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Os Fundamentos da Crise no Capital

Por:   •  11/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  410 Palavras (2 Páginas)  •  423 Visualizações

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Vamos começar por aquilo que é muito óbvio. Alguém dirá que eu estou chovendo no molhado, mas às vezes é bom chover no molhado. Não há capitalismo sem crise.

Crise não é uma doença que afeta temporariamente, transitoriamente um corpo muito sadio, que seria o organismo do capitalismo. Capitalismo é crise, não existe capitalismo sem crise. O que nós estamos experimentando, e 2008 é apenas uma expressão, assim como a chamada “crise do euro” mais recente, é outra expressão. O que nós estamos experimentando é um novo patamar de desenvolvimento do capitalismo, que eu diria se torna bastante visível a partir de meados dos anos 70, diria a partir especialmente daquela recessão que atinge sincronizadamente entre 74 e 75 os países capitalistas mais desenvolvidos.

De lá pra cá, nós não temos apenas a verificação das chamadas “crises cíclicas”, que estão com a sua periodicidade inclusive mais concentrada, estão aí se repetindo, mas elas se põem num quadro, daquilo que alguns companheiros nossos tem chamado de uma crise sistêmica, que não seria a primeira, não é? A primeira detectada inicia-se na década de 80, no século XIX. A segunda é aquela que vai explodir em 1929. Estaríamos agora no limiar de uma crise sistêmica que tem características novas, que registra processos, que eu diria que não são inéditos, mas eram antes processos moleculares e agora ganharam uma dimensão enorme, e eu diria mesmo se hipertrofiaram.

Alguns deles são conhecidos, pela ideia de mundialização, de financeirização, não creio que seja numa conversa tão rápida, e necessariamente esquemática como essa, entrar em detalhes, eu diria, teórico-analíticos. O que importa é o seguinte: Estamos num quadro de crise, que curiosamente parece clonificar-se, e que envolve o conjunto das instituições próprias da ordem burguesa, e eu diria mesmo, a totalidade através da qual, uma totalidade complexa, mas através da qual se expressa essa crise, que alguns chamam de estrutural, outros de sistêmica, me parece que isso não é o importante. O importante é chamar a atenção pra o seguinte, salvo teorias catástrofistas, que imaginam que, se o capitalismo for levado ao colapso, o socialismo, ou seja, a socioperação positiva virá como necessária, salvo essas teorias, ainda há quem sustente isso, não é? Eu estou convencido que o capitalismo, deixado a sua dinâmica, só gera mais capitalismo, e na quadra atual do seu desenvolvimento, mais capitalismo é universalização da barbárie já presente, ou seja, a ultrapassagem do capitalismo não será um processo automático da sua crise.

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