O ÓBITO DA SAÚDE
Por: inathaxa • 17/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.872 Palavras (8 Páginas) • 106 Visualizações
O ÓBITO DA SAÚDE
NARRADOR: Maria José da Silva, Mulher humilde, moradora de uma das periferias de Olinda, começou a sentir dores abdominais insuportáveis em sua residência. Após um mês do início da sintomatologia decidiu ir ao médico em busca de uma solução para sua dor. Logo, com a ajuda de seu filho José Marcos da Silva, dirigiu-se ao hospital mais próximo de sua residência. Chegando lá...
PORTEIRO: Pois não? (Grosso)
FILHO (MARCOS): Preciso de ajuda, minha mãe está passando mal.
PORTEIRO: Por favor, encaminhe-se pra àquela entrada e espere na fila para sua mãe ser atendida.
FILHO (MARCOS): O senhor não está entendendo minha mãe está passando mal, precisa de atendimento urgente.
PORTEIRO: É o seguinte moço: neste hospital o atendimento é dessa forma e vai ter que esperar se quiser ser atendido!
NARRADOR: Marcos percebendo que não adiantava discutir passou o braço da mãe por cima de seu ombro e a segurando com uma mão e com a outra sua cintura seguiram devagar para a entrada que o porteiro tinha indicado.
MÃE (Maria): Gemidos...
(Sons de reclamações e gemidos de dor)
FIGURANTE DO CARTAZ: 3h
NARRADOR: Já se passaram três horas e ainda nada de atendimento, a fila continua enorme e só têm uma atendente disponível, Marcos já não aguentava mais ouvir os gemidos de dor de sua amada mãe.
*os gemidos da mãe aumentam...
*o filho começa a se inquietar
Filho (Marcos): Alguém ajuda aqui, pelo amor de Deus, ela está passando muito mal!
*A mãe desmaia.
Filho (Marcos): Socorro, ela desmaiou, alguém, nessa droga, faz alguma coisa! (Altera a voz com raiva e nervoso)
Figurante: Ei! Alguém ajuda aqui a mulher na fila desmaiou.
*som de tumulto/ pessoas falando*
*Várias pessoas do hospital vêm ver o que está acontecendo, principalmente a Assistente social que autoriza a internação de Maria José da Silva.
ATENDENTE: Por favor, preencha esse formulário com os dados de sua mãe.
(O filho (Marcos) pega o papel e em silêncio preenche enquanto, o porteiro traz uma cadeira de rodas e a leva para dentro da unidade de tratamento)
(CONSULTÓRIO)
MÉDICO: Bom dia! Qual a queixa?
MÃE (Maria): Ai que dor! (Gemidos)
FILHO (Marcos): Doutor minha mãe está a mais de um mês sentindo dores insuportáveis que vem aumentando ao ponto dela implorar pra vir ao médico.
MÉDICO: Deite sua mãe na maca e levante a blusa dela.
*assim faz o filho.
MÉDICO: Tem hipertensão, Tem diabetes, pesa 78 quilos. (Fala o médico olhando para a prancheta).
MÉDICO: Vou realizar toques em seu abdômen para tentar localizar o local da dor.
(O médico irá fazer leves pressões ao redor do abdome, mas quando toca no campo direto na altura do umbigo a mãe grita e aumenta os gemidos.)
MÃE (Maria): Ai meu Deus, não aguento mais, por favor me ajude, me dê um remédio.
MÉDICO: Leve sua mãe ao laboratório para fazer esses exames e leve no posto de enfermagem à direita para tomar a medicação.
(Marcos sai com a mãe e vai para o local indicado).
FILHO (Marcos): Por favor precisamos de ajuda (ninguém olha para eles), o médico pediu para lhes entregar isso (entrega a receita médica).
TÉCNICA: Ela precisa fazer exame de sangue, urina, glicose, tomar soro com buscopan, vou colocar logo a medicação, leve sua mãe no laboratório depois volte aqui.
TÉCNICA DE LABORATÓRIO: Sua mãe já fez os exames pedidos, porém o resultado só sai com 3h, o soro ainda vai levar um tempinho, então vocês podem ficar aí por enquanto.
FILHO (Marcos): Como à senhora está?
MÃE (Maria): As dores estão diminuindo acho que o remédio está fazendo efeito, estou ficando com sono.
FIGURANTES DO CARTAZ: 3h.
NARRADOR: O filho enfim se dirige para o laboratório novamente.
TÉCNICA DE LABORATÓRIO: Pois não?
FILHO (Marcos): Gostaria de saber se os exames de Maria José da Silva estão prontos.
TÉCNICA DE LABORATÓRIO: Está sim... retorne ao médico.
*Marcos chega a outra fila com uma cara de surpresa, cansado e indignado.*
FILHO (Marcos): Caramba essa fila toda pra voltar ao médico? (Pergunta ao pessoal próximo a porta de médico).
FIGURANTES: Sim! (Não precisa responder a mesma coisa, uns acenam com a cabeça, outros nem ligam, outros mechem no celular...)
FILHO (Marcos): Isso é um absurdo.
(As pessoas comentam umas com as outras a respeito do hospital, porém em silêncio).
NARRADOR: As pessoas estão inquietas, incomodadas com a demora no atendimento e começam a relatar que o banheiro está sujo, que tem água, mas não tem copo, que já não aguentam ficar em pé esperando porque não tem cadeiras suficientes para as pessoas sentarem.
FIGURANTE DO CARTAZ: 2h.
MÉDICO: (Aparece na entrada de sua sala) Dona Maria José da Silva!
NARRADOR: O filho leva sua mãe e entrega os exames. O médico observa direitinho.
MÉDICO: Acho que a senhora está com a vesícula inflamada, preciso confirmar com outro exame. Vou ter que internar sua mãe e pela idade ela não pode ficar sozinha. (O médico lhe entrega o papel da internação)
FILHO (Marcos): Doutor não tem como resolver hoje? É que trabalho e não tenho como faltar.
MÉDICO: Sinto muito, são normas do hospital.
NARRADOR: O Marcos faz a internação acomoda sua mãe com a ajuda dos técnicos de enfermagem e recebe a orientação de que deve pegar em casa material de higiene pessoal.
FILHO (Marcos): Mãe vou em casa pegar suas coisas, volto logo, descanse.
FIGURANTE DO CARTAZ: 2H
NARRADOR: Marcos, depois de pegar tudo o que precisava, retorna e vai ao encontro da mãe
FILHO (Marcos): Mãe a senhora está se sentindo melhor?
MÃE (Maria): Filho, a dor diminuiu, mas a minha barriga continua dolorida.
NARRADOR: Ambos passam a noite no hospital aguardando a ultrassonografia. Porém por volta de 10h chega a notícia que a máquina quebrou.
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