FACULDADE DO BAIXO PARNAÍBA CURSO DE DIREITO
Por: thaliaalves51 • 16/3/2022 • Dissertação • 1.348 Palavras (6 Páginas) • 139 Visualizações
FACULDADE DO BAIXO PARNAÍBA
CURSO DE DIREITO
THALIA ALVES DOURO
RESENHA CRÍTICA
Chapadinha
2021
THALIA ALVES DOURO
RESENHA CRÍTICA
Trabalho apresentado à disciplina de Teoria do Estado e Ciência Política do curso de Direito da Faculdade do Baixo Parnaíba, para obtenção de nota do 1° crédito. Sob a orientação do Professor Paulo Rangel.
Chapadinha
2021
Resenha Crítica
SCHWARCZ, Lilia M. O mandonismo. In: Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
O texto discute sobre o mandonismo que tem o próprio formato administrativo do sistema colonial. Sem condições de controlar o território colonial, a metrópole portuguesa optou por uma forma de governação baseada na delegação de poderes a um número restrito de colonos que se transformaram em senhores de enormes latifúndios. Nesse contexto, a autoridade desses poucos era quase irrestrita em razão da quase ausência da esfera pública e do Estado. Desenvolve-se, assim, a sociedade patriarcal brasileira, tendo como centro a família, na verdade, o ‘senhor’ como base, inclusive simbólica, de toda a organização social. Isto consolidou a influência do senhor em todas as esferas sociais, de comércio a política. O desenvolvimento do “voto de cabresto” e do “curral eleitoral” foram reflexo direto deste modelo, consolidadas no âmbito do coronelismo, e que se perpetuaram ao longo dos séculos seguintes, mesmo que em formatos alternativos.
Como tinha pouca participação da esfera pública, foi surgindo uma nova aristocracia, que surgiu através do contexto setecentista, onde os chefes locais procuraram se transformar em ícones de sua posição econômica, social e política. Nessa aristocracia o que prevalecia era a riqueza e o poder, ela foi chamada de “aristocracia meritória”, alcançada por mérito individual por serviços prestados ou por meio de pagamentos, e não passava de pai para filho. Eles utilizavam o sistema colonial brasileiro, onde utilizavam a mão de obra escrava, com a grande propriedade monocultora. Nessa sociedade patriarcal, as mulheres cumpriam um papel basicamente secundário e a hierarquia teria lugar especial. Atualmente, a sociedade teve melhorias e temos uma esfera pública e do estado mais presentes, embora essa questão da riqueza ainda prevaleça. A mão de obra escrava também não está presente na sociedade atual, e isso de escravizar as pessoas pela cor é muito desumano.
Os filhos eram utilizados como moedas de troca, visando obter mais poder. O casamento consistia, portanto, numa espécie de estratégia que garantia bons dividendos caso se encontrassem pretendentes igualmente poderosos. Assim iam se formando as elites brasileiras, o que mais importava eram as terras e o poder. Nessa sociedade patriarcal, o senhor que mandava em tudo, tinha posse dos escravizados, autoridade, cobrava caro seus favores, estava envolvido na política, entre outros. Hoje em dia, depois de muita luta não tem mais isso, os filhos casam com quem querem, não tem esse senhor que manda em tudo. Temos todas as esferas divididas, cada uma com seu representante legal, embora ainda tenha uma corrupção por trás.
Nas fotografias deixadas naquela época, podemos ver os senhores sempre bem trajados na frente dos escravizados, que estavam sempre descalços e no chão. Os senhores tinham também belas casas, davam festas, viviam em uma vida luxuosa. A força e a influência de um senhor de terra podiam ser medidas a partir de sua renda, da quantidade de escravizados que possuía, de sua capacidade de fazer empréstimos às populações vizinhas, mas também por rituais que reforçavam o poder local. Esses empréstimos e favores custavam bem caros para a população, e essas práticas foram transportadas para vários lugares do Brasil. Com a entrada do café, essa pretensão senhorial foi se multiplicando, passando a ter modelos de costumes e comportamentos a serem seguidos.
Esses senhores buscavam tomar posse e dominar toda população, de modo que eles ficassem submissos a ele. Por isso, eram considerados autoridades máximas no complexo do engenho, que incluía a casa-grande, a senzala, a igreja, e também as pequenas plantações vizinhas, cujos trabalhadores ficavam sob a guarda do proprietário e dele dependiam. A alimentação desses trabalhadores era por conta do senhor, que para cortar gastos reduzia esses suprimentos, as crianças que recebiam uma alimentação melhor, pois a partir de 12 anos já iriam pegar tarefas pesadas. Além de querer dominar tudo, ainda explorava as crianças menores de idade, isso fica conhecido como trabalho infantil, que hoje em dia é considerado crime, pois essas crianças não tem culpa de nada e deveriam está se dedicando aos estudos. Essas ações foram feitas para controlar os escravizados e tentar manter a boa paz nos grandes latifúndios espalhados pelo Brasil.
Entretanto, essa boa paz não permaneceu por muito tempo, pois os escravizados não se acostumaram nos cativeiros. Sendo assim, eles se rebelaram promovendo algumas rebeliões, mas como o senhor tinha muita autoridade não dava em nada. Esse senhor tirava fotografias, ostentando os escravizados como se fosse algum tipo de troféu, que na época era como se fosse mesmo, quanto mais escravizados, mais poder e riqueza. Isso é um absurdo, porque esses escravizados não tinham direito de nada, viviam com roupas esfarrapadas, não tinham alimentação descente, nem mesmo casas, viviam era em cativeiros, eram como maquinas so viviam para trabalhar e enriquecer o senhor. O poder e autoridade só girava em torno de uma pessoa que era o senhor. As mulheres eram fotografadas de qualquer maneira, as vezes de maneira sensualizadas, de modo que estabelecessem estereótipos contra os quais as mulheres negras ainda hoje lutam.
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