O Populismo na America Latina
Por: Mariana Assunção • 26/11/2019 • Trabalho acadêmico • 866 Palavras (4 Páginas) • 252 Visualizações
2. O Populismo e as lutas nacionais democráticas
Governos populistas são governos que se apoiam em causas populares e transformam essas causas em um contexto de grande luta nacional-democrática integrando todas essas forças sociais e culturais no âmbito de um movimento de conteúdo nacional -democrático.
Depois da Segunda Guerra Mundial, irá se consolidar com os movimentos anticolonialistas afro-asiáticos, apesar de ter pontos em comuns com o movimento antiimperialista desde anos 20. A medida que governos mais próximos a esse movimento se constituem, eles se articula mais com o nacionalismo.
Todavia a base social já não era de imigrantes, mas de operários urbanos que estavam passando pelo processo de urbanização dos anos 20. Esse operário não tem ideologia e se aproxima muito mais dos dirigentes do processo de industrialização. Nesse período surge vários movimentos populistas, entre eles o peronismo na Argentina, o varguinismo no Brasil e o cardenismo no México.
Durante os anos 40, o populismo começa a se consolidar. No Chile, por exemplo, o governo da Frente Popular, o partido chileno consegue votos do movimento operário chileno e se aproxima dos comunistas. Podemos também citar o movimento revolucionário boliviano que fará os mineiros e camponeses convergir sobre a reforma agraria, nacionalização das minas e a formação de uma democracia radical de massas. Dessa maneira, podemos concluir que o formador na nova classe operaria era o nacional-democratico.
A aliança entre os Estados Unidos e União Soviética se prolonga até 1947, quando a política da guerra fria deixa o mundo bipolar. A partir desse momento, os comunistas transformam os Estados Unidos em inimigo dos trabalhadores ao colocar em evidência o caráter imperialista da política estadunidense que havia sido esquecido durante a Aliança Democrática Antifascista. Começa uma onda antiimperialista que encontra seu ponto culminante no Brasil no final dos anos 50. Essa concepção foi contudo derrotada pelos goles de estado, como o de 1964 no Brasil, o de Ongania na Argentina (1966) e a de Hugo Banzer na Bolívia.
Na mesma época surgia uma nova realidade estratégicas para América Latina. A declaração de Cuba como república socialista, como uma resposta a invasão da Baía dos Porcos por um grupo paramilitar de exilados cubanos antifascistas. Essa experiencia influenciou setores significativos da esquerda, alcançando expressão mais elaborada no programa socialista da Unidade Popular do Chile. Entre 1970, tentou-se no Chile algo incomum até então, um regime socialista em condições de legalidade democrática. Isso trouxe uma nova dimensão no movimento operário da região e de todo o mundo.
A violência da repressão pelos governos militares no Chile em outros países se constatava com a experiencia de um governo nacional democrático no Peru. O regresso dos peronistas á legalidade na Argentina gerou pânico nas classes e nos centros de poder imperialistas.
Apesar das greves em massa de trabalhadores das grandes empresas agrícolas exportadoras, apenas mm 1952, na revolução boliviana, quando as milícias camponesas e mineradoras tomaram a direção do país que o movimento camponês veio conquistar a vitoria. Na década de 1950, começaram as ligas camponesas lideradas por Francisco Julião no Brasil.
Ao longo desses anos, a reivindicação por terra esteve no centro das lutas populares e da aliança operária, com apoio estudantil e setores da classe média urbana. Entre 1960 e 1990, completou-se um processo de emigração do campo para a cidade, que expulsou definitivamente vastas camadas de pequenos proprietários agrícolas e consolidou a grande e média empresa agro-industrial. Se desenvolve nesse período a figura do assalariado agrícola sazonal, com pequena pressão sobre a terra.
No Brasil, os bóias frias inundam as zonas rurais e apenas em 1980 renasce a demanda por terra. Isso ocorre por conta do desemprego nas pequenas cidades e em zonas rurais. Daí surge o Movimento Sem Terra (MST), que pressiona o governo por uma reforma agrária mais rápida. A força do MST se encontra no seu método de ocupação para forçar uma reforma agrária e de seus métodos de gestão comunitária das terras assentadas por eles. Suas principais bandeiras são água, terra e sementes, em luta pela soberania alimentar.
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