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência. Em certa etapa de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes, ou, o que não é mais que sua expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais elas se haviam desenvolvido até então. De formas evolutivas das forças produtivas que eram, essas relações convertem-se em entraves.”(p 233)
Aí estão dadas condições para revolução social. Nessa fase conflitante distingue-se
“a transformação que se produziu na base econômica transtorna mais ou menos lenta ou rapidamente toda a colossal superestrutura. Quando se consideram tais transformações, convém distinguir sempre a transformação material das condições econômicas de produção – que podem ser verificadas fielmente com a ajuda das ciências físicas e naturais – e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em resumo, as formas ideológicas sob as quais os homens adquirem consciência desse conflito e o levam até ao fim”. (p 233)
Explica que o desenvolvimento das forças produtivas é que determinam o estágio da transformação social ou substituição de modos de produção, quando diz que o
problema só se apresenta quando as condições materiais para resolvê-lo existem ou estão em vias de existir. Em grandes traços, podem ser designados, como outras tantas épocas progressivas da formação econômica da sociedade, os modos de produção asiático, antigo, feudal e burguês moderno. As relações de produção burguesas são a última forma antagônica do processo de produção social, antagônica não no sentido de um antagonismo individual, mas de um antagonismo que nasce das condições de existência sociais dos indivíduos; as forças produtivas que se desenvolvem no seio da sociedade burguesa criam, ao mesmo tempo, as condições materiais para resolver este antagonismo.” (p 234).
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