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Resenha - O que é Ideologia

Por:   •  7/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.090 Palavras (5 Páginas)  •  266 Visualizações

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        Nossa autora, Marilene Chauí,  inicia sua obra com a preocupação em diferenciar ideologia de ideário. Explica que ideário é o conjunto sistemático e encadeado de ideias, enquanto ideologia é um ideário histórico social político servindo para ocultar a realidade e manter a desigualdade e a exploração. Como exemplo a autora cita o conceito de “movimento”, que para os gregos significa toda e qualquer alteração da realidade, cita também, Aristóteles com sua teoria das quatro causas (causa material, causa formal, causa motriz ou eficiente e causa final). Para Aristóteles, causa é o que responde por algum aspecto da realidade, e as quatro causas são responsáveis por todos os aspectos de um ser.

        A autora fala que no século XVII, o pensamento moderno condensou as quatro causas em apenas duas (causa eficiente e causa final) dando a palavra causa o sentido atual, ou seja, ação que produz um efeito determinado. A causa não responde apenas pelo efeito, mas o produz.

        Segundo a física moderna, a natureza age de forma mecânica como uma relação de causa e efeito, deixando a causa no sentindo eficiente, sem causa final. Já quando refere-se as vontades de Deus e dos homens, é conservada a causa final. Desta forma, a natureza distingue-se de Deus e dos homens.

        O filósofo, René Descartes, fala que o homem é um “animal máquina”. Seu corpo é uma máquina natural que obedece a causalidade eficiente e, por sua vontade, é uma liberdade que age em vista de fins livremente escolhido.

 A primeira vez que o termo ideologia surgiu foi na França, no século XIV, após a revolução francesa em 1801 no livro Eléments dídéologie (Elementos de Ideologia).  A principio o objetivo do autor era construir uma ciência do gênese das ideias, tratando-as como fenômenos naturais.

Destutt de Tracy, Cabanis, De Gerando e Volney formavam um grupo de pensadores conhecidos como ideólogos franceses. Eram críticos a toda explicação sobre uma origem invisível e espiritual das ideias humanas e inimigo do poder absoluto dos reis. Eram materialistas e admitiam apenas as causas naturais físicas para a ideia e as ações humanas e só aceitavam conhecimentos científicos experimentados empíricos.

Os ideólogos apoiaram Bonaparte até enxergaram nele um restaurador na monarquia, logo Napoleão passar a ser um crítico ferrenho dos ideólogos passando a usar o termo ideologia como palavra pejorativa. Esta afirmação é ilustrada em seu discurso quando fala “Toda as desgraças que afligem nossa bela França devem ser atribuídas à ideologia, essa tenebrosa metafísica que, buscando com sutiliza as causas primeiras, quer fundar sobre suas bases a legislação dos povos, em vez de adaptar as leis ao conhecimento do coração humano e às lições da história”.  O filosofo alemão, Karl Marx, faz coro ao discurso de Napoleão afirmando que: O ideólogo é aquele que inverte as relações entre as ideias e o real. A partir de então, ideologia passa a ter dois sentidos, continua sendo atividade filosófica-científica que estuda a formação das ideias a partir da observação das relações entre o corpo humano e o meio ambiente, e por outro lado, ideologia passa a significar o conjunto de ideias  de uma época, tanto como “opinião geral” quanto no sentido de elaboração teórica dos pensadores da época.

O filosofo, August Comte, criador do positivismo, acredita que, a cada fase do espírito humano, o indivíduo cria um conjunto de ideias que servem como explicações para os fenômenos vigentes, assim são constituídas várias ideologias, de acordo com a fase em que o homem esteja. Logo, a partir desta interpretação, o conceito de ideologia passa a ser visto como uma organização sistemática de todos os conhecimentos científicos e verdadeiros, isentos de religiosidade e metafísica.

Para melhor conhecimento do conceito marxista de ideologia, precisamos  analisar as ideias Aristotélicas acerca do trabalho e o advento da reforma protestante. De acordo com o filósofo grego a práxis(ética e política) era tida como superior em relação à poiésis (atividade técnica, o trabalho manual). Práxis é considerada atividade própria de homens livres, dotados de razão, e a poiésis era tida como uma rotina mecânica, a qual serviria apenas para fabricar um objeto para alguém. Daí veio o conceito que o trabalho seria um elemento secundário e inferior. Os indivíduos da práxis, então, exprimiram teorias acerca da realidade social e histórica vigentes, podendo estar conscientes ou não. Quando, infelizmente, estavam alheios ao contexto histórico, e mesmo assim consideraram suas ideias verdadeiras, acabaram por produzir uma ideologia, tornando-a independente da realidade. Logo em seguida, com a ética a ética protestante, o trabalho deixou de ser visto como uma coisa inferior sendo visto então como meio de obter poder econômico, político e social. Os teólogos protestantes afirmavam que o homem veio a terra para trabalhar, poupar e investir e assim honrar a Deus. A partir deste novo ponte do vista, surge o burguês. Outra nova classe social que surgiu do ponto de vista protestante foi a do homem livre moderno, que é aquele homem que deixou de trabalhar por servidão e passa a ser assalariado. Dentro deste novo cenário, a teoria de Karl Marx ganha força, de acordo com ele, as relações sociais são produzidas pelo próprio homem, mesmo que ele não tenha conhecimento acerca do seu poder de transformar a realidade social e produzir ideias que expliquem sua vida social, econômica e individual. De toda forma a sociedade é dividida em classes, os poderosos propagam suas próprias ideias, destacando seus poderes econômicos, políticos e sociais. Esconde do restante, as relações desiguais e a exploração econômica caracterizando o fenômeno da ideologia. Fica então caracterizado que ideologia é fruto de uma alienação. Baseado no que Marx pensa, a fixação da ideologia na sociedade se deu no momento em que houve a divisão das classes sociais e a exploração do trabalho.

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