A República e sua política exterior (1889-1902)
Por: Matheus Henrique Fogaca de Camargo • 3/6/2019 • Resenha • 1.216 Palavras (5 Páginas) • 297 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA: FORMAÇÃO HISTÓRICA DO BRASIL
Prof.ª Mª Simone Cruz
Matheus Henrique Fogaça de Camargo
FICHAMENTO
A República e sua Política Exterior (1889 – 1902)
Clodoaldo Bueno
Escrito por Clodoaldo Bueno (doutor em História Econômica pela USP – Universidade de São Paulo e livre-docente pela Unesp Marília, integra o corpo docente fundador do Programa de Pós-graduação “San Tiago Dantas”, onde também leciona como voluntário) o livro “A República e sua Política Exterior (1889 – 1902)” busca refletir acerca da significância do nascimento da República na política exterior brasileira. Bueno, em sua obra, refletirá e dissertará buscando exibir os interesses que regerem a nação frente a seus novos mandatários e os reflexos internacionais que se colocaram frente a isso, buscando ainda detalhar as características das modificações sofridas pela sociedade e economia da nação e que forçaram um “recálculo” na rota da política exterior brasileira.
Introdução
Na introdução o autor apresenta as características do período e classifica a política externa brasileira na primeira fase do período republicano em duas sendo a primeira aquela que se refere à criação da República e a consolidação das oligarquias. É nesse período que comporta o militarismo, a pacificação política e o problema financeiro, nele a política externa se direciona para o contexto hemisférico. Ele questiona no capítulo se os “estreantes” no poder tinha um projeto de política, pergunta que ele responde ao decorrer do capítulo, analisando uma política externa totalmente nova diplomaticamente e economicamente.
Os contextos e o corte republicano
Neste capítulo ele apresenta o contexto da política internacional no momento do nascimento da República o qual ele dispõe como a época de auge da economia liberal, com participação especial dos “novos países” em meio a disputa pela posse de mercados e fontes de matérias-prima, o que provocou uma dominação econômica entre países “desenvolvidos” e os submissos a eles. O sistema internacional estava submetido ao poder europeu que passaria a rivalizar com o poder americano.
Bueno destaca a a ascenção das novas elites, uma vez que a transição republicana consolidou novas formas de produção com a ascensão do café, promovendo o durgimento de uma nova elite em meio a um momento ainda de desarranjo político sem atores principais.
Ele destaca a a reorientação da politica externa a partir da óptica dw quatro fundamentos: busca de controle da política comercial e alfandegária, estímulo à imigração, consolidação das fronteiras nacionais e pretensões de hegemonia regional. É apresentada a I Conferência Internacional Americana e o projeto de Assis Brasil que defendia a aproximão de Brasil e Estados Unidos, dizendo ser necessária por ser um exemplo para o progresso e que a Doutrina Monroe garantia a tranquilidade brasileira já que afastava outras potências imperialistas. No que tange à imagem brasileira no exterior, é posto que o Brasil monárquico possuía muito mais respeito entre os chamado países desenvolvidos do que outras repúblicas latinas. Com o fim da monarqui se instaurou um temor de que o Brasil se transformasse numa das “republiquetas” deixadas de lado principalmente pelos Estados Unidos, o que parecia se confirmar com o mandato de Peixoto. Clodoaldo ainda cita gestos de reconhecimentos formais do novo regime com uma forma de reconhecer a entrada da República no cenário internacional, o que no entanto não foi fácil devido às fortes relações monárquicas com alguns países. Internamente, para a sorte do governo, era inconteste a aceitação da república.
No capítulo em que versa sobre as relações Brasil – Estados Unidos, ele faz uma passagem pelo reconhecimento da República como legítimo governo do Estado brasileiro, o que foi feito em apenas 5 dias (não de jure, mas de facto) pelo governo norte-americano que permitiu que seu representante mantivesse relações com o então governo provisório do Brasil e seu ministro das Relações Exteriores, Quintino Bocaiúva. A partir deste momento as relações com os Estados Unidos, vistas com hostilidade pela imprensa monarquista passou a estar disposta à discussão. A demora americana em reconhecer de facto a república brasileira causou incômodo e certo estranhamento. Pelo lado americano, justificando ainda não ter feito o reconhecimento de jure, pesava o não funcionamento do congresso e o receio de que o novo regime não obtivesse apoio da população, impasse este que se estendeu até 29 de janeiro de 1890.
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