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A Carr e Angell

Por:   •  24/6/2019  •  Resenha  •  602 Palavras (3 Páginas)  •  247 Visualizações

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Controle de leitura I - As noções de guerra e a divergência entre as teorias de Edward Carr e Norman Angell

Discente: Laura Beatriz Vieira Santos

Norman Angell, autor com ponto de vista utópico, na obra intitulada A Grande Ilusão, busca entender a guerra, em um momento em que a mesma era um mecanismo de resolução de conflitos internacionalmente aceita. Naquele período de predomínio do sistema capitalista, o autor deseja mostrar que a guerra não traz nenhum tipo de benefício em termos financeiros às nações envolvidas, pois as mesmas são interdependentes em questões econômicas e, assim, sairiam prejudicadas. (ANGELL, 2002)

Para comprovar tais afirmações, o autor alega que a luta armada nada mais é do que uma futilidade, pois se um país se propõe a fazer investimentos militares, em contrapartida, a outra nação também aumentaria sua força bélica. Tem-se, então, uma espécie de balança de poder, uma vez que nenhum Estado quer se sentir ameaçado por outro. (ANGELL, 2002)

Incitando uma guerra, após o fim dela, mesmo a nação vencedora sairia prejudicada, pois a mesma não pode apropriar-se dos bens ou recursos da derrotada, posto que a riqueza de uma nação pertence somente aos seus habitantes e, por isso, não pode ser usurpada por outros. Assim, o resultado final seria apenas os gastos do conflito e o regresso ao estado inicial.  

Baseado nisso, e em outros argumentos desenvolvidos em sua obra, tem-se que Angell considera a guerra uma ilusão que, além causar gastos, não traz vantagem alguma para os vencedores nem em questões financeiras, nem quanto à condição de vida de seus habitantes. Desse modo, a tentativa de subjugar outras nações para obter poderio econômico a partir do poder político não é possível, dado que para o autor política e economia não são conceitos interligados. (ANGELL, 2002)

Edward Carr, autor com um viés realista, em sua obra Vinte anos de Crise: 1919-1939, discorda da afirmação de Angell de que a guerra é sempre uma futilidade e, para comprovar tal argumento, busca discorrer acerca dos bens públicos de um país. Esses englobam tudo o que o Estado tem de material e imaterial, como, por exemplo, reservas minerais, água, o sistema educacional, ou mesmo a segurança. (CARR, 2001)

Criticando o fato de a análise das relações entre os Estados ser feita de forma utópica ou idealista, Carr demonstra a importância do equilíbrio entre a teoria e a prática nessa análise. Assim, se para Angell, política e economia são conceitos que não se relacionam, para o autor de Vinte anos de Crise: 1919-1939, tem-se a existência de três poderes principais: militar, econômico e político, sendo esses três diretamente relacionados. (ANGELL, 2002; CARR, 2001)

Sendo os Estado os principais atores da política internacional, esses são os detentores dos três poderes. Dado o contexto, Carr afirma que as nações tem interesses heterogêneos, são independentes, e o dominante é quem tem mais poder. Essa visão entra em contraste com a teoria de harmonia de interesses do Norman Angell, na qual defende  que os países cooperam por terem interesses em comum. (ANGELL, 2002; CARR, 2001)

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