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Resenha O Espelho - Machado de Assis

Por:   •  18/4/2017  •  Resenha  •  478 Palavras (2 Páginas)  •  6.230 Visualizações

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RESENHA: O ESPELHO - MACHADO DE ASSIS

Guilherme Bicalho de Araújo

Tharley Gianini

O Espelho é um conto de Machado de Assis que integra a obra Papeis Avulsos (1882). O conto traz profundas reflexões filosóficas ao leitor, apresentando uma nova teoria metafísica sobre a alma humana.

APRESENTAÇÃO GERAL DA OBRA

Reunidos na sala de uma confortável casa no Morro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, no final do século XIX, quatro ou cinco amigos discutem sobre temas como a alma humana, a metafísica e o destino do homem e um deles prefere não opinar, justamente o protagonista, o Jacobina.

Em certa altura da discursão, Jacobina é estimulado a opinar, os amigos fazem um pedido para que ele opine, mas ele diz que em vez de dar uma opinião vai contar uma historia pessoal a respeito da alma humana.

Então começa a contar um episódio ocorrido quando ele tinha os seus 25 anos de idade. Nesse episódio o Jacobina conta que foi nomeado Alferes da Guarda Nacional, gerando por causa dessa nomeação a inveja de muitos dos seus conhecidos.

Ao ser nomeado Alferes, o Jacobina começa a ser paparicado por todos os conhecidos, amigos e até mesmo familiares.

Pouco tempo depois, ele é chamado para passar uma temporada em descanso no sítio de uma tia, a Tia Marculina. Esta oferece ao Alferes um grande e pomposo espelho da Família Real Portuguesa em seu quarto e o trata com muitos mimos de modo que ele começa a se sentir como indivíduo e como um ser humano completo apenas quando veste a farda e a sua identidade começa a se resumir apenas na posição de Alferes.

Certo dia, a tia é obrigada a sair correndo numa urgência familiar e deixa o Jacobina sozinho com os escravos, que logo depois armam uma pequena fuga e deixam o sítio. Jacobina então fica absolutamente só, e essa solidão amarga que ele sente, sabe que deve há ausência de bajulação.

O narrador desenvolve a seguinte teoria: o homem tem duas almas, uma alma interna e uma alma externa. A alma interna seria nossa identidade, algo como o nosso eu interior. Enquanto a chamada alma externa se estenderia as exterioridades, as aparências da vida.

Jacobina percebe que ele tinha apenas esta alma externa, ou seja, quando ele tirava a sua farda de Alferes ele não era mais ninguém, de modo que na sua extrema solidão, para se considerar de novo um individuo, alguém próprio e dotado de uma identidade, o Jacobina vestia sua farda e ia diante de seu grande espelho que havia quando de sua tia. O Jacobina só se sentia como indivíduo quando ele se revestia da sua alma externa.

O conto O Espelho é uma referência ao mundo de aparências ou exterioridades de modo que muitos de nós só encontramos nossa identidade individual quando refletimos a exterioridade que os outros aplaudem, a exterioridade que de fato nos da uma identidade social.

 

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