A Resenha de O mercador

O filme O Mercador de Veneza sem dúvida foi uma bela adaptação da obra prima de Shakespeare, ele nos remonta à uma época delicada no contexto histórico da Veneza medieval, onde por mais que os judeus fossem semelhantes aos cristãos, existia um profundo desrespeito à pessoa humana, pois o estado em si impunha leis que limitavam taxativamente vários dos direitos que gozamos de total liberdade hoje, sem contar na perseguição religiosa que também sofriam por parte dos fanáticos religiosos.

Antonio, o desafortunado mercador que por conta da amizade concordou em colocar sua vida em risco por um empréstimo, sempre feriu a dignidade humana de Shylock, o perseguindo pelo fato de ser um judeu, a perseguição de Antonio com Shylock fere nossa concepção atual de direitos humanos e de liberdade religiosa, causando até mesmo danos morais pela relação de desprezo que tinha com ele, já Shylock, sofria constantemente por ser judeu em uma sociedade notóriamente antissemita, além de ter seus direitos de liberdade religiosa e de ir e vir corrompidos, era proibido de exercer a maioria dos ofícios, sendo obrigado à se dedicar ao agiotismo, Shylock poderia muito bem ser uma vítima na peça, porém cometeu um sério desrespeito aos direitos humanos ao cobrar de Antonio uma libra de sua carne caso sua dívida não fosse paga, ao fazer isso, o agiota dita uma sentença de morte ao mercador, ferindo o direito à vida, e consequentemente o submetendo à tortura durante o processo.

Felizmente pelo notório saber jurídico da jovem Portia, o pior não aconteceu, e Shylock viu pela primeira vez um ato de clemência por parte de Antonio, mesmo que a sentença o obrigasse à uma conversão compulsória ao cristianismo ( algo que fere sua liberdade religiosa pelo visto ).

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