La Industrialización Trunca de América Latina
Por: Guilherme Crósta • 6/11/2016 • Resenha • 1.000 Palavras (4 Páginas) • 444 Visualizações
Guilherme Duch Crósta 200710291 2º ECO
Fajnzylber, F. La Industrialización Trunca de América Latina, cap. 3
Resumo:
O terceiro capítulo do texto de Fajnzylber estabelece contrastes entre o padrão de industrialização dos países periféricos latino-americanos em relação ao padrão dos países avançados. Ele faz essa comparação buscando enfatizar as similaridades e especificidades entre esses dois modelos e também com base em outros modelos de industrialização, como o dos países do sudeste asiático. De fato, os paises latino-americanos obtiveram um rápido processo de industrialização no pós 2ª guerra, principalmente entre os anos de 1955 a 1975, e, apesar de terem um crescimento muito superior as economias mais desenvolvidas, ainda apresentava índices inferiores aos dos paises socialistas e, sobretudo, ao Japão.
O autor divide os principais paises da América Latina em 2 grupos: em um estão Argentina, Chile e Uruguai (que o autor dá a denominação de ´´industrialização prematura``) e em outro esta o Brasil e o México. Ele assim o faz buscando destacar a heterogeneidade do desenvolvimento destes e de outros paises latino-americanos, ocasionado pelos diferentes níveis iniciais de industrialização e dos diversos ritmos de crescimento médios anuais por eles obtidos. Assim, o primeiro grupo apresenta, nos anos 50, quase metade do nível de industrialização de toda a América Latina, sendo q no final dos anos 70, viam sua participação sendo reduzida à metade. Nesse mesmo período, Brasil e México aumentaram tanto sua participação que passaram a ter o triplo do nível de industrialização dos paises do outro grupo somados. O Brasil tem um papel de destaque nesse caso e, apesar dos sérios problemas de desigualdade sociais, vê sua industria crescer a um ritmo médio de 6,5%, o colocando em uma posição de liderança na região sul-americana.
A estrutura de mercado da região passa a adquirir semelhanças com a estrutura já consolidada por países avançados e com a formação de oligopólios transnacionais. A industria se volta para a produção de bens de consumo duráveis com destaque para as áreas metal-mecânica e química. Porém, a simples reprodução desse padrão, importado para o nosso continente, se mostrou incompleta, por não suprir necessidades próprias latino-americanas.
É importante, também, não esquecer do padrão político adotado pela maioria dos países latino-americanos que contribuíram para que o desenvolvimento da região obtivesse essa configuração. Governos esses que aliados à burguesia industrial, priorizavam o desenvolvimento econômico em detrimento do social.
Ao analisar o aspecto exportador da região, Fajnzylber nos revela que, no período estudado, a América Latina foi à região que obteve o maior crescimento das taxas de exportação em todo o mundo, 21,1% em 9 anos. No entanto, é preciso ver esse dado com uma perspectiva realista: esse crescimento só alcançou esse patamar, pois o nível inicial de exportação e industrialização era baixíssimo, sendo assim natural que o crescimento de ambos fosse acentuado entre a metade das décadas de 1960 e 1970. Portanto o rápido desenvolvimento das exportações e da industrialização, ambas caracterizadas por seu retardo, também pode ser visto como uma medida compensatória.
Todo esse desenvolvimento industrial traz consigo uma serie de implicações. Para começar, é mais uma vez importante ressaltar o papel do setor público em todo esse processo. A urbanização também é conseqüência indireta desse desenvolvimento e, com ela, um aumento populacional recorde. A ampliação da concentração de renda se elevada acentuadamente, mas transcende o período analisado, tendo fortes raízes históricas. O conjunto desses fatores teve um impacto negativo na infra-estrutura urbana que não estava preparada para esse crescimento tão rápido, e culminando em tensões político-sociais.
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