Psicologia Juridica
Por: grazielysampa • 6/4/2015 • Trabalho acadêmico • 9.837 Palavras (40 Páginas) • 234 Visualizações
GUIA ACADÊMICO PSICOLOGIA JURÍDICA
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
1. Idade Antiga: os pensadores, filósofos e teólogos de várias regiões e culturas dedicaram-se a questões relativas à natureza humana - a percepção, a consciência, a loucura.
O termo psicologia vem do grego “psyché” cujo significado é sopro de vida, alma, e “logos” cujo significado é estudo, ciência, portanto pode ser traduzido como o estudo da alma.
A filosofia reunia em si todas as ciências, inclusive a psicologia, utilizando-se unicamente do raciocínio lógico. Somente no final do século XIX a psicologia passou a ser uma ciência autônoma.
Foi Demócrito (460-370aC) filósofo pré-socrático, o primeiro a separar o psíquico do físico.
Aos filósofos pré-socráticos coube a tarefa de por termo a visão mítica e religiosa que se tinha da natureza. Deu-se início uma maneira de pensar científica e racional.
Após Sócrates nasceu uma preocupação em explicar temas inerentes a psicologia como memória, aprendizagem, percepção, motivação, sonhos e comportamentos anormais.
Foi Aristóteles (384-322 aC) o primeiro a escrever sobre temas de psicologia. Ele acreditava que a alma era tudo que se percebe, pensa e vive.
2. Idade Moderna: o período foi caracterizado pelo cristianismo, a filosofia antiga e o antropocentrismo decaem. Deus surge como centro de todos os pensamentos.
Santo Agostinho (354-430) estuda o tempo e subdivide em presença do passado (memória), presença do presente (percepção) e presença do futuro (prospecção). Ainda no estudo sobre a memória conclui que o esquecimento é a “presença da ausência”.
Até esse momento a natureza humana era estudada valendo da especulação, intuição, generalização. Com o reconhecimento do método científico deu-se a autonomia das ciências. Nasce, então, a psicologia científica.
Mais tarde, com a criação de laboratórios, surge a psicologia experimental.
2.1. Correntes filosóficas que influenciaram a emancipação da Psicologia como ciência
2.1.1.Empirismo crítico: O movimento nasceu na Grécia e referia-se a crítica lógica de toda experiência. Os filósofos investigavam de que era feito o mundo, a natureza dos fenômenos psíquicos e como esses se relacionavam com o mundo dos objetos.
a) René Descartes (1596-1650) seguindo o raciocínio de Platão dividia o ser humano em: reino material (físico) e reino imaterial (mente). A mente se subdividia em atividades específicas (conhecer, querer, raciocinar e recordar) e atividades comuns entre o corpo e a mente (sensação, imaginação, instinto).
b) Thomas Hobbes (1588-1679) acreditava que o homem tinha uma natureza má e que agia conforme suas necessidades sem se preocupar com o semelhante, daí a máxima “o homem é lobo do homem”. Nasce a psicologia do ato.
c) John Locke (1632-1704) retomou o estudo da memória e da associação de idéias, como base de recordação de experiências, assuntos anteriormente tratados por Aristóteles.Utilizava métodos de observação para fundamentar seu estudo.Para ele através de experiências o ser humano adquire conhecimentos que levam a reflexões. O ser humano recorda e combina impressões sensoriais a fim de formar abstrações e idéias de nível superior.
d) George Berkeley (1685-1753) baseou sua crença no fato de que “ser” consiste em “ser percebido”, priorizando a existência da percepção das coisas e por conseqüência a percepção de Deus.
e) David Hume (1711-1776) fundou a psicologia do senso comum afirmando que só existe aquilo que pode ser observado e experimentado, colocou em dúvida a existência de Deus. Acreditava que idéias complexas surgiam de associação de idéias simples.
f) Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) escreveu o livro “Novos Ensaios” que trata da sensação e dos processos perceptuais. Para ele a percepção exigia memória e atenção. Nasceu a doutrina do inconsciente e da continuidade do inconsciente com o consciente.
g) Emanuel Kant (1724-1804) acreditava que a psicologia deveria se guiar somente pela experiência, qualquer outro método não seria válido.
h) Johann Friedrich Herbart (1776-1841) afirmava que as idéias tinham a propriedade de inibir ou repelir umas as outras fazendo com que se posicionassem no nível consciente ou abaixo deste, subconsciente, conforme a carga emocional envolvida. Esse processo ficou conhecido como apercepção.
i) Christian Wolff (1677-1754) defendia a idéia que a psicologia também poderia derivar da razão e não somente da experimentação. Esse posicionamento foi visto por alguns como um retrocesso.
2.1.2.Associacionismo Britânico: nesse período procurava-se compreender os princípios e as leis da associação de idéias, como as idéias se consolidavam. Estudava-se a vida psíquica: a consciência, as idéias e o conhecimento, com a finalidade de entender a unidade básica da mente e o modo de associação e formação do complexo mental.
a) David Hartley (1705-1757) acreditava que uma associação poderia ser sucessiva (relativa ao tempo real que acontece ex:peguei a caneta e escrevi) ou simultânea (relativa a todos os aspectos pertinentes a determinada informação ex:papel-árvore, folha,caderno). Quanto mais repetida fosse a associação, mais consolidada estaria.
b) James Mill (1806-1873) para ele a mente era formada por sensações e idéias simples e complexas. A associação se daria pela aproximação de características peculiares.
c) James Stuart Mill (1806-1873) pregava a importância do método científico. Utilizava o termo “química mental” para denominar a composição ou a associação de idéias.
d) Herbert Spencer (1820-1903) baseava-se na teoria das espécies de Charles Darwin. Para ele todas as associações eram arquivadas e passadas de geração para geração como instinto.
e) Charles Darwin (1809-1882) seguindo a teoria da evolução das espécies posiciona o ser humano como parte de um sistema complexo e que deveria ser analisado considerando-se sua vivência e o ambiente em que estava inserido. Nasce o funcionalismo, que é o estudo dos processos mentais ligados a adaptação, a hereditariedade, ao ajuste do ser humano ao meio.
f) Alexander Bain (1818-1903) publicou os primeiros livros de psicologia em inglês: “Os Sentidos e o Intelecto” e “As Emoções e a Vontade”. Foi ele quem sistematizou o associacionismo, parte consistente da psicologia científica.
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