Evolução da América Latina com as RI
Por: marianagoncsr • 30/1/2019 • Trabalho acadêmico • 1.247 Palavras (5 Páginas) • 172 Visualizações
As relações internacionais estabelecidas no estados da américa latina nem sempre foram as mesmas: logo após o processo de independência das (antigas) colónias americanas, emergem novos Estados Independentes que ou optam por assumir forma de repúblicas, ou de Impérios.
Visto que eram Estados recem-surgidos a sua independência apesar de oficial, era extremamente limitada nesta fase considerada a "fase liberal conservadora" que tinham como base a necessidade de reconhecimento perante os Estados europeus, estados reconhecidos pelo sistema internacional como seus agentes. O objetivo das antigas colónias era então participar na esfera internacional para potencializar o seu desenvolvimento porém essa necessidade levou-as a alinharem-se em termos de política externa com países como os EUA com os quais criaram uma relação de independência indireta pois tiveram que satisfazer determinadas condições que lhes eram impostas, mediante a extensão territorial que possuíam, pelo auxílio prestado aquando da marcação de posição no sistema internacional.
O Brasil porém encontrava-se numa posição de hegemonia perante os restantes Estados da América do Sul pois, ao trabalhar com os EUA, no alinhamento que visava o apoio europeu através de uma aliança não-escrita, tornou-os dependentes das suas exportações constituindo-se assim como uma sub-hegemonia. A partir de 1942, os Estados aplicaram "diplomacia de barganha" começarando a saber gerir as suas relações externas, embora esta estratégia só tenha tomado o seu auge em plena guerra mundial devido ao "jogo" de ambas as partes do conflito militar, no qual não participaram. Os países pretendiam regalias económicas, regalias estas que terminaram logo em 1943 devido ao financiamento prestado por Roosevelt devido à necessidade de segurança e sobrevivência do Brasil que se encontrava em perigo eminente de apropriação por parte de uma Alemanha Nazi, o que se pretendia conter e evitar por todo o continente. Este financiamento era direccionado à construção de uma indústria de armamento para defesa e manutenção do território latino o que fez com que o país se posiciona-se, com efeito imediato, junto dos aliados no conflito, ditando o término da diplomacia de barganha que se viu impossibilitado devido à intervenção unilateral de um dos constituintes Latino-Americanos.
Muito poderiam considerar que a intervenção do Brasil num conflito militar de tamanhas dimensões quando era um país tão prematuro não seria proveitoso porém, este potencializou o desenvolvimento industrial no conjunto de países que integrava, dando origem a uma classe urbana - pequena mas barulhenta - que se manifestava incentivando melhores condições de vida e exigindo participação ativa na vida política pública. Os líderes viram-se porém obrigados a responder a este sentimento de auto-determinação e necessidade de representatividade emanado pela população, que havia sofrido um grande desenvolvimento intelectual devidos aos fluxos de informação e revoluções potencializados pelas relações internacionais. O modelo liberal conservador entrou em colapso com esta "revolução" o que levou à criação de um movimento desenvolvimentista que dá início ao intervenccionismo económico, impulsionando as principais áreas incidentes do desenvolvimento industrial que visam um desenvolvimento económico.
Este modelo demonstra-se durador porque permite que a política externa contenha os interesses nacionais do país - o desenvolvimento a nível industrial e económico -, o que a torna pragmática: só se tomam ações externas aos limites fronteiriços do país caso estes beneficiem o Estado de um ponto de vista económico e comercial. Esta nova ideologia emanada pelos países mais desenvolvidos da America Latina geram golpes militares em países como a Argentina, fundamentalmente apoiados pelos EUA que pretendiam a viralização da sua política de direita, extremamente capitalista e democrática em detrimento da socialista.
O impacto das relações internacionais na América Latina foi assim marcado por períodos de alinhamento e desalinhamento entre a ideologia capitalista/liberalista e a ideologia intervenccionista do Estado na economia. A conversão dos países latinos ao modelo político republicano teve inicio com a negociação de transição incitada por João Batista de Oliveira, terminando só em 1982 devido à crise da dívida motivada pelos créditos e investimentos que sustentaram todo este desenvolvimento.
Para auxiliarem este período de crise latino, as instituições financeiras internacionais - FMI, BM ,... - reuniram-se com os Estados latino-americanos no âmbito de estabelecerem condições que permitissem a consagração dos investimentos o que gerou críticas que levaram à tentativa de revogação do "combinado" com o "consenso de Buenos Aires", na Argentina, o que não foi viral e, como tal, caiu no fracasso.
...