Mídia Brasileira: O povo ou o poder?
Por: Bruna Domingos • 18/11/2016 • Trabalho acadêmico • 6.710 Palavras (27 Páginas) • 377 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
BRUNA RABELLO DOMINGOS
mídia brasileira: O povo ou o poder?
Tubarão
2016
BRUNA RABELLO DOMINGOS
mídia brasileira: O povo ou o poder?
Projeto de Trabalho apresentado à Unidade de Aprendizagem Teoria do Conhecimento do Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à aprovação na Unidade.
Orientador: Prof. Dr. Gilson Rocha Reynaldo.
Tubarão
2016
sumário
1 introdução
1.1 justificativa e problema
1.1.1 Questões de pesquisa
1.2 objetivos
1.2.1 Objetivo geral
1.2.1.1 Objetivos específicos
1.3 relevância social e científica da pesquisa
2 revisão de literatura
2.1 estratos populacionais brasileiros
2.2 órgãos emissores de informação
2.3 Quem são os PROPRIETáRIOS DESSES MEIOS DE COMUNICAÇÃO
2.4 Como obtêm autorização para atuarem
2.5 Povo que recebe informação
2.6 LIBERDADE DE IMPRESSA/EXPRESSÃO
2.7 influencias da MIDIA: pontos positivos e negativos
3 metodologia da pesquisa
REFERÊNCIAS
introdução
Em um Estado, que se pretenda democrático, existe a liberdade de imprensa e, sob essa ótica, os meios de comunicação de massa (meios midiáticos) atuam livremente e apresentam, para a sociedade, sem qualquer tipo de censura, os mais diferentes assuntos, versões e interesses, que não podem ser questionados pela população. Mas, a quem defendem? O povo brasileiro, marcado por elevados diferenciais sociais ou uma pequena minoria, que detêm o poder e estão presentes nos sistemas político, judiciário, legislativo e executivo deste vilipendiado país. Existem limites para essa liberdade praticada? Quais decorrências para a população do descontrole das emissões de informações sem qualquer recorte? Em que medida poderão ocorrer benefícios da mesma ordem? Quem é a característica de interpretação crítica da grande massa ‘sujeita’ às informações emitidas?
Para a resposta a esses e outros questionamentos, realizaremos uma pesquisa bibliográfica do tipo exploratória, onde apresentaremos fatos e versões atuais sobre o assunto ventilado.
justificativa e problema
A sociedade brasileira, sabe-se, possui uma distribuição desigual de renda e, um pequeno e hegemônico grupo, que constituem cerca de 20 milhões de pessoas, controla 90 % da riqueza nacional enquanto que os 180 milhões de brasileiros, ficam com pequena fatia do ‘bolo’, 10%, da riqueza econômica deste país. Este fato nos faz mostra que, também no quesito educação, a ‘distribuição’ do conhecimento, em função da característica anterior, também é distribuída desigualmente.
Isso nos permite afirmar que, uma pequena parcela da população verde e amarela possui uma bagagem intelectual que lhes permita a interpretação e, por consequência, o entendimento da complexidade da estrutura social, por seus interesses e ações concretas. Quando consideramos a totalidade populacional, observamos que, de acordo com estatísticas recentes, apenas 11% dos brasileiros estão ou já estiveram uma universidade. No entanto, apesar da hegemonia intelectual, boa parte desse percentual, é desprovido de riqueza material, ficando o controle social, com o poder econômico e suas arestas.
Em decorrência dos escritos anteriores, surge uma nova preocupação. O perfil de liberdade de imprensa em uma sociedade verdadeiramente democrática é adequado a um país com uma estrutura socioeconômica diferencial como a nossa, onde um elevado contingente de brasileiros é analfabeto funcional, ou seja, lê e escreve, mas, não interpreta?
Ora, cabe-nos refletir sobre a importância da interpretação. O ato de percebermos detalhadamente não apenas os fatos que ocorrem no país, mas, sobretudo, os valores que lhes deram origem e suas decorrência para a sociedade é uma condição essencialmente interpretativa. Assim, podemos com convicção, afirmar que, um requisito para sermos ‘massa de manobra’ da minoria dominante é exatamente não possuirmos capacidade de interpretação. Essa habilidade, de interpretar, nos permite entender e questionar o que nos dizem os telejornais de televisão, as revistas semanais de informações, as redes sociais, por exemplo, que comungam com todos nós, os espaços vivenciados no cotidiano.
E voltamos então à essência de um Estado Democrático de Direito, que exige, por seus integrantes, esta liberdade de imprensa. A divulgação de fatos, ainda não comprovados judicialmente, a edição de notícias para que satisfaçam a interesses de apenas uma das partes, a insistência na divulgação de eventos ainda não definidos e obscuros, por exemplo, para uma população com as características da brasileira, constitui efetivamente uma condição para a democracia?
Biroli (2011) nos diz que, a violência faz parte da opressão, e essa imposta pelo controle midiático, é exatamente admitida e aceita pelo contexto social. Dessa forma, a ‘violência’, gerada pela mídia contra a grande maioria incauta da população a torna tolerável e passa a ser uma possibilidade concreta no próprio horizonte do dominado.
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