DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DE MINAS GERAIS: uma análise multivariada dos municípios e mesorregiões

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DE MINAS GERAIS: uma análise multivariada dos municípios e mesorregiões



Introdução

Tendo em mente a relação entre degradação ambiental e exploração agropecuária, o objetivo deste trabalho consistiu em analisar o padrão de degradação dos municípios e das mesorregiões do estado de Minas Gerais a partir da criação de um índice de degradação ambiental (IDA) para os municípios mineiros. Especificamente, pretendeu-se: a) verificar quais os indicadores que melhor explicam a degradação ambiental; b) construir Índices de Degradação Ambiental para os municípios mineiros (IDA); e c) agrupar os municípios de acordo com suas características comuns. Desse modo, a pertinência de se desenvolver indicadores para mensurar a degradação ambiental consiste em que, a partir deles, há a possibilidade de serem formuladas políticas públicas com a finalidade de promover um desenvolvimento econômico ambientalmente responsável e sustentável para a região estudada.O presente artigo está organizado em mais quatro seções, além desta introdução. Na segunda seção, é apresentado o referencial teórico. Na terceira, apresentam-se o método de análise. Na quarta, a discussão dos resultados. Por fim, na última seção, são apresentadas as principais conclusões do trabalho.

Material e métodos

Foram utilizados nesta pesquisa dados referentes aos 853 municípios mineiros no ano de 2006. Do Censo Agropecuário, com data-base 2006, foram extraídas as seguintes variáveis: áreas queimadas dos estabelecimentos em hectare (x1); áreas com pastagens degradadas dos estabelecimentos em hectare (x2); áreas degradadas dos estabelecimentos em hectare (x3); área total utilizada com culturas permanentes em hectare (x4); área total utilizada com culturas temporárias em hectare (x5); área total utilizada com pastagens naturais em hectare (x6); área total utilizada com pastagens plantadas em hectare (x7); área total de terras inaproveitáveis para agropecuária em hectare (x8); valor das despesas com adubação total em mil reais (x9); valor das despesas com corretivos em mil reais (x10); valor total das despesas com agrotóxico em mil reais (x11); valor das despesas com medicamentos veterinários em mil reais (x12); valor das despesas com combustível em mil reais (x13); valor das despesas com energia elétrica consumida em mil reais (x14); nº de estabelecimentos com controle de pragas e doenças (x15); nº de estabelecimentos com uso de adubos (x16); nº de estabelecimentos que aplicam corretivos (x17); nº de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos (x18); nº de estabelecimentos que deixam as embalagens de agrotóxicos no campo (x19); nº de estabelecimentos que depositam embalagens de agrotóxico no lixo comum (x20); nº de estabelecimentos que queimam ou enterram as embalagens de agrotóxicos (x21); nº de estabelecimentos com nascentes não protegidas por matas (x22); nº de estabelecimentos com rios ou riachos não protegidos por matas (x23); nº de estabelecimentos com lagos naturais ou açudes não protegidos por matas (x24); nº de estabelecimentos que recebem orientação técnica (x25); número de colheitadeiras (x26); nº de tratores (x27); nº de arados (x28); e efetivo bovino em relação às pastagens naturais e plantadas (x29). O Índice de Degradação Ambiental (IDA) é utilizado como medida da proporção da degradação ambiental da área de determinado município. Sua construção foi feita em duas etapas. Na primeira, foi desenvolvido o Índice Parcial de Degradação Ambiental (IPDA) e na segunda, com base no IPCA, foram estimados os pesos atribuídos a cada uma das variáveis que entraram na composição do IDA.

O IPDA pode ser estimado por meio da expressão.



Com o objetivo de classificar os diversos municípios quanto à degradação ambiental, foi empregada a técnica de análise de agrupamentos ou de clusters. Optou-se por classificar os municípios mineiros em cinco clusters em que para cada cluster: . é definido como o cluster do agrupamento j e é a coordenada i do cluster j.

Assim, a média das coordenadas dos elementos do cluster ϕ(j) é denominada de δ(j) e a soma dos quadrados dos resíduos dentro do j-ésimo grupo é dada pela expressão.



O trabalho será apresentado na forma de pôster

Resultados e discussão

Por meio desse estudo, foi descoberto que o excesso de aproveitamento dos recursos naturais tem danificado o meio ambiente, por isso houve uma observação dos municípios do estado de Minas Gerais, atentando-se para a evolução socioeconômica e ambiental da sociedade para confirmar essa conclusão. Desta maneira, foi desenvolvido o IDA para todos os municípios de Minas Gerais.

Na distribuição do IDA, conforme visto no histograma ilustrado na Figura 1, constatou-se que houve maiores aglomerações nos valores até 0,29, replicando aproximadamente 70% do total.

Conclusão/Conclusões/Considerações finais

Na construção do índice, verificou-se que o ID foi composto por sete fatores, A partir desses fatores, foi possível construir o ID para o estado do Minas Gerais, que apresentou um valor médio de 29%. Com relação aos municípios, verifica-se que um dele possui 100% com relação ao ID, que é o caso de Unaí, município que suas respectivas mesorregiões possuem ligação direta com a atividade agropecuária. Vindo a confirmar a participação dessa atividade no agravamento desse fenômeno. A cidade de Bom Sucesso no oeste de minas por ter vários rios nas suas redondezas é a cidade onde possui o menor ID de todo o estado. Este trabalho tem por finalidade mostrar as dimensões dos impactos ambientais causados pela degradação nos municípios e mesorregiões do estado de Minas Gerais.

Agradecimentos

Quero agradecer a professora Maria Alice por ter ajudado na construção desse artigo, pela sua orientação que nos permitiu que esse artigo fosse concluído.

Referências bibliográficas

PINTO, N. G. M; CORONEL, D. A. Degradação ambiental do Rio Grande do Sul: uma análise dos municípios e mesorregiões. Revista Brasileira de Agroecologia. 9(1):