Asfixia em geral Asfixias Mecânicas específicas
Por: CamilleCid • 30/3/2016 • Resenha • 3.523 Palavras (15 Páginas) • 354 Visualizações
UNIDADE IV – ASFIXIAS – Estudo Dirigido
Asfixia em geral
Asfixias Mecânicas específicas
Enforcamento
Estrangulamento
Esganadura
ASFIXIA EM GERAL
Asfixia
Asfixia significa sem pulso, derivando da ideia antiga de que o ar circulava nas artérias,
Na verdade, decorre dos efeitos da ausência do oxigênio no ar respirável e no acúmulo de gás carbônico no sangue, decorrente da impossibilidade de troca de gases no pulmão, em virtude de ausência de oxigênio no ar respirado ou de sua impossibilidade de penetrar nas vias respiratórias
Pode ser: Violenta, fortuita e externa
Lenta / rápida
Completa / incompleta
Externa / interna
Tecnicamente é mais correto dizer hipoxemia ou anoxemia.
Fisiopatologia e sintomas
Os fenômenos bioquímicos decorrentes da asfixia determinam o aparecimento de algumas manifestações clínicas, pedagogicamente divididas em fases:
1ª fase: chamada “fase cerebral”. Acontece nos dois minutos iniciais da privação de oxigênio. Sintomas de enjoo, vertigem, angústia e sensação de desmaio com aumento da frequência do pulso evoluem até uma perda da consciência.
2ª fase: é a “fase de excitação córtico-medular”. Aqui se observam convulsões generalizadas, contratura involuntária da musculatura da face e dos músculos da respiração, acompanhados de relaxamento dos esfíncteres. Começa a haver diminuição dos batimentos cardíacos associados a aumento da pressão arterial. Dura cerca de um a dois minutos.
3ª fase: “fase respiratória”. Tem duração de um a dois minutos. Agora os movimentos respiratórios tornam-se lentos e superficiais, com insuficiência cardíaca direita, acelerando a evolução para a morte.
4ª fase: chamada “fase cardíaca”. Neste momento ocorre o sofrimento do miocárdio, e os batimentos cardíacos tornam-se lentos e arrítmicos, com pulso quase imperceptível, por incapacidade em impulsionar o sangue. Dura três a cinco minutos.
Características Gerais das Asfixias: Sinais externos e internos
Sinais Externos
Congestão da face
Equimoses da pele e das mucosas
Fenômenos cadavéricos
livores de decúbito são mais evidentes e extensos, precoces
cadáver esfria de forma mais lenta
rigidez cadavérica é mais intensa e duradoura
putrefação é mais precoce e acelerada
Projeção da língua e exoftalmia
Sinais Internos
Equimoses viscerais: chamadas de “manchas de Tardieu”
Aspecto do sangue: negro e líquido
Congestão polivisceral, exceto o baço
Edema e distensão pulmonar: sangue líquido, finamente espumoso
ENFORCAMENTO
Ação: asfixia mecânica
ar atmosférico tem sua passagem interrompida até as vias aéreas
causada por laço fixo que constringe o pescoço
através da força ativa do peso do próprio corpo da vítima
É o dependuramento abrupto do corpo que determina a constrição do laço no pescoço da vítima. Essa suspensão rápida pode, em determinadas circunstâncias, causar lesão da coluna cervical e trauma na medula espinhal, que pode se somar aos fenômenos da asfixia mecânica. Não é comum se encontrar esse trauma de coluna cervical nas esganaduras e estrangulamentos.
Causa: suicídio, acidente, homicídio, e, mesmo, execução judicial.
Execução: considerar a natureza e disposição do laço, o ponto de inserção superior, o ponto de suspensão do corpo
Natureza do laço: moles (lençóis, gravatas), rígidos (cordas, fios de arame) e semi-rígidos (cintos de couro).
Nó pode ser ausente (alça) ou presente, do tipo corredio ou fixo, e de posicionamento posterior ou lateral habitualmente.
Ponto de apoio superior: o local em que se prende o laço, servindo caibros de telhado, ramos de árvore, armadores de rede, etc.
Suspensão típica do enforcamento é a completa, em que o corpo fica totalmente sem tocar algum ponto de apoio. Na suspensão incompleta o corpo se apoia nos pés, joelhos ou outra parte do corpo.
Evolução:
A evolução da morte por enforcamento pode se dar de forma rápida ou tardia, na dependência das lesões causadas localmente ou à distância. Existem fenômenos do enforcamento, e fenômenos de sobrevivência.
Fenômenos do enforcamento englobam:
Período Inicial: tem início com a constrição do pescoço causada pelo peso do próprio corpo, que determina interrupção da circulação cerebral, com os sintomas de calor, zumbidos, escotomas visuais e perda da consciência. Corresponde à “fase cerebral”.
Segundo Período: ocorre a excitação e as convulsões decorrentes da hipoxemia (redução do oxigênio transportdo pelo sangue) e hipercapnia (acúmulo de gás carbônico no sangue). Ocorre ainda a compressão do nervo vago. Corresponde à “fase de excitação córtico-medular”.
Terceiro Período: evolui de um estado de morte aparente, até o de morte real, com a parada respiratória e circulatória. Corresponde às “fases respiratória e cardíaca”.
Fenômenos de sobrevivência
Aparecem quando a vítima é retirada ainda com vida, podendo se manter inconscientes com morte logo a seguir em decorrência do sofrimento cerebral, ou recobram a consciência, morrendo algum tempo depois. Dentre ele destacam-se:
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