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Resenha da Obra "A construção discursiva dos discursos intolerantes"

Por:   •  5/6/2017  •  Resenha  •  595 Palavras (3 Páginas)  •  746 Visualizações

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Referência Bibliográfica

Barros, Diana Luz Pessoa de. A construção discursiva dos discursos intolerantes. Disponível em: <http://diversitas.fflch.usp.br/files/Texto%20Profa.%20Diana%20Luz%20Pessoa%20de%20Barros%20(1).pdf>. Acesso em 19 de Fevereiro de 2017.

Sobre a Autora

Diana Luz Pessoa de Barros é Professora Titular do Departamento de Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Obteve o título de mestre na Universidade de Paris III e os de doutor, livre-docente e titular na Universidade de São Paulo (USP). Ministra aulas de Lingüística na pós-graduação das duas Universidades e orienta teses de doutorado e dissertações de mestrado. Possui como obras destacáveis: "Teoria semiótica do texto"; "Os discursos do descobrimento" e "Dialogismo, polifonia, intertextualidade".

Resumo

Os discursos intolerantes e preconceituosos são construidos, de acordo com a autora, a partir de quatro prismas, sendo eles: a organização da narrativa (sanção); a constituição dos percursos passionais; a elaboração dos temas e das figuras semânticas do discurso, e a formação da organização geral do discurso. Por mais, os discursos intolerantes não possuem lugar dentro dos gêneros discursivos ou mesmo dos textuais, pois afetam diversas esferas de ação, só podendo ser classificadas pela temática, outra peculiaridade dos discursos intolerantes diz respeito de sua identificação onde só podem ser identificados pelo reconhecimento social e/ou pelo enquadramento das caracteristicas específicas desse tipo de discurso.

Pela idéia da autora, a intolerância é sempre justificada, a partir do momento em que se considera que um sujeito quebrou um contrato social sendo assim considerados como maus cidadãos, surgindo em primeiro lugar um preconceito seguido de uma sanção, ou seja, perda de direitos, pagando muitas vezes com a vida.

Os discursos intolerantes são movidos por paixões, caracterizadas pela “intensidade ou extensidade”, tornando-se paixões duradouras; paixões pontuais e de intensidade; paixões excessivas; ou paixões insuficientes, sendo avaliadas socialmente. Dessa forma, os sujeitos intolerantes são sempre sujeitos apaixonados.

As paixões malevolentes e as benevolentes se contrapõem em um mesmo sujeito, pois ao mesmo tempo em que diz que ama algo, isso já serve de justificativa para odiar quem não compartilha dela. Fazendo o sujeito, o sujeito intolerante parte para a ação contra o outro.

Seguindo este pensamento, as paixões do medo pelo outro surgem nas situações de desigualdades sociais e/ou em momentos de crise, gerando assim o medo das privações ocasionadas pelo outro, ocorrendo a disputa de valores. Dessa forma, o medo se torna uma justificativa para ações intolerantes.

Crítica

Os discursos intolerantes estão em todos os lugares, nós mesmos muitas vezes soltamos algumas frases como “nesse bairro só tem tranqueira”, Porém, não podemos aceitar isso com a naturalidade que se leva na atualidade, algumas teorias, mesmo que atreladas ao periodo histórico da antiguidade e da idade média, já pregoavam que as paixões seriam uma zona muito perigosa ao homem, devendo-se, portanto, afastar destas e buscar pela virtude e pelo, tão famoso, justo meio. Além disso, é ainda explícito a nós que os intolerantes permeiam o silêncio, preferindo o anonimato, algo muito enaltecido pelo avanço na comunicação via internet, a criação de pseudônimos, blogs, sites, fóruns entre outros meios que formentam a intolerância pela aproximação dos intolerantes similares.

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