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A Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico

Por:   •  7/1/2023  •  Dissertação  •  1.039 Palavras (5 Páginas)  •  115 Visualizações

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Celso Furtado

Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico

Resumo do capítulo 1: A Concepção dos clássicos

A teoria do desenvolvimento econômico busca explicar, numa perspectiva macroeconômica, o aumento frequente da produtividade do fator trabalho e suas consequências na forma como se organiza a produção e se distribui e utiliza o produto social. Dessa maneira, é essencial entender onde predominam as formulações abstratas dos modelos simplificados de economias existentes, os quais são baseados em relações estáveis entre variáveis quantificáveis e relevantes. Bem como se faz importante analisar o plano histórico, onde estaria o confronto entre as categorias básicas determinadas pelos modelos e a realidade dada. A verificação da compatibilidade entre o modelo teórico e o plano histórico poderá apontar limitações ligadas ao nível de abstração prevalecente na análise e proporcionar a inserção de modificações e reajustes afim de tornar o modelo válido diante da realidade dada.

Os economistas trabalham com esquemas simplificados da realidade, e essa abordagem traz o fundamental problema metodológico de definição do nível de generalidade em que se valida qualquer relação de valor explicativo. Portanto, o desafio nasce em saber se a eliminação de determinada suposição simplificada do modelo abstrato invalida a sua eficácia explicativa. Esse problema metodológico, no caso da teoria do desenvolvimento econômico, acarreta em problemas, por exemplo: o impedimento da eliminação do fator tempo e de ignorar a irreversibilidade dos processos históricos e as diferenças de estrutura entre economias de graus divergentes de desenvolvimento. Assim, o embasamento da generalização em observações feitas até então é dificultada, sem mencionar a complexidade de saber o limite em que é possível generalizar para outras estruturas a observação feita em uma, e definir relações que sejam satisfatoriamente gerais para a validade no curso de modificações específicas estruturais.

A exemplo do problema que se apresenta na generalização, tem-se a teoria ricardiana da renda da terra. Num condado inglês, observações a respeito da escassez relativa e a diversidade dos tipos de terra arável podem parecer universais, sem de fato ser, uma vez que nem a escassez relativa da terra pode ser universalizada. O estudo desde de Ricardo concentrou-se na repartição do produto social, desinteressando-se dos problemas ligados a produção, resultando no aumento do nível de abstração através da identificação de algumas categorias, as quais encoraja o analista a emprestar validez universal às teorias que formule. Os processos econômicos analisados de uma perspectiva não exclusivamente distributiva, mas primariamente como um sistema de produção, induz o economista a prender-se mais facilmente ao plano do concreto e ter maior cautela nas suas generalizações.

Apesar dos problemas inerentes a universalidade das leis, que diversas vezes termina por deixar de ser especulação científica para transformar-se em doutrina, como a “livre concorrência” e o “livre câmbio”, a economia adquiriu importância científica porque alcançou certo grau de universalidade na definição de preceitos básicos, que bem delimitados são válidos para explicar a realidade. Portanto, o economista não deve apenas ficar limitado a casos históricos de desenvolvimento, deve utilizar-se de um instrumento analítico adequado.

Desenvolvimento econômico não deve ser confundido com aumento da produtividade no plano microeconômico, visto que o aumento da produtividade de uma empresa algumas vezes leva somente ao aumento da taxa de lucro para o empresário, não repercutindo no nível de renda global. Entretanto, o aumento de produtividade física no plano da empresa se baseia quase sempre na incorporação de novas técnicas e contribui para liberar mão-de-obra, constituindo um fenômeno de grande importância no processo de desenvolvimento. A teoria do desenvolvimento econômico inclui uma teoria macroeconômica da produção, isso é deduzido quando se atenta a definição de produtividade social, tida como produto total por unidade de tempo de ocupação do conjunto da força de trabalho de uma coletividade.

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