O caso dos exploradores de caverna
Por: Jozailton • 19/4/2015 • Trabalho acadêmico • 1.907 Palavras (8 Páginas) • 516 Visualizações
UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
CURSO DE DIREITO – TURMA 1NA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO I
PROFa. SYDIA M. F. DE SOUZA ROSAS
ALEXSANDRA ALEXANDRE DE CARVALHO COSTA
ANGÉLICA ROCHA DA SILVA
ANTONIO MARCOS DE SOUZA
JOZAILTON DE SOUZA FARIAS
JUCÉLIA MIRANDA DE LIMA BARBOSA
KLEANA MARIA DOS RAMOS
LARISSA CÂMARA DE MEDEIROS
MARIA SILVANA DOS SANTOS
SULIVAN FELIPE INÁCIO
O CASO DOS EXPLORADNAORES DE CAVERNA - A DEFESA
NATAL
2011
ALEXSANDRA ALEXANDRE DE CARVALHO COSTA
ANGÉLICA ROCHA DA SILVA
ANTONIO MARCOS DE SOUZA
JOZAILTON DE SOUZA FARIAS
JUCÉLIA MIRANDA DE LIMA BARBOSA
KLEANA MARIA DOS RAMOS
LARISSA CÂMARA DE MEDEIROS
MARIA SILVANA DOS SANTOS
SULIVAN FELIPE INÁCIO
O CASO DOS EXPLORADNAORES DE CAVERNA - A DEFESA
Trabalho apresentado para obtenção de nota na disciplina de Introdução ao Estudo do Direito I, turma INA, do Curso de Direito da Universidade Potiguar
Prof.a Sydia Mara Fernandes de Souza Rosas
NATAL
2011
DEFESA
O caso conta-nos a estória de um grupo de exploradores, um grupo de amigos. Eles saíram para explorar uma caverna, como era de seu costume, levaram seus instrumentos, comida e água o suficiente para o tempo que pretendiam ficar naquele lugar. Tudo estava programado para uma atividade que para aqueles homens já fazia parte de suas rotinas. Não poderiam eles jamais imaginar que aquele lugar tão belo, tão encantador, em pouco tempo, se tornaria seu cárcere e mudaria para sempre a vida deles e de suas famílias.
Sim, porque esta lamentável tragédia que nos deixou a todos estarrecidos afetou de forma significativa a vida de famílias inteiras. Principalmente as famílias desses cinco amigos, que, diga-se de passagem, sempre foram tidos como homes de bem, cumpridores de seus deveres para com a sociedade.
Mas voltemos à caverna. Imaginemos a situação daquele grupo de amigos que, ao adentrar na rocha, se viu surpreendido por um deslizamento que bloqueou o único acesso ao local. Aquele lugar no qual, até então, só se via beleza e encantamento transformou-se, de um minuto para o outro, em um lugar escuro, frio e úmido.
Não demorou muito para que a comida e a bebida que tinham levado se tornasse escassa. Começava a crescer em seus interiores um terrível medo, começaram a ver o triste e inevitável fim que se aproximava, a morte era, cada vez mais, dada como certa para todos.
Quão grande não era o estado de desespero daqueles homens, sem a menor perspectiva de quando ou se seriam salvos. Vinte dias haviam se passado quando, finalmente, conseguiu-se estabelecer contato com os desafortunados exploradores no interior da rocha fria.
Ao perguntarem quanto tempo seria necessário para libertá-los, foram informados, pelos engenheiros responsáveis pela operação de salvamento, que pelo menos mais dez dias seriam necessários, desde que não ocorressem novos deslizamentos de terra. Frise-se aí “desde que não ocorressem novos deslizamentos”. Ou seja, na ocorrência de outro deslizamento, o tempo se prolongaria ainda mais. Foi o mesmo que dizer que não tinham a menor idéia de quando o resgate os alcançaria.
Pediu-se, então, a opinião de um médico acerca da probabilidade de subsistirem sem alimento por mais dez dias dadas as suas condições. Ao que tiveram como resposta que “havia escassa possibilidade de por tal lapso de tempo”. Foi como jogar um balde de água fria na crença daqueles homens de que poderiam sobreviver.
As esperanças de todos pareciam ter chegado ao fim. Então, eis que surge uma luz no fim do túnel quando Roger Whetmore, aqui tido como vítima, demonstra ter encontrado uma saída, a solução que salvaria suas vidas ou, pelo menos a da maioria deles.
Roger Whetmore propôs um acordo, um contrato, que solucionaria o problema da falta de alimentação e que permitiria que quatro, dos cinco ali presentes, sobrevivessem até que a equipe de resgate chegasse até eles, algo que não passara, até então, pela cabeça de nenhum de seus companheiros.
Um deles deveria ser sacrificado e servir de alimento para os outros. E a forma de decidir o escolhido seria a sorte, utilizando-se de um par de dados que Roger Whetmore carregava consigo.
O senhor Roger Whetmore, por várias horas, se empenhou em convencer seus companheiros de que aquela seria a única solução, a única chance que eles teriam de sobreviver durante o tempo que ainda se estenderia até que pudessem resgatados. Por fim, assumindo que não havia outro caminho a seguir, o grupo se deixou convencer por Roger Whetmore e acabou por aceitar o acordo por ele proposto.
Mas, antes de colocar em prática uma idéia tão extrema, o grupo, sempre liderado por Roger Whetmore, buscou mais uma vez, os conselhos da equipe de resgate. Expondo seu plano, Roger Whetmore, falando como porta-voz do grupo, perguntou se eles seriam capazes de sobreviver por mais de dez dias alimentando-se da carne de um dentre eles. Ao receber uma resposta positiva à sua pergunta, inquiriu ainda sobre a maneira de escolher a pessoa a ser sacrificada. Mas não obtendo resposta nem dos médicos, nem das autoridades ali presentes encerraram as comunicações.
Perdeu-se aí a oportunidade de dissuadi-los daquela idéia. Se havia, ainda, alguma dúvida em colocar em prática, ou não, acordo firmado, essa dúvida desapareceu ao ouvirem da boca do presidente da comissão médica, que eles teriam uma chance de sobrevivência com aquela prática, que em circunstancias normais seria simplesmente impensável. E, ainda, os estimularam mais, com tamanha passividade e falta de sensibilidade. O Estado, que ali se fazia representar por aquelas autoridades, ao não mostrar para eles outro caminho que pudessem seguir, nem, tampouco, tentar demovê-los daquela idéia, deu a entender que concordava não haver outra solução. Pois como diz o provérbio: “Qui tacet, consentire videtur” (Quem cala, consente).
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