RESENHA CRÍTICA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Por: Isac Lopes • 21/8/2020 • Resenha • 518 Palavras (3 Páginas) • 266 Visualizações
Geopolítica por detrás do COVID-19
Publicado em 18 de março de 2020, a obra “O vírus e a Geopolítica”, produzida pelo Coronel de Cavalaria Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, aborda e relaciona duas temáticas de incontestável vigência na atualidade, e que tem envolvido países em âmbito global: A pandemia provocada pelo novo Coronavirus e Geopolítica. A partir disso, o autor desenvolve seus argumentos embasados na tese de que as ações que envolvem aspectos geopolíticos importantes, assumidos por Governos mundiais, embora tenham a finalidade de oferecerem soluções à pandemia, podem acirrar ainda mais as tensões entre países.
A primeira problemática que o autor apresenta é relacionado ao controle de fronteiras, expondo a fraqueza de organizações intergovernamentais em liderar soluções conjuntas à crise. A decisão de alguns países, como Áustria e Dinamarca, de restringirem o fluxo de pessoas por suas fronteiras, embora sejam signatários da Convenção de Schengen, que deveria garantir a livre circulação, e também a atitude da Rússia em fechar suas fronteiras a alguns países, são exemplos claros da preferência desses Governos por um posicionamento Geopolítico próprio em detrimento da procura por uma solução concertada e conjunta.
Ademais, o autor se preocupa em alertar sobre um problema ainda maior a respeito de questões fronteiriças: a questão de refugiados. Há cerca de 1,5 milhões de migrantes venezuelanos na Colômbia, vivendo em condições precárias, sem acesso à mínimas condições sanitárias. Dessa forma, o autor apresenta que a incidência da COVID-19 nesses locais pode ter consequências terríveis, necessitando, portanto, de um olhar especial do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) para essas localidades.
Entretanto, o ponto crucial da obra é referente as tensões geopolíticas envolvendo EUA e China, duas grandes potências mundiais. Com o advento da crise, ambos os países estão travando uma “competição” acirrada, tentando provar que a culpa pela epidemia é do rival e que são mais capazes em promover uma gerência na solução do problema. Pelo fato de estarem inseridos na era da internet e da instantaneidade da comunicação, as redes sociais são os principais meios de mostrarem a sua superioridade. Entretanto, no que diz respeito às ações eficazes, a China demonstra uma leve vantagem. O autor informa que na Itália, país ocidental grandemente afetado pela pandemia, a atitude da China em auxiliar com suprimentos médicos defronta o posicionamento isolacionista dos EUA, o qual, dentre outras medidas, suspendeu os voos da Europa para seu país, causando um verdadeiro caos nos aeroportos europeus e apreensão entre os países.
Proveitoso para todos aqueles que se interessam por maiores informações sobre como alguns países estão se posicionando com relação a Pandemia do COVID-19 e suas ações de geopolítica, a referente obra em estudo (“O vírus e a Geopolítica) traz uma perspectiva interna que tem o mérito de ampliar o entendimento dessa nova realidade mundial, tornando-o um excelente instrumento de motivação para futuras sistematizações sobre os problemas abordados pelo autor.
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