Marx - Economia Política
Por: gabriel_floriano • 29/10/2016 • Artigo • 2.665 Palavras (11 Páginas) • 509 Visualizações
Explique a teoria do valor que Marx desenvolve através de sua análise da produção de mercadorias nas sociedades mercantis.
A teoria de Marx analisando a produção de mercadorias nas sociedades mercantis, e para Marx mercadoria seria um objeto externo com o objetivo de satisfazer a necessidade do indivíduo. As organizações sociais da época pré-capitalista, neste caso com as atividades comerciais eram ligadas a subsistência, uma parte para o consumo e o excedente ligado a troca. As trocas, naquela época, eram feitas de forma fortuita, levando em consideração o valor de uso das mercadorias. Valor de uso esse que serve de suporte para o valor de troca, esse que se expressa pela aparência da mercadoria, quando se compara duas mercadorias com valores de uso diferentes. É a relação quantitativa do valor, ou seja, como é característica da aparência do valor, não é algo intrínseco a mercadoria. Este valor de troca varia no tempo e no espaço. A teoria do valor para Marx se baseia na essência da mercadoria através do trabalho humano abstrato (substrato do valor), que consiste no trabalho de caráter indiferente, o qual se caracteriza o gasto físico ou mental do ser humano, sua magnitude está relacionada ao tempo de trabalho socialmente necessário em relação a média(para o aumento da produtividade, deve-se considerar um tempo menor de produção, dessa forma deve-se considerar algumas condições como a especialidade do trabalhador, aumento da produtividade e da ciência e sua aplicabilidade, condições climáticas). É importante salientar também que para Marx com um aumento na produtividade, o valor da mercadoria pode diminuir o que culmina numa contradição do sistema capitalista, porque da mesma forma em que se fala em diminuição do valor a partir do aumento da produtividade, pode-se confeccionar um número maior de valores de uso. Sendo assim, há uma incongruência do sistema capitalista na qual o valor de troca não consegue acurar as alterações na condições produtivas, dessa forma Valor de troca não consegue precisar as alterações no valor.Quando se trata de valor de uso, deve-se considerar como seu substrato o trabalho concreto\útil, que consiste no trabalho específico(necessidade específica) para produzir determinado produto.E partir daí, Marx mostra que da mesma forma que a mercadoria tem um duplo caráter, o trabalho também tem com o trabalho humano abstrato(trabalho indiferenciado muscular e mental, ou dispêndio muscular e mental de energia) e trabalho concreto(trabalho útil determinado a um fim específico). Com isso engloba-se o conceitos novos que são o conceito de trabalho simples(trabalho sem nenhum tipo de especificidade abrangente) e trabalho complexo que nada mais é que trabalho simples potencializado. O valor de uso entrando no mercado vira mercadoria.O conceito da forma valor varia ao longo do tempo, dependendo da organização social. E além do valor ser categoria a-histórica, ou seja, sempre se evolui no tempo e no espaço, existe também na essência do valor, uma espécie de forma social que é imputada pela sociedade através de sua permutabilidade(forma como o produto do trabalho se insere na sociedade). Quando se fala em valor de troca, existe a forma relativa e a forma equivalente.
Explicite como através da análise de forma de valor Marx chega a gênese do dinheiro.
Marx, para analisar a gênese do dinheiro, primeiramente, retoma a idéia do valor de troca como parte da aparência da mercadoria, forma de manifestação(expressão) do valor. E dessa forma, ele chega a dois pólos diferentes, a forma relativa e a forma equivalente. O primeiro pólo(forma relativa) ele conceitua como a mercadoria expressando seu valor exercendo seu papel como ativo. Diante disso, Marx deve destrinchar características dessa forma relativa, como seu conteúdo e determinação quantitativa desse pólo. Seu conteúdo diz que a forma relativa ela recebe uma valor diferente da sua forma natural, ou seja, a mercadoria A se expressa no corpo da mercadoria B. E a determinação quantitativa se da em alterações na força produtiva, ao passo que, havendo um aumento na produtividade, tempo de trabalho socialmente necessário diminui, e o valor também cai consequentemente, dessa forma conclui-se que o valor de troca é uma forma que não consegue captar as variâncias de valor. Dessa forma por exemplo, alterações na força produtiva acontecem quando a mercadoria A varia e a B se mantém constante, ou quando a B varia e a A se mantém constante, ou quando ambas variam no mesmo tempo, direção e proporção.
Sendo assim, foi-se necessário para Marx também analisar o outro pólo de contraste da forma relativa, a forma equivalente. Onde, a forma equivalente é a forma na qual a relativa expressa seu valor, ou seja, a forma equivalente empresta o seu corpo físico, para a forma relativa expressar seu valor. Com isso, já é relatado uma incongruência na troca, na qual mercadoria que atua como forma equivalente, ela “esconde”(não exterioriza) o seu valor, apenas se apresenta como quantidade de alguma mercadoria . Marx então, aponta três características da forma equivalente. A primeira é o valor de uso se expressando como o seu oposto, o valor, ao passo que a forma equivalente de uma mercadoria não contém qualquer determinação quantitativa de valor. A segunda peculiaridade da forma equivalente é que o trabalho concreto também se torna expressão do seu contrário, o trabalho humano abstrato, visto que o produto do trabalho é um valor de uso, mas a troca se faz pelo substrato do valor, o trabalho humano abstrato. O trabalho humano abstrato possui forma de igualdade com outros trabalhos, mesmo que o trabalho seja privado, se há produção de mercadorias e há troca, ele se torna social. Daí, Marx releva a terceira característica da forma equivalente, o trabalho privado expressando-se como seu contrario, o trabalho social. Pode-se inferir, desta forma que a forma equivalente exerce uma função passiva, emprestando seu corpo físico para a forma relativa expressar seu valor.
Depois de caracterizar os dois pólos contrastantes, Marx analisa a primeira forma de valor: a forma simples. Pode-se considerar, esse momento histórico como uma sociedade pré-capitalista, onde a produção é destinada a subsistência e o excedente é destinado a troca. Com isso, pode-se inferir que a troca é feita de forma fortuita, onde o valor não está fixado. Logo, a forma relativa da mercadoria A é expressada no corpo físico da mercadoria B. A forma simples, de cara, mostra uma insuficiência, visto que a troca é feita de forma individual, onde valores de uso diferentes são trocados para necessidades individuais, ou seja, só há um equivalente pra uma relativa, compara-se uma mercadoria com outra mercadoria. Essa insuficiência da forma simples,faz Marx, ir mais além e achar a segunda forma de valor: a forma total desdobrada.
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