RESUMO: SENTIDO E EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

RESUMO: SENTIDO E EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

1. Situação do homem no mundo

A introdução do livro é também a afirmação sólida de que apesar de inúmeras diferenças entre os seres humanos, ninguém pode se considerar superior a outro de sua mesma espécie, visto que é essa a única espécie que pode capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. Mostra também que o livro é responsável por percorrer toda a história do surgimento das nações jurídicas que defendem a dignidade humana.

A definição de dignidade humana foi explanada por diversas vezes no campo religioso, filosófico e científico. A justificativa da religião sobre a posição do homem no mundo surge juntamente com a fé monoteísta, a ideia do mundo criado por um único Deus transcendente foi de grande valia para a humanidade, pois se diferenciava das outras crenças antigas, em que os deuses eram vistos como super-heróis que habitavam entre o povo, mas Iahweh foi apresentado como o contrário dessa crença, Ele é visto como anterior e superior ao mundo que Ele mesmo criou. Diante disso, a vida do homem, apesar de curta, foi encarregada como dominadora sobre o restante das espécies do planeta. Mais tarde surgiu, como uma afirmação racional da natureza humana, outro pensamento sobre sua posição. Na Grécia, os poetas e filósofos expressaram uma explicação filosófica e não mais religiosa sobre o homem. A pergunta central era: “Quem é o homem?” E a perspectiva muda completamente analisada dessa forma, pois nesse momento o homem colocou a ele mesmo como objeto de questionamento, essa capacidade de refletir, exclusiva do ser humano, encaminhou o surgimento da filosofia moderna. Já a ciência explica a dignidade do ser humano observando a descoberta de sua evolução, embora a primeira explicação do fenômeno tenha colocado o ser humano como apenas mais uma das tentativas da natureza em acertar. Mas com o estudo mais aprofundado das teorias darwinianas a ciência teve cada vez mais certeza de que não é por acaso a estadia dos seres humanos no topo da cadeia evolutiva. A própria dinâmica de organização vital se organiza em função do homem.

Os adeptos do “princípio antrópico” não podem afirmar nem negar que o mundo e o homem existem ou evoluem em razão da interferência e criação de um Ser transcendente. O que os cientistas apresentam são argumentos lógicos que levam a uma série de etapas evolutivas que encadearam de forma aleatória na geração de um ser superior e mais evoluído que os seus antecessores, o ser humano. E caso isso não acontecesse a lógica do processo seria racionalmente incompreensível. Porém, pensar que o próprio ser humano foi gerado de forma aleatória relativiza os valores existentes, ficando assim complicado distinguir opostos de forma racional. Para a sabedoria antiga a geração do mundo supera o sentido ontológico da geração de organismos, ela passa também pra um sentido axiológico, com uma criação de valores que se solidificaram ao longo da história.

Mas é importante ressaltar que no pensamento religioso, a terra também passou por etapas no seu surgimento, não foi de uma hora pra outra que os fatos se sucederam. É indiscutível hoje que o surgimento do ser humano foi um marco na evolução do mundo. Pois surgiu um ser capaz de interferir ao seu redor e nele mesmo. O homem nos pensamentos mais conhecidos já surge como um ser incompleto que pode alcançar e vir a ser aquilo que deseja.

1. O período axial e seus Desdobramentos

Karl Jaspers sustentou que o curso inteiro da historia poderia ser dividido em duas partes, na época entre os séculos VIII e II A.C. se formaria o eixo histórico da humanidade. Viveram nesse mesmo período sem se comunicar entre si alguns dos maiores doutrinadores de todos os tempos. Zaratustra, na Pérsia, Buda na Índia, Lao-Tsé e Confúcio na China, Pitágoras na Grécia e o Dêutero-Isaías em Israel. Todos eles formularam visões de mundo que abandonavam o pensamento antigo.