Realismo -Teoria Das Relações Internacionais
Artigo: Realismo -Teoria Das Relações Internacionais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: JackSparros • 6/2/2014 • 4.810 Palavras (20 Páginas) • 1.003 Visualizações
TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS:
Realismo
Monografia apresentada para a 3ª avaliação da disciplina Eletiva Tópicos em Relações Internacionais, do Curso de Direito , sob orientação do Prof. Luiz
Ouro Preto
2014
Resumo
Esta dissertação tem o intuito de realizar uma análise introdutória acerca dos estudos da Teoria das Relações Internacionais, mais precisamente no que toca ao Realismo, teoria que reivindica um caráter objetivo, empírico e pragmático, em que o Estado é colocado no centro das discussões, pois o Realismo parte do pressuposto que o Estado é o ator principal das relações internacionais. O trabalho baseia-se nas obras:“Carr: 20 anos de crise”, abordando o inicio da ciência das políticas internacionais, as escolas do pensamento utópico e a crítica realista no contexto dessas relações; “Morgenthau: A Política entre as Nações”, que realiza uma análise detalhada da política realista dentro do contexto internacional, abordando temas como a busca pela realização dos interesses do Estado, o equilíbrio de poder entre as nações, as relações de força entre as nações no contexto da Guerra Fria, as relações de poder e dominação na política externa, a atuação externa dos países e os elementos que definem o poder nacional dos Estados; e “Waltz: O Homem, o Estado e a Guerra” busca sedimentar alguns aspectos das relações internacionais a partir da análise das obras de vários autores que problematizam a questão da guerra e da intangibilidade da paz, o direcionamento do estudo de Waltz busca exaurir as possibilidades do estudo das relações internacionais através do prisma da natureza do comportamento humano, organização interna dos Estados e do Sistema Internacional dos Estados.
Palavras-Chave : Teoria das Relações Internacionais ; Realismo ; Guerra; Políticas Externas; Paz ; Estado ; Nação .
Edward Hallet Carr Vinte anos de Crise 1919-1939
Introdução:
A obra Vinte Anos de Crise 1919-1939 do Autor Londrino Edward Hallet Carr foi uma das primeiras e mais notórias obras já escritas a respeito da ciência das Relações Internacionais, sua obra trabalha com uma crítica aos pensamentos dados como utópicos, se utilizando do realismo para expor no contexto das relações internacionais os jogos entre os Estados, observando quais seriam seus planos e desejos (considerados por ele em grande parte Utópicos), e o que realmente era executado pelos lideres das nações a fim de se alcançar seus objetivos. Nesse trabalho ele utiliza suas próprias vivencias, do estudo do comportamento humano, além da análise de conflitos e a ascensão e queda do poder das nações e as tensões surgidas no decorrer desses processos.
Parte I: A Ciência da Politica Internacional
No primeiro capítulo Carr propõem que a ciência da política internacional está dando seus primeiros passos, num estágio de infância e que até 1914 os assuntos de políticas internacionais eram apenas desempenhados por pessoas profissionalmente dedicados a elas, as guerras eram assuntos unicamente dos soldados nelas envolvidos ,e a politica internacional era designação de diplomatas e intelectuais da área, não era inicialmente interesse da população em geral e nem mesmo os partidos e órgãos políticos se julgavam competentes para se envolverem e trabalhar em tais questões de relações exteriores.
Os primeiros movimentos para a popularização dessa política têm inicio nos países de língua inglesa com os movimentos operários, com especulações e ataques contra o firmamento de tratados secretos entre nações, que foram por muitos apontados como causa para guerra, pois antes da guerra de 1914 muitos tinham conhecimento que tais tratados eram celebrados, mas nunca houve um real interesse em se aprofundar sobre o conteúdo e natureza deles. Essas especulações e ataque populares foram de relevância, pois a partir dai os assuntos políticos internacionais começaram a ser difundidos, originando a aurora de uma nova ciência de politica internacional, um clamor que depois de uma desastrosa guerra se levanta justamente para se tentar evitar o acontecimento de um novo episódio catastrófico como a primeira guerra.
Carr pontua que existe um estágio utópico pela qual a ciência da política internacional como uma nova ciência deve superar para ser verdadeiramente reconhecida e respeitada, o mero desejo, o foco somente nos fins devem ceder lugar a métodos que se fundamentem no pensamento, observação e análise critica. O principal desejo na gênese dessa nova ciência era clara, o de evitar que as nações entrassem em novos conflitos, não importando como isso seria alcançado, e justamente esse ímpeto gerou uma negligência com alguns fatores reais existentes, como o poder, e a conduta dos povos.
Com a progressão em tal ciência percebe-se que a postura puramente utópica se revela inapropriada, é reconhecido que toda ciência possui sua faze utópica, mas ela deve ser superada, o raciocínio deve prevalecer sobre os desejos, os primeiros passos meramente idealistas devem ser obliterados, assumindo-se uma postura de cunho mais realista e crítica que leve em conta a realidade dos fatos e suas consequências e seu devido poder alterador, considerando que o pensamento político devidamente estruturado leva em conta os fatores tanto das facetas do utópico quando da realidade.
Nessa altura Carr expõe a tensão existente entre a Utopia e a Realidade, e que os problemas políticos se originam no confronto de tais princípios, analisando que apesar de ideais conflitantes eles são peças fundamentais na estrutura dos mecanismos políticos, éticos e morais, agindo como contrapesos nos processos de mudanças nas formas de pensamento. No caso do pensamento realista ele encara os problemas políticos de forma empírica, os aspectos práticos e a predeterminação dos fatos, ignorando possíveis mudanças; Os Utópicos enxergam através dos princípios na forma pura, e em idealismos filosóficos perfeitos em tese, não considerando os fatores que acontecem na realidade, tentando fazer a realidade se adaptar aos seus princípios teóricos. Essa antítese utopia e realidade também geram pontos divergentes no que tange a discussão sobre politica e ética, sobre o
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