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Resenha do conto "O Alienista", Machado de Assis

Por:   •  9/6/2015  •  Resenha  •  894 Palavras (4 Páginas)  •  4.336 Visualizações

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Resenha livro “O Alienista”

Psicologia / Turma: GJB / Sala: 1005

Nomes: Fernanda M. Ferreira/ Igor de Oliveira/ Regiane Patrícia/ Cristiane Faria                                                                                                                                         

O Alienista, de Machado de Assis, foi originalmente publicado entre 1881 e 1882, como parte da coletânea Papéis Avulsos. Este conto expressa a crítica ao cientificismo do século XIX e, por extensão, ao positivismo. O livro conta sobre a história de Dr. Simão Bacamarte (alienista) que é um médico respeitado e importante. Ele se casa com a D. Evarista, que era viúva, e o mesmo acreditava que sua esposa lhe daria bons filhos, porém não aconteceu. Então ele decide se dedicar ao estudo da mente e da psiquiatria. Mudam-se para o Estado do RJ para a cidade de Itaguaí, procurou o governo e pediu  autorização ao governo para abrir uma clínica para os loucos.

                                                                                                                                                                           

A clínica se chamava Casa Verde, e todos aqueles que Dr. Simão acreditava ser loucos, mandava internar.  No começo o Alienista internava as pessoas que realmente estavam loucas, mas depois ele começou a internar as pessoas sãs também.  A crítica ao cientificismo verifica-se com mais veemência neste parágrafo, onde concentra a autoridade do cientista em definir os critérios sobre a conduta normal e a loucura, pautados nos argumentos pretensamente científicos. Seu poder é baseado na ciência, do qual se considera representante, por isso, ele classifica e decide quem deve ser internado no hospício denominado Casa Verde, “cárcere privado” ou, ironicamente, a “bastilha da razão humana”.

A Casa Verde era uma povoação, não bastassem os cômodos já existentes, foi necessário construir mais, o número de loucos aumentava gradativamente e até sua própria esposa não escapou da internação, devido à indecisão de qual roupa vestir em uma festa. A situação causou uma revolta da população da cidade.

O barbeiro Porfírio, que tinha apelido de canjica, liderou uma manifestação que ficou conhecida como a “Revolta dos Canjicas” para soltar os loucos que estavam na Casa Verde, porque já era mais da metade da cidade, mas de nada adiantou e os manifestantes também acabaram internados. Mas quando o médico percebeu que já havia mais da metade da população internada, viu que havia algo de muito errado, e pensou: Se mais da metade da população tinha um desvio de padrão, então a minoria eram os verdadeiros loucos e prendeu a minoria da população. Por fim, ele próprio percebeu que não havia ninguém louco além dele, se internou na casa verde sozinho e veio a falecer após 17 meses.

O Alienista mostra a tentativa científica de legislar sobre a mente humana a fim de definir a exata fronteira entre o normal e o louco. Verifica-se neste conto que a ciência nem sempre é tão racional quanto se pensa, mesmo porque tem a influência da sociedade, do poder econômico e político e da subjetividade do cientista.

O Alienista traz uma abordagem incisiva sobre a forma como a sociedade e a ciência do século XIX tratava o problema da loucura no Brasil. Neste período, a loucura esteve permeada por uma relação de poder que ao produzir discursos acabava por recorrer à exclusão como solução do problema. A partir daí foram construídos os primeiros hospícios que tinham como função excluir um “transtorno” que se fazia cada vez mais presente. Não apenas o indivíduo cientificamente diagnosticado como doente mental, mas também, o morador de rua, o órfão, o “diferente”, o alcoólatra... Era uma forma de “higienização”, de purificação da sociedade, de afastar do convívio social todos aqueles que saíssem do padrão, porém, não eram afastados para tratamento, mas sim, para “limpar” a sociedade.

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