Medidas processuais cabíveis para o combate análogo ao do escravo
Por: Felipe de Abreu • 15/9/2017 • Trabalho acadêmico • 16.246 Palavras (65 Páginas) • 406 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE
MEDIDAS CABÍVEIS E EXPROPRIAÇÃO DO ARTIGO 243 DA CF PARA O COMBATE DO TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO
Orientando: Felipe Lins de Abreu
Orientador: Leônio Alves
Monografia Final de Bacharelado em Direito - UFPE
RECIFE
2015
FELIPE LINS DE ABREU
MEDIDAS CABÍVEIS E EXPROPRIAÇÃO DO ARTIGO 243 DA CF PARA COMBATE DO TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO
Monografia Final apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito pelo CCJ/UFPE.
Áreas de Conhecimentos: Direito Constitucional. Direito Administrativo e Direito do trabalho.
RECIFE
2015
Felipe Lins de Abreu
Medidas cabíveis e expropriação do artigo. 243 da CF para o combate do trabalho análogo ao de escravo.
Monografia final de curso para obtenção do título de Bacharel em Direito
Universidade Federal de Pernambuco/CCJ/FDR
Data de aprovação:
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Prof(a).
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Prof(a).
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Prof(a).
RESUMO
Esta pesquisa teve como escopo observar como ocorrem as situações análogas da escravidão trabalhista, buscando analisar seu mais recente conceito bem como os requisitos para a sua caracterização. Foram demonstradas as graves violações nos direitos fundamentais e na ordem econômica que esta prática traz. Comentou-se das medidas processuais cabíveis demonstrando-se que o trabalhador que sofrer dessa condição poderá ser indenizado por danos morais. Será defendida a possibilidade de expropriação confiscatória para fins de reforma agrária nos casos que se constatar trabalho análogo ao de escravo. Fazendo-se valer da sanção expropriação por descumprimento da função social nos moldes dos artigos 184, 186 e da recente aprovada emenda constitucional 81/2014, mesmo que esta propriedade cumpra os demais requisitos de imóvel economicamente produtivo.
Palavras-chave: Defesa dos preceitos constitucionais. Trabalho Análogo à de escravo. Medidas Processuais cabíveis. Expropriação confiscatória para promover reforma agrária. Emenda Constitucional 81/2014.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 7
2 TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO 9
2.1 INTRODUÇÃO 9
2.2 HISTÓRICO 10
2.3 CONCEITO DE TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO 12
3 MEDIDAS PROCESSUAIS CABÍVEIS PARA O COMBATE AO TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO 16
3.1 INQUÉRITO CIVIL 17
3.2 TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA 18
3.3 AÇÃO CIVIL PÚBLICA 20
3.4 AÇÃO CIVIL COLETIVA 23
3.5 DANOS MORAIS COLETIVOS.................................................................................26
4 ASPECTOS GERAIS DA DESAPROPRIAÇÃO POR REFORMA AGRÁRIA 29
4.1 CONCEITO, ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA 29
4.2 DISTINÇAO ENTRE DESAPROPRIAÇÃO, EXPROPRIAÇÃO, CONFISCO E PERDIMENTO 30
4.3 POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL 33
5 DA EXPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA DO ART. 243 DA PROPRIEDADE PARTICULAR EM RAZÃO DO LABOR ANÁLOGO AO ESCRAVO 34
5.1 DESRESPEITO À FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE EM VIRTUDE DO NÃO ATENDIMENTO AOS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS 34
5.2 DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 81/2014 37
6 CONCLUSÕES 45
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47
- INTRODUÇÃO
- Ao longo dos tempos, segundo todo o conhecimento histórico produzido, é possível afirmar que a escravidão foi uma prática adotada durante vários milênios em diferentes civilizações, deste modo, a história mostra que os homens sempre escravizaram outros homens, em virtude de sua natureza exploratória, com objetivos de maximizar os seus lucros.
- No Brasil não ocorreu de forma diversa, mas a partir da Lei Áurea , nº 3.353 de 13 de maio 1888, decretada pela Princesa Isabel, obrigaria que a escravidão fosse extinta no país. Contudo, a abolição foi do homem ser possuidor de outro homem, mas na prática o problema ainda persiste, isso porque ocorreu uma evolução nas formas de exploração humana, atualmente há formas contemporâneas de exploração do trabalho escravo no Brasil, sendo que o combate requer muito esforço por parte da sociedade civil e dos órgãos estatais competentes nos seus mais diversos âmbitos para que se alcance resultados significativos para sua erradicação.
Fruto de nossa herança colonial concentradora-excludente que caracterizou a formação das propriedades rurais bem como sua forma de exploração do trabalho, o presente trabalho busca elucidar que aquela antiga forma de exploração do trabalho ainda vigora, especialmente, no campo. Configura-se grave violação dos direitos humanos, e afasta-se simultaneamente dos objetivos basilares da função social da propriedade rural bem como procura explanar que há medidas processuais e extraprocessuais combativas para combater o labor análogo ao de escravo.
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