A Quebra Da Parmalat
Casos: A Quebra Da Parmalat. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: loureiro_adriano • 5/10/2014 • 1.304 Palavras (6 Páginas) • 1.177 Visualizações
Relataremos nesse trabalho um dos maiores escândalos de fraude contábil, “O caso Parmalat”. Exporemos a historia da Parmalat, desde sua criação, quais foram seus fundadores, o seu desenvolvimento e crescimento, até a fraude contábil. O império chamado Parmalat quebra, com um buraco de 15 bilhões de euros, descoberto em seus registros contábeis. Foram descobertos paraísos fiscais, fraudes, rombos e falsificação de documentos.
História Parmalat
O italiano Calisto Tanzi com 22 Criou a marca Parmalat em 196. Em 1963, iniciou uma pequena atividade de pasteurização para fornecer leite fresco para a cidade de Parma e as cidades vizinhas. Em 1966, a Parmalat agregou, no processo de industrialização do leite, o sistema sueco de esterilização UHT (Ultra High Temperature), que assegurava ao produto um prazo de validade maior. Distribuído em novas embalagens de papelão, o produto logo conquistou a preferência dos consumidores italianos pela sua praticidade.
O Brasil foi escolhido como o primeiro palco da investida mercadológica da Parmalat. Em 1977, foi inaugurada a primeira unidade fabril, em Minas Gerais.
Até meados dos anos 70, 80% dos produtos da empresa eram relacionados ao leite, porém na década seguinte a Parmalat começou a diversificar seus produtos alimentícios, ingressando no mercado de sucos, vegetais, sopas, iogurtes e comidas prontas, além de patrocinar eventos desportivos. Com estes patrocínios, a companhia abriu seu capital na Bolsa de Valores em 1990.
Da Crise à fraude
Em 1999, quando a empresa já operava com leve prejuízo e abriu uma subsidiária (Bonlat) nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal (são regiões nas quais a lei facilita a aplicação de capitais de origem duvidosa, protegendo a identidade dos proprietários desse dinheiro), que garantia sigilo absoluto na aplicação de recursos: os prejuízos e dívidas eram “repassados” à Bonlat, uma espécie de “empresa associada financeira”, e excluídos do balanço da Parmalat.
No final de 2003, a companhia anuncia publicamente um investimento de 500 milhões de euros no fundo Epicurum, curiosamente administrado por uma empresa ligada à Parmalat com sede nas Ilhas Cayman
. As ações começaram a perder valor drasticamente, devido à preocupação crescente dos mais de 115 mil investidores e à especulação em torno do destino do investimento. Com o objetivo de tranqüilizar o mercado, a direção do grupo apresentou um documento (Anexo 1), afirmando possuir aproximadamente 3,95 bilhões de euros no Bank of America, nas Ilhas Cayman. Porém, segundo o próprio Banco, o documento não passava de uma falsificação e não comprovava a autenticidade dos títulos e da liquidez referentes ao valor divulgado.
A Parmalat teve então que confessar o rombo, que se mostrou bem maior. A Bonlat é controlada 100% pela Parmalat Capital Finance Limited, sediada no Paraíso fiscal da Ilha de Malta e que tem uma pequena participação (0,1%) da Parmalat Participações do Brasil no seu capital ordinário.
Tanzi, cuja família controla 51% da Parmalat, foi preso sob suspeita de desfalque, falsificação de documentos e de enganar investidores. Ele admitiu aos promotores que sabia que as contas da companhia vinham sendo falsificadas para esconder prejuízos de US$ 10 bilhões, principalmente nas subsidiárias latino-americanas
Em dezembro de 2003 Parmalat Finanziaria solicita concordata nos termos da recém promulgada lei que regulamenta um regime especial de gestão na Itália, sem efeitos fora desse país. A medida foi tomada para evitar que uma cobrança judicial de credores durante um período de 120 dias inviabilizasse a continuidade das operações até que se tivesse um resultado completo da situação. Com isso, buscou-se isolar a situação financeira do grupo da operação de suas indústrias, o que, de outra forma, poderia agravar o quadro.
Valor real do rombo do grupo é estimado em 8,9 bilhões de euros. O Balanço da Parmalat Alimentos do final de 2003 revelava uma receita anual de R$ 1,6 bilhão, o emprego direto de seis mil profissionais e a aquisição anual de 1,2 bilhão de litros de leite (cerca de 5% da produção nacional), fornecidos por doze mil produtores diretos e dezenas de cooperativas. A empresa possuía unidades industriais em seis estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Goiás e Rondônia.
A crise desencadeada pelas fraudes da matriz da Parmalat e de suas subsidiárias trouxe fortes impactos sobre as suas filiais. Desde a sua fundação no Brasil a Parmalat jamais apresentou qualquer resultado econômico ou financeiro positivo, tendo sido mantida em operação no País às custas de enormes subsídios e transferências anualmente concedidos pela matriz italiana. Porém, ao contrário do que se previa para o curto prazo, a empresa manteve a sua presença destacada no mercado brasileiro. Em pouco mais de um ano Parmalat Brasil retomou o funcionamento das suas plantas industriais, inclusive voltando a liderar o mercado em determinadas regiões do país. Os relatórios oficiais da Parmalat mostram que a partir de um ano e meio do escândalo financeiro que abalou a matriz italiana, a subsidiária brasileira tornou-se mais eficiente e rentável, mesmo sem a recuperação integral da captação de leite e da participação no mercado varejista.
O foco estratégico de empresa mudou sensivelmente: antes voltada exclusivamente para a liderança de mercado, passou a buscar lucro. A
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