A Sociedade da Transparência
Por: blastterpedro • 20/11/2023 • Resenha • 2.643 Palavras (11 Páginas) • 61 Visualizações
SOCIEDADE POSITIVA
O texto discute a crescente ênfase na transparência na sociedade atual, destacando que a transparência é frequentemente associada à liberdade de informação. No entanto, o autor argumenta que a busca excessiva pela transparência pode levar a uma sociedade positiva, na qual a negatividade é eliminada em favor da positividade. Isso significa que as coisas se tornam rasas, planas e sem profundidade, adequando-se ao fluxo do capital, da comunicação e da informação.
A sociedade da transparência é descrita pela eliminação da negatividade, tornando tudo operacional e sujeito a cálculos e controle. O texto argumenta que essa sociedade uniformizada e positiva é totalitária em sua busca pela transparência, eliminando a alteridade e o mistério.
Além disso, o texto enfatiza que a linguagem transparente e mecânica elimina a ambivalência e a complexidade da linguagem humana, e a sociedade positiva não tolera lapsos de informação, esquecimento ou vazio. Isso pode prejudicar a capacidade de julgamento humano, que muitas vezes transcende a quantidade de informações disponíveis.
O autor também argumenta que a busca pela transparência elimina o sofrimento, a paixão e a profundidade da vida humana, tornando-a uma sociedade sem felicidade. Ele destaca que a negatividade desempenha um papel fundamental na formação da alma humana e na criatividade.
Por fim, o texto argumenta que a transparência na política pode paralisar a ação estratégica e que a teoria, como negatividade, é essencial para a compreensão da realidade. Ele critica a sociedade da opinião e destaca que a transparência estabilizou o sistema existente, levando à pós-política.
Em resumo, o texto aborda as implicações da busca excessiva pela transparência na sociedade, argumentando que ela pode levar a uma sociedade positiva, uniformizada e desprovida de negatividade, o que pode ter consequências profundas para a vida humana e a política.
O texto que aborda o tema da transparência na sociedade contemporânea e como esse conceito está se tornando predominante. A transparência é vista como uma cooperação sistêmica que afeta todos os aspectos da vida social, buscando eliminar a negatividade em favor da positividade. Isso implica em tornar as coisas mais rasas e planas, eliminar a resistência ao fluxo do capital, da comunicação e da informação.
A sociedade da transparência é descrita como uma sociedade onde tudo se torna operacional e calculável, onde o tempo se torna linear e o futuro é otimizado no presente. No entanto, essa busca pela transparência é vista como problemática, pois pode levar a uma uniformização da sociedade, eliminando a alteridade e a diversidade.
O texto argumenta que a transparência não é necessariamente positiva, pois pode eliminar a negatividade que é essencial para a existência humana, como o sofrimento, a paixão e a complexidade. Além disso, a transparência na comunicação e na política pode ser paralisante e impedir a tomada de decisões acertadas.
O autor também critica a ideia de que a transparência total seja prejudicial, argumentando que a falta de transparência do outro é necessária para manter relacionamentos vivos. Ele destaca que a autonomia e a liberdade implicam o alcance do que não se compreende no outro.
O texto conclui que a busca pela transparência total pode levar à falta de felicidade e ao empobrecimento da existência humana, eliminando uma negatividade que é fundamental para a profundidade e a riqueza da vida. A transparência não é equivalente à verdade e, na verdade, pode levar à falta de precisão e à supervisão do positivo sem direção ou sentido.
SOCIEDADE DA EXPOSIÇÃO
Este texto aborda as mudanças na sociedade contemporânea, especialmente no contexto da era digital, com ênfase na transformação das percepções e valores relacionados à visibilidade e à exposição. Abaixo está um resumo das principais ideias do texto:
Walter Benjamin argumenta que, no contexto de objetos de culto, como obras de arte, é mais importante que esses objetos existam do que sejam vistos. Seu valor cultural reside em sua existência, não em sua exposição.
A prática de manter objetos de culto reclusos e inacessíveis eleva seu valor cultural, pois a negatividade do isolamento e das restrições de acesso é fundamental para esse valor.
Na sociedade contemporânea, as coisas são importadas mercadorias que precisam ser vendidas para ter valor, e seu valor cultural desaparece em favor do valor expositivo.
O valor expositivo é central no capitalismo, pois se baseia na maximização da atenção do público, não na produção de bens materiais. O objetivo é chamar a atenção e criar valor por meio da exposição.
Benjamin observa que, na fotografia, o valor expositivo substitui completamente o valor cultural. No entanto, destaca que o "rosto humano" ainda mantém um valor cultural em fotografias, especialmente aquelas que representam esses queridos.
Na era digital, especialmente com a ascensão das redes sociais, uma noção de “rosto humano” se transformou em “face”, que é puramente voltada para o valor expositivo. A cara se tornou uma mercadoria exibicionista.
A fotografia digital é caracterizada pela ausência de negatividade, envelhecimento e morte. É um positivo puro, e sua falta de negatividade é um traço distintivo.
A sociedade contemporânea se caracteriza pela difusão. Todos são incentivados a se exportar e a maximizar seu valor expositivo, levando à coisificação do corpo e da identidade pessoal.
A cooperação por exposição transforma o mundo em um espaço de exposição, prejudicando a ideia de habitar e promovendo a propaganda para aumentar o capital da atenção do público.
A hiper comunicação, a busca pelo valor expositivo e a falta de distância na sociedade contemporânea levam à superficialidade, à falta de contemplação estética e à eliminação da negatividade.
A falta de distância na sociedade contemporânea não é uma verdadeira proximidade; ao contrário, ela anula a verdadeira proximidade que é rica em espaço e significado.
A transparência na sociedade contemporânea leva à uniformização e à perda de profundidade nas percepções, eliminando a contemplação estética e a avaliação da distância. Ela também promove uma cultura de exposição e visibilidade.
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