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Quão Influentes São os Atores Sociais em Politica Externa

Por:   •  14/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.361 Palavras (6 Páginas)  •  129 Visualizações

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Wellington Lima          

Disciplina Política Externa II   -  

Resumo do Capítulo 6 -  Quão influentes são os atores sociais? - Livro Foreign Policy Analysis - Jean-Frédéric Morin • Jonathan Paquin

Morin e Paquin (2018), no capítulo 6, ao tratarem da opinião pública e do papel de influência dos atores sociais, apresentam entendimentos próprios e de especialistas para os seguintes tópicos: Opinião pública, Estrutura, Influência da opinião pública, atuação da Mídia, influência, postura dos líderes, Grupos de interesse, Armadilhas Metodológicas, Estudos de caso e generalizações, Comunidades Epistêmicas, Previsões dos especialistas, dentre outros temas.

Vários atores sociais influenciam ou procuram influenciar a política externa. ONGs, empresas, mídia, grupos étnicos, sindicatos e especialistas exercem certa pressão sobre o governo. Eles também interagem — trocando informações, estabelecendo coalizões e adaptando-se continuamente ao seu ambiente (Morin e Paquin, 2018).

Nesse contexto os autores vão mais além e defendem:

O governo não ouve passivamente suas queixas. Está envolvido na dinâmica social e, por sua vez, busca influenciar os atores sociais. O tecido social é constituído por um fluxo de influência de mão dupla, que se sobrepõe para formar um sistema complexo. […] que a opinião pública reage impulsivamente às imagens mostradas na televisão, que as ONGs são altruístas por natureza enquanto as corporações privadas são egocêntricas e que a influência dos especialistas se limita a questões técnicas. Este capítulo examina cada uma dessas suposições comuns (Morin e Paquin, 2018).

Segundo Pierre Bourdieu (1979), “a opinião pública não existe”. Para o autor, “os respondentes não têm necessariamente uma opinião estruturada a priori e que as perguntas podem determinar as respostas”. Nesse sentido, Morin e Paquin (2018) afirmam:

O fato é que os tomadores de decisão públicos são bombardeados por resultados de pesquisas que são apresentados como reflexo da opinião pública. Portanto, é legítimo perguntar se a avalanche de pesquisas que se acumulam nas mesas dos tomadores de decisão realmente tem uma influência significativa sobre como eles conduzem a política externa (Morin e Paquin, 2018).

Morin e Paquin (2018) revelam que embora a pesquisa sobre como a opinião pública influencia a política externa tenha evoluido nas últimas décadas, a natureza da opinião pública, as técnicas de pesquisa ou o processo de tomada de decisão não mudaram radicalmente.

Os autores esclarecem como a influência da opinião pública refletiu na tomada de decisão de política externa ao longo do tempo, e quanto induziam governos a conflitos, e justificam:

Vários analistas consideraram perigoso deixar as pesquisas de opinião orientarem a política externa. De acordo com as teorias predominantes na época, pensava-se que a opinião pública adiava a intervenção governamental em situações explosivas e obrigava os governos a se afundarem em conflitos fadados ao fracasso (Morin e Paquin, 2018).

Logo, importa considerar como a política externa era tratada e como evoluiu ao longo do tempo para moldar governos e atores sociais.

A política externa era considerada complexa demais para ser deixada para os cidadãos mais preocupados com seus próprios problemas imediatos e diários. Além disso, exige negociações secretas que não podem ser debatidas na esfera pública. Essa posição elitista marcou várias constituições, que colocaram a política externa exclusivamente nas mãos do chefe de Estado, limitando as prerrogativas dos parlamentares, mais vulneráveis às oscilações da opinião pública (Morin e Paquin, 2018).

Para Hans Morgenthau  (Morgenthau (2005, [1948]), apud Morin e Paquin, 2018)  “[os] requisitos racionais de uma boa política externa não podem desde o início contar com o apoio de uma opinião pública cujas preferências são mais emocionais do que racionais”.

Todavia, vale considerar o que defendia a escola de pensamento realista nesse sentido.

Desde Morgenthau e Kennan, no entanto, a maioria dos realistas exclui a opinião pública de sua conceituação de relações internacionais. Eles rejeitam o idealismo e fazem questão  de retratar as relações internacionais como realmente aparecem, mas sua aversão à opinião pública os levou a ignorá-la como uma variável. A ideia de que a opinião pública é potencialmente um incômodo e que não tem influência real é estranhamente confusa na tradição realista (Morin e Paquin, 2018).

 Segundo os autores,“opiniões sobre política externa são mais facilmente divididas em linhas específicas da política externa”. E com base no que sugeriam os especialistas, segundo Morin e Paquin (2018), tem-se três eixos:

 Primeiro eixo - coloca o internacionalismo contra o isolacionismo -  Eugene Wittkopf (1990).

Segundo eixo - coloca a conciliação contra a ação militante Eugene Wittkopf (1990).

Terceiro eixo -  aquele que se opõe ao unilateralismo e ao multilateralismo (Citrin et al. 1994; Chittick et al. 1995; Rosati e Creed 1997; Bjereld e Ekengren 1999; Jenkins-Smith et al. 2004 ; Reifler et al. (2011).

Os autores pontuam ainda acerca do que pensam os analistas e afirmam:

A maioria dos analistas considera que é justamente a perspectiva de eleições que pressiona os representantes eleitos a considerar a opinião pública. […]  Ao contrário da crença popular, a política externa pode desempenhar um papel significativo nas eleições quando há grandes diferenças entre os candidatos. A pesquisa atual agora analisa as condições que aumentam ou reduzem Vários eleitores, mesmo aqueles que não acompanham de perto a atualidade internacional, têm opiniões fortes sobre como a política externa deve ser conduzida. Mas nem todos estão interessados nas mesmas questões (Morin e Paquin, 2018).

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